Vinte e três - Mason

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Mason Cooger

Minha cabeça lateja e meus olhos mal consigo mantê-los abertos. Mas que droga! Sento na cama e passo minhas mãos pelo rosto e cabelo. Franzo o cenho quando escuto umas vozes vindo do andar de baixo, no começo pensei que fosse meus pais, mas são vozes femininas.

Um flashback me faz lembrar de algumas coisas da noite passada. Eu bebi! Como eu deixei me levar a esse ponto? Como eu pude quebrar a promessa? Afinal, eu não amo Lauren o suficiente para ser capaz de fazer tudo por ela?

O mais frustrante é não se lembrar de quase nada, como eu odeio amnésia alcoólatra. Várias perguntas rodam minha cabeça: Quem me trouxe pra casa? E se minha mãe descobriu tudo e me buscou no bar? Merda! Eu estou morto...

Entro no banheiro, apoio as duas mãos na pia e encaro meu reflexo no espelho. Totalmente acabado, não tem definição melhor para a minha aparência. Em baixo dos meus olhos são visíveis as orelhas, a expressão do meu rosto é casanda e entediada, sem falar no meu cabelo que está uma tremenda bagunça. Tomo uma ducha quente e demorada relaxando todos os meus músculos tensos. Troco de roupa e visto outra calça de moletom e uma camisa simples cinza. O horário já se passava das onze perdi a aula, mas tô nem ai, precisava realmente dormir umas horas a mais.

Saio do quarto com a toalha entre as mãos secando meus cabelos molhados que caia alguns fios pela testa. Nas escadas consigo ouvir melhor o falatório, reconheço de primeiro a voz da minha mãe e depois de... Camila?

O que ela estaria fazendo ali?

— Então você não conheceu seus pais? — escuto a voz da minha mãe ficar mais alta, a cada degrau que eu desço.

Pera então Camila não conheceu seus pais? Como eu deixei passar uma coisa tão importante e se caso minha mãe me perguntasse algum dia e eu respondesse o contrário? Acabaria com o plano.

— Minha tia quem me criou — Camila responde.

Um cheiro maravilhoso de comida invade minhas narinas e meu estômago reclama por fome.

— E ela é boa com você? — minha mãe pergunta.

Silêncio.

— Em alguns momentos sim, mas em ou...

Camila para de falar assim que apareço na porta da cozinha, por mais que parece estranho tive a impressão que de como ela estivesse nervosa com a minha presença. Minha mãe e ela estão sentados nas banquetes em frente a ilha uma do lado da outra e Camila tem um copo com água nas mãos, do outro lado da cozinha no fogão está a cozinheira que minha mãe contratou nova preparando algo.

Por mais que a comida dela fosse boa, sinto saudades de Mabel a antiga babá.

Acordou a bela adormecida — minha mãe brinca me lançando um sorriso animado.

Respiro aliviado, minha mãe não sabe de nada da noite passada. Um peso a menos.

Jogo a tolha no ombro direito.

— Tô morrendo de dor de cabeça — abro os armários a procura de algum remédio.

Ela se levanta.

— Foi dormir muito tarde ontem? — minha mãe indaga abrindo a porta de um armário ao meu lado e me entregando uma cartela de remédio pra dor.

A encaro sem saber o que dizer.

— A culpa foi minha, como eu disse estava com muita vontade de assistir Um amor para recordar — troco um olhar com Camila confuso e consigo ver seu nervosismo.

Meu Destino #1Onde histórias criam vida. Descubra agora