Quartoze - Mason

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Mason Cooger

A primeira vez que vi os Brench foi em um jantar comemorando o aniversário da empresa, eu era pequeno e só queria saber de correr pelo salão atrás dos meus amigos deixando minha mãe maluca atrás. Logo no primeiro contanto visual os dois e o resto da família me olharam como se eu fosse alguma doença contagiosa e eu não consegui entender porque tanto desprezo de alguém que nunca fez nada pra eles, não demorou muito para os dois descobrirem que sua filha brincava comigo. Lembro que na época eles fizeram de tudo pra afastar ela o máximo de mim, até mesmo mudar a mesma de classe para não ter nenhuma aula incomum comigo.

No final das contas eles conseguiram o que queriam. 

Desde o momento que os vi, não consegui tirar os olhos deles, só tirei quando Camila perguntou quem era o casal da mesa que eu encarava. Tenho certeza que eles só criaram coragem de vir por minha causa, pra saber se eu teria coragem novamente de pisar meus pés no mesmo chão que eles. À família de Lauren nunca iria perder uma chance de me avaliar, mesmo após a sua morte. Tive sorte e fui cauteloso o suficiente pra conseguir fazer a cabeça da minha mãe pra ela escolher a mesa mais longe de tudo o possível.

Todas as vezes que os olhei eles ainda estavam conversando e a conversa parecia complexa, Fray tá séria e requentada como sempre e Christopher esta com seu porte inteligente. Eles parecem os mesmos, mas falta algo neles, suponho que seja o mesmo que falta em mim.

— Adivinhe só! — minha mãe aparece na minha frente tomando todo o campo de visão e trazendo minha atenção inteiramente pra ela — Seu pai vai demorar um pouco para subir no palco e dizer a ladainha de sempre — ela coloca as mãos na cintura indignada.

Ela olha para mim e suspira, e depois força uma expressão tranquila no rosto e com um sorriso sugere:

— Filho por quê você não vai mostrar para Camila, o mural da empresa?

— Ah, sério? — o desanimo é evidente.
Ela me lança um olhar de repreensão.

— Vai logo. — manda.

Será um grande tédio, mas não custa tentar, tá uma grande merda esse lugar. Agora tenho certeza que toda graça e entusiasmo que sentia a cada evento,  evaporou e não tem uma mísera vontade para mudar isso.

O famoso corredor do mural da empresa não tem movimentação alguma comparado com os outros anos. No entanto ao pisar no lugar tão familiar, sinto um vazio latejar meu peito e uma sensação estranha me invadir, sinto vontade de chorar e gritar. Evito pensar nela, porque aquela dor aumentara. Será que sempre será assim? Todos os lugares que fui com Lauren, quando visitasse me sentiria dessa forma? Será que essa maldita dor nunca vai sumir?

Alguns dos quadros são bem antigos e outros acabaram de ser pintados, minha mãe sempre gostou de arte e deu a ideia de fazer um mural para a empresa com todas as famílias importantes que a empresa mantém laços.

— Pera! Esse é você? — Camila, pergunta com um sorriso empolgado, indo até o quadro maior no fim do corredor.

A acompanho e olho para aquela pintura tão antiga e nostálgica, não contenho uma expressão admirada, sempre a observava com Lauren.

— Ainda bem que o tempo passa — digo analisando minha aparência.

— Que isso, você era uma graça — me elogia sorrindo.

Ela se vira e vai para o quadro do lado, da família Walnay um dos majoritários da empresa.

— Quem são esses? — pergunta enquanto encara fixamente a pintura.

— Walnay — respondo passando o dedo em cima do lugar que esta gravado o sobrenome.

O quadro dos Brench esta quase ao lado e Camila não hesita em parar para observa-los, o quadro deles tá com uma pintura nova, diferente e não tem a filha presente, creio que Fray proibiu qualquer imagem de Lauren na empresa por causa de mim. E eu confesso que até agradeço ela,  porque se visse alguma foto nesse momento de Lauren surtaria e dai a minha vontade de chorar seria o de menos.

— Esse casal é o mesmo da mesa no centro? — pergunta olhando atentamente para pintura.

Concordo com a cabeça.

— Você já... você já olhou para alguém e sentiu que a conhecesse antes mesmo de nascer? — ela me encara.

Arqueio uma das sombras celhas.

— Eu...

— Champanhe senhores? — um garçom me atrapalha.

Ele segura uma bandeja com várias taças. Mesmo sendo menor de idade, junto com outros adolescentes presente no salão, meu pai liberou pela primeira vez bebida alcoólica pra todos. Tenho certeza que ele fez isso por minha causa, e tá me testando pra ver se não tenho nenhuma maldita recaída.

— Não — nego e ele sai.

Volto minha atenção para Camila, disposto a responder sua pergunta esquisita.

— Nunca pensei em ver isso! MASON COOGER negando uma bebida! — escuto a voz do meu primo atrás de mim

Reviro os olhos e me forço a não bufar de raiva.

Viro meu corpo bruscamente ao encontro da sua voz e encaro seu olhar debochado e confiante que logo pausa em Camila que esta de costas para nós dois olhando outro quadro, fazendo o mesmo ganharam um tom mais escuro, seu semblante se torna perturbador, como se aquilo que ele estava vendo não fosse real e tudo desmanaria a qualquer momento, nunca vi ele tão nervoso, seu maxilar esta cerrado e seus punhos estão fechados como se tivesse amenizando a raiva.

Não faço ideia do que tá havendo com ele. Provavelmente deve estar bêbado.

— Camila, é você? — sussurra com a voz carregada, agora seu semblante é sério.

Franzo o cenho.

Que merda está acontecendo aqui... Ele conhece ela?

Observo o corpo de Camila se mexer como se tivesse tomado um choque e logo em seguida ela se vira.

— Victor?

— Victor?

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