Capítulo 14 - Vida Normal

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Eu senti o chão do quarto sair dos meus pés. Não era possível que o nosso ensino médio iria voltar. Eu não queria viver de novo aquele inferno onde não podia receber uma mensagem que meu coração pulava. Não queria sempre desconfiar das pessoas.

- Precisamos fazer uma coisa.

- Fazer o que, Hanna?

- Não sei Aria. Mas não estou afim de passar tudo de novo.

- Você tem razão, Han...

- Gente, acho que a Spencer está acordando. Disse Toby.

Saí da minha cama e fiquei ao lado da Spencer. As pálpebras dela pareciam estar pesadas, ela fazia força para abrí-las. Demorou apenas alguns segundos, mas pareceu uma eternidade até ela abrir os olhos.

- Spencer...

Estávamos em volta da cama dela. Spencer olhou confusa para cada um de nós e já ia abrir a boca para falar alguma coisa quando, mais uma vez, batidas fortes na porta nos assustaram.

- Sou eu: Noel. Fiquei sabendo que ganhamos comida grátis. O que está rolando?

Caleb abriu a porta e Noel já entrou fazendo várias perguntas, mas em seguida se calou parando em frente a cama onde Spencer estava.

- Estou bem. - disse Spencer - Só foi um susto porque achei que... Aria? Cadê a Aria?

- Estou aqui, Spence.

Spencer olhou desconfiada para a Aria e logo depois olhou para mim.

- Essa é a Aria. A nossa Aria.

- Então eu...

- Não. Você não fez nada. Pode olhar sua última mensagem no celular para conferir.

- Certo.. Agora alguém pode me explicar o que está acontecendo? - disse Noel - Fiquei preso num engarrafamento enorme vindo para cá.

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Terminamos a noite com o jantar gratuito e todos foram dormir. Eu não consegui dormir, a cena com duas Arias na minha frente ficava se repetindo na minha cabeça. O barulho da pele sendo rasgada nas minhas mãos ficava martelando nos meus ouvidos e não me deixava descansar. Não sei que horas consegui dormir, mas pareceu que dois segundos depois o sol já estava nascendo. Aria e Hanna estavam se arrumando para o nosso último dia no Brasil.

- Levanta, Spence. Temos que aproveitar cada segundo desse sol maravilhoso. Disse Hanna.

- Preciso ficar mais bronzeada nem parece que fiquei na praia. Disse Aria.

Aria não estava tão bronzeada como era para estar. Talvez eu esteja paranoica, nunca tinha reparado nisso antes.

- E então Spencer vai levantar dessa cama ou não?

- Estou indo...

O nosso último dia no Brasil foi incrível. Visitamos as praias que não tínhamos ido ainda, fizemos mergulho, compramos presentes e fizemos umas seis refeições antes de voltar para o hotel.

A noite foi bem tranquila também: ficamos um pouco na sauna, depois na piscina aquecida e terminamos a noite pedindo uma pizza e conversando no salão de jogos.

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O nosso voo estava marcado para oito horas da manhã. Saímos bem cedo do hotel e ficamos esperando uma hora no aeroporto. As garotas estavam sonâmbulas e ficaram cochilando até chamarem o nosso voo.

- A vida normal em Rosewood está a poucas horas daqui. Disse Caleb quando Noel saiu para comprar um café.

- Sinto que não posso deixar isso acontecer.

- O que? A gente voltar para Rosewood?

- Não. Deixar tudo voltar ao normal. O nosso normal era cada um no seu canto e não quero isso. Eu quero a Spencer de volta.

- E o que falta para você falar isso para ela?

- Ela está noiva.

- Tenho certeza que ela não ama ele tanto assim.

Eu não tinha mais o que falar, queria me declarar para a Spencer, mas não tinha certeza do que ela sentia por mim. Eu tinha apenas algumas horas para me decidir.

Nosso voo foi bem tranquilo, assim que chegamos no aeroporto, logo depois que pegamos as malas, puxei Spencer para um canto e decidi falar tudo que estava sentindo.

- Não começa, Toby. Disse ela andando.

- Eu te amo, Spencer Hastings.

Ela parou e olhou para mim por um segundo. Respirou fundo e continuou andando.

- Eu sei que você também me ama. - disse andando ao lado dela - Larga o Wren, desiste desse noivado. Vamos tentar mais uma vez.

Estávamos saindo do portão de desembarque quando ela parou mais uma vez. Olhou para mim e pegou na minha mão.

- Toby, eu...

- Spencer! - ouvimos alguém gritar do outro lado - Spencer!

Era Wren. Ele a esperava com um buquê de flores e um sorriso de noivo estampado no rosto.

O ato de amarOnde histórias criam vida. Descubra agora