Meu Destino #1

Vinte e cinco - Mason

Mason Cooger

- Filho?

- Oi Kiro - minha voz sai rude, como eu esperado.

Ando de um lado para o outro no gramado em frente a minha casa.

- Aconteceu alguma coisa? Pra você estar me ligando... você nunca me liga - ele parece preocupado.

Solto uma risada nasal.

- Adivinha? Minha mãe passou mal porra, e foi parar no hospital por sua culpa.

- Ah, por favor Mason... Se eu soubesse que Emma, iria passar mal, pelo o que eu imagino que seja, não teria aberto o processo - ele tenta explicar com cautela.

Solto outra risada nasal enquanto passo uma das mãos pelo fios do meu cabelo. Eu sabia que esse dia algum diria iria chegar, porém não imaginava que seria justo no pior momento da minha vida.

- Você fez essa merda toda de propósito...

- Não, eu realmente não fiz, garoto. Eu fiz isso por que precisava por um ponto nessa história. Quando você se casar vai saber como é, ainda mais se casar com a pessoa errada - ele suspira do outro lado da linha - Eu e sua mãe nos casamos talvez muito cedo, eu gostava dela e todos os meus amigos já estavam arrumando suas vidas. Ela ficou grávida de você quando ainda namorávamos e eu queria um herdeiro mais que tudo, pra mostrar para meu pai o filho espetacular. Seu avô tinha acabado de tirar a Esmeltin dos Brench e eu recém-formado, o queridinho dos acionistas e com um filho na mala, era perfeito para seus planos. Sempre fui o filho querido por causa disso - eu já havia ouvido essa história várias vezes antes, mas não com tanta verdade em poucas palavras - Você um dia vai entender tudo, mulheres são uma doença, e eu não estou a fim de parar no hospital por causa de uma.

Meu pai esta mentindo pra si mesmo e ele vai se arrepender depois. Minha mãe é a coisa mais saudável que ele possuí.

- Fique longe do amor, foque na empresa e nada mais - esse é o dilema da família Cooger da qual tanto escutei falar toda minha vida, não duvidaria se descobrisse que meu avô tinha uma tatuagem com essa frase na bunda. Acho que é por isso que ele e minha avó nunca se deram bem, os homens da minha família tem um histórico com mulheres nota zero e isso me inclui perfeitamente.

Suspiro. Se ele soubesse o quanto eu quero distância de amor...

- Você podia ter tomado um pouco mais de cuidado droga, ela não é um brinquedo. Eu passei muita raiva hoje e não tô a fim de passar mais. Se você for tratar de algo sério com a minha mãe. Me procure antes.

Desligo antes dele falar mais alguma merda e me levar a loucura. Minha cabeça já esta explodindo.

Depois de alguns minutos encarando a rua recebo mais numa ligação e dessa vez é algo que me anima, doutor Holgen faz questão de me ligar e explicar tudo o que aconteceu. Ainda me lembro claramente das suas palavras pela linha do meu celular e tudo confirmou com o que eu li na internet: "O desmaio é comum em momentos de fortes emoções, seja ela qualquer sentimento. Perder os sentidos, faz parte do sistema de defesa do organismo". Mas algo ainda esta vago dentro de mim, e eu tenho que limpar esse sentimento o quanto antes.

Ando rápido em direção de Camila e Victor. Quero que ela entre comigo no quarto da minha mãe, já que foi ela que estava comigo num momento ruim e também um pretexto para ela sair de perto do idiota do meu primo. Eles ainda conversam, por alguns segundos Victor levantou o olhar na minha direção e sorriu como se fosse o dia mais feliz da sua vida.

- Camila - chamo-a, fazendo a mesma se virar rapidamente para o lado.

A expressão do seu rosto confirma minhas especulações, a conversa era séria e havia algum segredo entre os dois. E eu estou disposto a descobrir o que é.

- Vou conversar com a minha mãe, você vem comigo? - olho rapidamente para Victor, que nesse momento ainda prende um sorriso nos lábios e suponho que sua tia não seja a causa.

- Claro que sim.

Flagro Camila quando se levanta, trocando um breve olhar com Victor me fazendo ter certeza ainda mais, que tem segredos entre eles.

O quarto da minha mãe esta todo iluminado pelo os raios do sol, a mesma esta deitada sobre sua cama lendo algum livro bobo. Ela parece bem, muito bem e isso me alivia.

- Que bom que você está melhor, Emma! - minha mãe parou de ler e Camila segura uma das suas mãos, olhando de longe parece que as duas tem uma relação de afeto mútua.

- Desculpa pela vergonha...

- Isso pode acontecer com qualquer um. Não tem do que se envergonhar.

Minha mãe sorri pra ela e aperta uma das suas mãos. Essa cena esta me deixando com náuseas, nunca havia notado antes a que ponto de afeto as duas chegaram.

- Precisamos marca aquele filme de novo - minha mãe diz e Camila concorda com a cabeça - e também de assistir Simplesmente Acontece, você sabe que...

Pigarreio.

As duas olham de imediato pra mim, como se tivessem acabado de lembrar da minha presença no quarto.

- Estava pensando... - me a próximo - que uma viajem seria legal.

Minha mãe me olha surpresa.

- Mason, vocês dois nem entraram de férias ainda - minha mãe me lembra, desconsiderando a ideia.

Reviro os olhos.

Aposto que se fosse Camila dando a ideia, ela aceitaria numa boa.

- Tem o recesso do feriado - Camila solta entrando no assunto e minha mãe concorda com a cabeça abrindo um sorriso.

Eu disse...

- Mason, você quer ir exatamente para onde com uma semana de férias. Serafins City? - minha mãe zomba rindo, não botando nenhuma fé.

- Acertou.

O queixo da minha mãe cai.

- O que!? - ela grita confusa.

- Mãe, o jantar foi lá. Não vejo nenhum problema, com a gente ficar na casa de campo- argumento.

- Mas você não vai se incomodar de voltar para lá? - minha mãe pergunta preocupada e ao mesmo tempo admirada.

Droga, esta sendo mais difícil de fazer a cabeça da minha mãe do que eu imaginei.

- Eu nunca fui em uma casa de campo... - Camila conta e na hora ela ganha toda atenção da minha mãe - Já que perdemos o dia de Ação de Graças, nada como o Natal pra recompensar.

Franzo a testa, me segurando pra não rir. Minha mãe pode considerar Camila muito, mas até parece que ela entraria nesse papinho furado.

- Tá bom. Eu aceito - minha mãe abre os braços sorrindo, Camila da pulinhos de alegria e eu permaneço parado com a boca aberta incrédulo - Esse Natal será inesquecível!

Enquanto as duas sorriem uma pra outra e comentam sobre suas ideias para a casa de campo, reparo na forma em que a minha mãe olha para Camila e depois para mim. Uma ideia me invade meu pensamento. Acho que descobri uma salvação para tudo isso.