Capítulo 13 - Maus hábitos sempre voltam

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Eu não gosto de ser a garota sensata, muito menos quando uma confusão está acontecendo. Mas naquele momento eu era a única que não estava surtando. Bom, na verdade, eu estava sim. Só que quando vi a Spencer paralisada no chão, Aria segurando o corpo sem vida da outra Aria senti que eu devia controlar aquela situação.

- Temos que fazer alguma coisa. Ela está morta, não está?

A Aria que estava chorando olhou para mim e por um minuto acreditei que era Bethany ali, mas um segundo depois tive certeza de que era a minha amiga.

- Ela ainda está respirando. - respondi minha própria pergunta ao perceber que nenhuma das duas ia me responder - Não podemos ficar, mas também não posso deixá-la aqui para morrer. Spencer... Precisamos de você.

Spencer parecia não me ouvir. Ela olhava fixamente para o chão, dos seus olhos saíam lágrimas e mesmo com a boca aberta nenhum som era emitido.

- Bom, acho que temos dois problemas então. Disse Aria.

- Vou avisar para o Toby para nos encontrar no elevador e você liga anonimamente para a emergência. Levamos a Spencer para o elevador e ficamos no nosso quarto até o tumulto passar.

- Espero que dê certo dessa vez...

No nosso ensino médio a morte sempre nos cercou e fomos parar na delegacia várias vezes. Mas de uma forma ou de outra conseguimos sair de toda a confusão sem passar anos na cadeia.

Fizemos como o combinado: deixamos Bethany no chão do quarto, liguei para o Toby e Aria para a emergência. Assim que o elevador parou no nosso andar, Toby já nos esperava.

- O que houve? Perguntou Toby olhando assustado para Spencer e logo depois pegando no braço dela.

- Vamos para o nosso quarto, te explico depois.

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A explicação das garotas me deixou confuso, eu não conseguia raciocinar direito com a Spencer fora de si. Longos minutos depois, Hanna finalmente conseguiu fazê-la dormir e elas puderam me explicar com calma.

- Essa hora já era para a emergência ter chegado.

- Acho que as coisas aqui no Brasil não funcionam tão rápido.

- Melhor a gente ligar para a recepção. Disse Hanna.

- Use o celular. Se a polícia daqui for igual ao serviço de urgência eles nunca vão chegar na gente.

Peguei o celular para ligar no telefone da recepção, mas assim que atenderam a ligação ouvimos o barulho de uma sirene.

- Acho que eles chegaram.

- Espero que ela ainda esteja viva. Disse Hanna.

Ficamos em silêncio escutando os profissionais subirem as escadas correndo. Alguns hóspedes estavam eufóricos e ficaram conversando no corredor. Uma tensão estava instalada no quarto e quando duas batidas fortes foram dadas na porta todos nós se assustamos.

- Sou eu. Caleb. O que está rolando?

Hanna se levantou e antes que ela pudesse abrir a porta, Aria falou:

- Não o envolva nisso.

Hanna ia questionar, mas o Caleb bateu novamente na porta.

- Calma, meu amor. - disse Hanna abrindo a porta - Já estava abrindo.

- Estão dizendo que encontraram um corpo no hotel. - disse ele entrando eufórico - Vocês viram o Noel?

Caleb parou de frente a cama e olhou Spencer dormindo. Em seguida, olhou novamente para a gente.

- O que está acontecendo? Não tentem esconder de mim.

- Desculpa, Aria. Mas tenho que falar.

- Hanna!

- Ele é meu namorado. E passou tudo junto com a gente.

- Ok. Mas, cadê o Noel?

Caleb tentou ligar para o celular do Noel, mas só dava na caixa postal. Tivemos que contar tudo para o Caleb e antes mesmo que ele pudesse raciocinar sobre o que estava acontecendo ouvimos três batidas suaves na porta. Aria foi cautelosamente até o olho mágico.

- É alguém do hotel.

Houve mais três batidas suave e Aria abriu a porta.

- Desculpa o incômodo, senhora. Queremos pedir desculpas pelo transtorno dessa noite, mas tudo não passou de um trote e não há nenhum corpo no nosso hotel. Para ga...

- Que: Como disse?

- Os socorristas entraram no quarto e não havia ninguém, na verdade, não tinha ninguém hospedado naquele quarto. Estava limpo, como o de costume. Para garantir que vocês tenham um ótimo fim de hospedagem daremos um jantar por conta da casa, podem fazer o pedido pelo telefone. Posso ajudar em mais alguma coisa?

- N-não...

Aria encostou a porta e olhou atônita para a gente. No mesmo momento, o celular de Hanna, Spencer e de Aria tocaram ao mesmo tempo.

Hanna abriu a mensagem com cautela e leu em voz alta.

"Acharam que ia ser fácil se livrar de mim, vadias? O jogo só está começando. - A"

O ato de amarOnde histórias criam vida. Descubra agora