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7.2

GEMMA POV'

Descemos ás escadas, Kendall vem logo atrás cantarolando uma música que me parece familiar. Chegando na cozinha, abro a geladeira pego duas cervejas, entrego uma para Kendall, abro a minha e dou um gole.

Apesar de Kendall sempre parecer despojada e totalmente sem vergonha, no momento ela está quieta demais, o que me deixa alerta.

- Está tudo bem com você?

Ela põe a cerveja no balcão, senta no banco e sorri ligeiramente.

- Sim. Por que não estaria?

Pego a pipoca e ponho no micro-ondas. Um silêncio constrangedor toma conta do lugar, Kendall apenas  olha atentamente para seu dedo polegar deslizando pela garrafa.

- Quer ouvir música? - Antes dela responder vou até a sala e ligo o som, a música Mi gente começa tomar conta do silêncio que reinava na casa. Volto para cozinha e me deparo com Kendall fussando a geladeira, inclinada com a bunda empinada, seu short curto deixa que a poupa da sua bunda apareça, não pensei duas vezes antes de passar por ela e dar uma palmada.

- Se estava com fome era só falar.

Digo encostando-me no balcão. Ela levanta, fecha a geladeira e haje como se eu não tivesse acabado de bater na sua bunda.

- Falando sério, não quero pipoca. Vamos pedir uma pizza, na sua geladeira não tem nada de bom á não ser a cerveja.

- Okay. Por que não disse antes? Você com fome é a coisa mais deprimente do mundo.

- Se não quer me ver com fome, me alimente. -  Ela desliza seu dedo indicador na boca da garrafa, da um gole e morde o lábio.

- Tá, qual sabor de pizza você quer? - Digo caminhando até o micro-ondas para tirar a pipoca de lá, pego meu celular no bolso.

- Calabresa.

Não demora muito para uma voz feminina começar a falar ao telefone, faço meu pedido e então desligo.

- Vai demorar uns quinze minutos.

- Quanta demora. - Kendall bufa fazendo careta, parecendo até uma criança birrenta. Ela senta no banco novamente, mas uma vez ela empina a bunda. Então, ela começa a se remexer e a cantar junto com a música. Pego o saco de pipoca e minha cereja, levo até a sala e coloco sobre a mesa de centro. Poucos segundos depois Kendall chega com batatas chips.

- Encontrei isso - Ela sacode a pacote no ar, enfia uma batata na boca, depois mais um gole de cerveja.

- Eu amo essa música. Diz ela.

Ela começa dançar, seus quadris balançam no ritmo da batida, eles sobem e descem. Ao perceber que eu a observo dançar, Kendall faz o favor de rebolar, gira e fica de costas para mim, seus quadris continuam mexendo num ritmo alucinante.

- Vem dançar comigo. - Ela me puxa pela mão fazendo-me sair do sofá rapidamente.

[...]

Depois de três cervejas continuamos dançando, o suor escorria pela testa de Kendall mas ela não se entregava ao cansaso e continuava a dançar, já eu me jogo no sofá tentando recuperar o fôlego.

- Eu nunca dancei tanto assim. - Digo amarrando meu cabelo na tentativa de aliviar o calor.

-Você nunca foi numa balada, Gemma? Por que lá as pessoas dançam a noite inteira.

-Sim, já fui. Não passei quinze minutos lá.

- Falando nisso, já passaram mais de quinze minutos e nada de pizza chegar.

- Relaxa, deve ser o trânsito que tá péssimo.

Kendall apenas sorrir. Eu não a conheço o suficiente mas conheço uma pessoa bêbada. Observando ela dançar, fico rindo de como ela está tão animada e leve, totalmente dispersa.

A música para, Kendall protesta mas não demora muito para música Guys my age começar a tocar.

- Minha música. - Levanto do sofá num pulo, cantando. No mesmo instante Kendall desaba no sofá.

- Por que sentou?

- Por que você vai dançar para mim agora.

Tomo a última gota de cerveja que tem na garrafa, ponho o casco na mesa.

- Sem chances. Eu nem sei dançar.

- Tem tanta coisa que você diz não saber, Gemma. Você parece tão ingênua, mas eu sei que você não é essa santidade toda. Me mostra seu lado mais safado.

Kendall me devora, seus olhar paira sobre mim, entregando o seu desespero para que eu faça o que disse.

- Guys my age don't know how keep me.

Canto olhando para seus olhos castanhos. Caminho até ela, abaixo-me, fico sustentada nos joelhos diante dela. Kendall se inclina para frente fazendo nossos rostos ficarem bem próximos. Ela me encara e eu sustento seu olhar, dou um sorriso de lado, levanto sem quebrar o olhar entre a gente.

- Se você quer isso...

Sem perder tempo subo no seu colo, colocando uma perna de cada lado.

- Achei que você fosse me fazer implorar por uma dança no colo.

- Implorar não faz o meu estilo.

Começo a levar meus quadris no ritmo lento da música, com movimentos repentinos, de trás para frente.  Ela continua a me olhar, não deixo seus olhos por um instante se quer.

Meio estranho mas, vagamente minha consciência me leva até meus pais, eles que queriam me deixar com alguém maior de idade e responsável, mas me deixaram com a Kendall, e só tenho a agradecer por isso.

- No que está pensando?

- Em como meus pais foram enganados por um sorriso simpático.

- Espero que esteja falando de você. Kendall sorrir aquele mesmo sorriso simpático.

- Eu não engano ninguém. - Digo enquanto seguro o seu queixo.

- Disso eu sei.

Kendall, desliza sua mão na minha coxa, trassando um caminho até minha cintura e então a agarra. Seu rosto está na altura dos meus seios, lábios entreabertos deixando sua respiração quente bater contra minha pele. Levo minha mão até sua nuca, ela levanta a cabeça, lá estão aqueles olhos castanhos brilhando para mim, seu desejo é tão nítido quanto o meu. Aproximo meu rosto do seu, mas não nos beijamos.

A música acaba, porém Talking Body de Jeremy começa a tocar no momento certo. Nós duas sorrimos.

Então mexo meus quadris, rebolando lentamente no seu colo. Suas mãos descem até minha bunda. Ela olha para baixo e balança a cabeça.

- O que foi? - Pergunto sem entender nada.

- Esse seu short está atrapalhando, acho melhor tira-lo.

Sem protestar, saio do seu colo pronta para tirar o short quando a campainha toca.

- Quem é? - Grito mesmo sabendo que quase não da pra ouvir do outro lado.

- Foi aqui que pediram pizza? -  Responde a voz masculina do lado de fora.

Kendall protesta, parece está brava.

- Maldita pizza.

- Não era você que estava com fome?