Meu Destino #1

Vinte e um - Mason

Mason Cooger

No outro dia chego em casa e jogo as chaves com força em cima do balcão da sala. O som ecoa pelo cômodo inteiro, fazendo com que minha mãe que estava no sofá lendo uma revista até então, para na hora e me olha com um ponto de interrogação no rosto.

— Filho, — me chama, vou em direção as escadas ignorando-a — você está bem?

Paro no primeiro degrau e a encaro por cima do ombro.

— O que você acha? — digo irônico e subo as escadas.

Não sei exatamente o que esta acontecendo comigo, mas as lembranças de Lauren após o jantar voltaram com força máxima, sinto que estou preso na merda do dia em que acordei do coma e para deixar minha saúde mental mais destruída, agora tenho que me preocupar com Victor que esta insuportável.

Entro no meu quarto e fecho a porta, passo as mãos pelo rosto frustrado com tudo, minha garganta queima e a única solução que eu consigo pensar pra tudo isso é álcool. Porém não posso fazer isso com Lauren.

— Ei! Me conta o que houve — minha mãe abre a porta e entra no meu quarto sem pedir permissão.

— Não tô com vontade — nego irritado chacoalhando a cabeça.

Sento na cama e tiro meu par de tênis e meias e jogo pra longe.

— Você brigou com Camila não foi? — pergunta como se soubesse de tudo.

Fico em silêncio.

— O que houve entre vocês? — continua insistindo.

A encaro tentando esconder o máximo de dor no meu rosto. Minha mãe não pode descobrir que estou prestes a ter outro ataque de pânico por causa da minha ex-namorada, tenho que me mostrar firme perto dela.

Respiro fundo.

— Brigamos, — confirmo suas conclusões — não foi nada demais daqui a pouco eu ligo pra ela e nós resolvemos — minto.

— Se quiser podemos conversar sobre isso — propõe e eu dou risada nasal, seus olhos analisavam meu rosto.

A última coisa que eu faria era conversar com a minha mãe sobre meus problemas. Como estou me sentindo esgotado de tudo, como as coisas acumularam dentro de mim e como não estou suportando mais nenhum segundo.

— Não — nego com a cabeça ainda rindo daquela proposta.

Finalmente ela recua e vai até a porta.

— Vou chegar tarde hoje, — avisa prestes a sair do meu quarto, mas como se lembrasse de algo ela se volta pra mim de novo — Ah! Eu e seu pai vamos jantar — seus olhos brilham, a esperança tá praticamente estampada na sua testa.

Pelo menos meus pais tem chances de se acertarem de uma vez por todas, tenho medo de vê-los distantes novamente, não suportaria ver minha mãe sofrendo. Ela ainda o ama e saber que ele não liga pra ela é uma verdadeira droga.

Entro no banheiro e tomo uma longa ducha quente para tentar limpar todos meus pensamentos. Diante do meu closet, faço uma nota mental do que vou vestir — uma calça de moletom cinza e uma camisa simples preta — me visto e me jogo na cama sem pensar duas vezes.