Capítulo 12 - Eu te amo!

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Esse capítulo vai em especial pra minha ameaçadora favorita que está de aniversário ❤ Parabéns vilma34

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[Nicolas]


Relações em si são um tanto quanto complicadas, engana-se quem acha que o tempo todo é um mar de rosas. É preciso ter maturidade, eu mesmo, embora fosse muito consciente de tudo, tive que aprender isso a força. Você não chega e simplesmente vive a dois sem ter que passar por obstáculos, obstáculos esses que são postos a nós diariamente. É preciso saber lidar bem com a convivência, com a rotina, nossas responsabilidades e também estar preparado para algumas crises que irremediavelmente vão surgir. Príncipes e princesas não existem, somos todos de carne e osso e vamos derrapar em algo, uma hora ou outra. Mas, apesar disso, as relações são algo de mais belo que os seres humanos podem cultivar entre si, o sentimento compartilhado deve sempre tomar a frente de toda e qualquer barreira que surgir. É isso que é viver a dois, é isso que se chama de relacionamento.

-Nicolas? Tô falando contigo, tá ouvindo? - Luan chamou minha atenção parecendo não estar muito feliz em ter que fazer isso.

-Desculpa. Estava lendo - Expliquei a ele, baixando meu jornal e encarando-o. - O que foi?

-Quantas aulas você vai dar hoje?

-Três, eu acho. Mas elas não são seguidas, então não vou chegar tão cedo assim. Por quê?

-A gente podia combinar de sair pra algum lugar depois que nós dois voltarmos pra casa, né!? É bom pra sair um pouco da rotina. - Ele sugeriu.

-Claro. - Respondi concordando, naquele momento era tudo que nós mais precisávamos. - Voltar de onde? Pra onde você vai mesmo?

-Você ultimamente anda muito desligado, hein - Ele me observava minimamente ao me responder aquilo, por reflexo, eu larguei a xícara de café de lado e parei tudo para olhá-lo. - Eu não te disse que ia à editora hoje pela manhã? Eles me chamaram pra conversar.

-É verdade, havia me esquecido. O que você acha que é?

-Não sei, mas to sentindo coisa boa.

Respondeu animado e carregando consigo a espiritualidade que era marca registrada dele. Foi impossível não lhe corresponder e lembrar que foi isso que me fez ceder as suas investidas há uns anos atrás, ele sempre mantinha consigo aquela áurea iluminada, feliz e por muitas vezes acabava me tirando do buraco que me consumia. Acabou que no final das contas, eu percebi que cada vez mais ficava ansioso por nossos encontros, as vezes que o procurava não era mais pra me lamentar e apenas curtia sua presença sem me remoer com mais nada.

-Mais um motivo pra gente sair pra comemorar então. Te ligo a hora que eu sair, tá!?

Falei, terminando de tomar meu café e me levando da mesa porque já estava no meu horário. No meu caminho, ouvi algumas músicas aleatórias no rádio e tentava me preparar psicologicamente pras aulas que viriam a seguir, eu sempre fazia esse exercício, embora soubesse que cada dia era um dia e no final não adiantaria muito.

-Todo mundo pra dentro.

Disse assim que pus os pés no pátio do colégio e vi uma porção de jovens, que eu reconheci sendo meus alunos, sentados fora da sala.

-O sinal ainda não bateu, professor. - Um deles me alertou bastante prepotente.

-Vocês não vão ter que entrar de qualquer forma? Pra que então ficar enrolando um ou dois minutos?

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