Cinquenta e sete - Mason

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ÚLTIMO CAPÍTULO

Mason Cooger

Por conta da quantidade de bebidas que compramos serem nem a metade do previsto para o número de pessoas convidadas terem sido ultrapassadas e agora além da High Serafins inteira estar falando em ir o colégio do time adversário resolveu ir também na festa, quem foi o imbecil que convidou eles ninguém sabe, mas parece que a notícia foi espalhada de boca em boca. Eu e Neal mal saímos da escola e fomos direito o para sua casa que fica do outro lado do rio próximo a propriedade dos Brench para pegar mais bebidas.

É impressionante que essa seja a primeira festa que eu estou encarregado depois da morte de Lauren, aquele sentimento idiota que ela vai aparecer a qualquer momento ainda queima dentro de mim. Acho que ele nunca vai me abandonar por completo.

— Você já passou aqui antes né? — Neal pergunta preocupado, me deixando surpreso pela sua coragem em retomar esse tema comigo.

Olho pela janela e avisto de longe a placa do rio Syfis. Meus pensamentos estão tão longe, que mal percebi que estamos nessa droga de rua que tirou tantas coisas de mim. Respiro fundo e encaro Neal forçando um expressão tranquila.

— Não merda — respondo um pouco rude, odeio que as pessoas sintam pena de mim.

— Se quiser podemos cortar volta...

— Aqui é o caminho mais rápido, não precisa rodar a cidade por minha culpa.

Ele  assente hesitante e acelerá o carro entrando na ponte.

— Meu primeiro beijo com Lauren foi ali — aponto com o dedo para seu lado na direção de uma árvore grande, talvez a maior de todas desse lugar. As cenas da gente olhando para o rio rodam minha cabeça como um maldito filme.

— Aqui estamos dona Lauren — olhei ao redor e senti a brisa do vento gelado bater na minha pele e aquele cheiro da água com terra molhada.

Ela permaneceu olhando para a água que passava na frente dos nossos olhos, ainda de costas para mim.

— Esse rio é tão grande, ele corta a cidade toda — ela disse sem tirar os olhos da água.

— Já viu onde ele acaba? — ela negou com a cabeça — meu pai me levou lá um vez, ele vai até umas fazendas distantes da cidade. Perto da nossa casa de campo.

Silêncio.

— Porque você me chamo...

Não consegui terminar, porque ela se virou num movimento brusco e selou nossos lábios em um beijo, me pegando totalmente de surpresa, respondendo de imediato a pergunta que tinha em mente.

Sorrio ao lembrar de tudo isso com tanto detalhe.

— Me lembro do dia que você chegou na escola comemorando o lance. "A garota mais linda da cidade” — ele ri sozinho ao lembrar da cena.

Passamos no lugar exato onde aconteceu o acidente. Seu grito ecoa na minha cabeça, já esta doendo muito relembrar desses momentos tão vivos, mas agora... Meu peito grita por saudades e culpa, sinto uma vontade imensa de descer do carro. Mas me controlo, ainda bem que Neal é quem dirige. Algumas lágrimas escapam dos meus olhos, limpo rápido antes que ele perceba.

Meu Destino #1Onde histórias criam vida. Descubra agora