Chapter 15 - My name is Malory Hunter.

60 8 12
                                    

Malory e Justin sentaram-se na beirada do barranco, de frente para o mar. Tinham tido uma certa dificuldade em achar o caminho no escuro, mas agora estavam acomodados sob a grande imensidão do céu e da lua. Umas poucas luzes piscavam na montanha e Malory pensou em todas aquelas pessoas que se sentiam seguras e felizes em casa.

Justin sentou-se de pernas cruzadas em frente a ela, olhando-a bem nos olhos, segurando suas mãos. Ela sabia que teria de lhe contar tudo, agora.

- Eu não queria lhe contar essa história e adiei o quanto pude. Não porque eu ache que você vai parar de gostar de mim ou algo parecido, mas sim porque, quando eu lhe contar essa história, estarei pondo sua vida em perigo. Mas eu acho... que agora preciso contá-la.

Ele fez apenas um gesto de cabeça, o olhar sempre atento.

- Eu não me importo com os riscos, Maddy. Eu preciso saber a verdade.

Ela respirou fundo.

- Meu nome não é Maddy Mailer.

Justin piscou forte.

- É Malory Hunter.

- O que está me...

- Fui obrigada a mudá-lo. Minha família faz parte do programa de proteção a testemunhas.

Justin respirou mais forte.

- Puxa, cara...

- Muito tempo atrás, há onze anos, para ser exata, meu pai era contador - Malory começou a explicar, suavemente. – Ele trabalhava para uma grande firma de contabilidade. Tipo a maior de Nova York. Bom, de qualquer modo, um dos clientes dele era o chefe da família Carlotti. Alguma vez ouviu falar deles?

O queixo de Justin caíra.

- Você quer dizer... a Máfia?

- Exato.

- E... seu pai trabalhava para eles?

- Mais ou menos - Malory admitiu. - Mas ele nem sabia. Ele é contador... só um contador de tostões, como ele diz. Meu pai não tinha a menor ideia de que estava trabalhando para a Máfia. Mas aí começou a notar que os números não batiam. E começou a fazer perguntas. Ele e um colega.

Justin abanou a cabeça, com uma expressão horrorizada e confusa no rosto.

- Aí então o chefe deles disse que não se preocupassem com o assunto. Meu pai concordou... porque queria manter o emprego. Sabia que tinha alguma coisa errada, mas queria nos proteger. Só que o outro cara não quis saber. Continuou fazendo perguntas.

- A voz de Malory não era mais que um sussurro. – Continuou fazendo perguntas e mais perguntas... até que o balearam bem em frente de casa.

Justin apertou a mão de Malory nas suas.

- E o que aconteceu com seu pai?

- Bom, aí ele não aguentou mais e foi à polícia. A polícia o mandou para o FBI.

- E agora o FBI é que protege vocês?

Malory riu com amargura.

- Essa é a teoria. Mas não funciona bem assim.

- Como não?

- Os Carlotti sempre dão um jeito de nos encontrar. Desde o começo. Nós quase morremos queimados em Nova York. Eu tinha cinco anos de idade, Mike e Tommy ainda eram bebês. Quando a família Carlotti descobriu que meu pai testemunhara contra, não perderam um segundo e vieram para cima de nós... antes mesmo de o FBI completar os detalhes da nossa nova identidade. - Malory sacudiu a cabeça, desgostosa com a lembrança.

The Secret of MaloryOnde histórias criam vida. Descubra agora