Capítulo 3

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Enquanto seguimos de carro pelas ruas movimentadas de San Francisco, eu contei à Juliette que Gil, Lucas e as meninas mandaram muitos beijos e abraços para ela. E ainda lhe revelei a novidade do momento: Pocah e Kerline estavam namorando.

- Mentira, Sarah!

- Juro que não. A própria Pocah veio me contar há três dias. Ela e a Ker começaram a se aproximar há dois meses devido serem da mesma turma de um curso aí que a Pocah iniciou. E há uma semana estão namorando.

- Que doido! - Juliette riu e eu também. Depois sussurrando, minha namorada complementou: - Nossas ex's juntas.

- Quem diria! - era meio doido mesmo. — Ah! Minha mãe também te mandou beijos e disse que se não fosse pela exposição que ela está organizando, viria comigo passar uns dias aqui.

— Puxa, ia ser bem legal se ela tivesse vindo. Mãe, a senhora ia se dar muito bem com a tia Abadia. Ela é dez!

— Deve ser mesmo pra você falar assim dela. Acho que ela é o único adulto além de mim, do seu pai, seu padrinho e nossos poucos familiares, que vejo você gostar tanto desse jeito.

— Mas é porque ela super legal. E o Phil, como ele tá, Sah?

— Tá bem e te mandou também lembranças e beijos.

— Você e ele como tá?

— Estamos bem. Ele tem sido um bom amigo e padrasto maneiro.

— Que bom que você e ele tem se entendido e que você já o aceitou de vez. Já tá até chamando-o de padrasto.

— Porque ele é isso, né? E em breve, vai ser oficialmente, tá?

— Não! Sua mãe e ele...

— Vão se casar!

— Casar?

Assenti. À princípio, eu não curti muito essa idéia de casamento. A meu vê era cedo demais para isso! Mas depois me dei conta de que minha mãe gosta de verdade do Phil e vice-versa, e assim concordei com aquilo. Até porque, possivelmente eu virei embora para a Califórnia, e minha querida mãe ficaria sozinha em casa. Então seria melhor, ela casar mesmo com o Phil.

Eu ficaria menos preocupada, sabendo que tem alguém morando com ela e cuidando dela, do que saber que minha mãe está vivendo sozinha naquela casa enorme que é a nossa. Por isso, dei o braço a torcer naquela história de casamento que fui informada na semana passada. E já estava acertado que eles iam oficializar as coisas antes de eu partir de Vegas para a Califórnia. Caso eu não fosse aceita na UCLA - o que eu achava improvável de acontecer -, eles deixariam para casar daqui há uns meses. De qualquer forma, eles casariam.

— E quando eles pretendem casar?

— Isso vai depender de uma coisa aí.

— Que coisa?

— Não posso dizer ainda.

Eu queria ter primeiro certeza de que eu estava aceita na UCLA para assim, contar a Juliette aquilo. Minha mãe ia me ligar dizendo quando chegasse a carta semana que vem.

— Por que não pode dizer?

— Porque é surpresa. - dei um beijo no rosto dela.

— Ah, não, Sarah! Me conta, vai!

— Juliette, ela já falou que é surpresa. Não seja insistente, filha. Surpresa é surpresa. No momento certo sua namorada te conta, não é isso, Sarah?

— Exatamente, Fátima.

— Que saco! Mas não vai demorar muito pra me contar, né? Você sabe que paciência não é meu forte.

San Francisco - Versão SarietteOnde histórias criam vida. Descubra agora