Capítulo 16

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— Tá aqui, Arthur, as chaves do seu carro. Valeu pelo empréstimo. - agradeci, depositando o molho de chaves na mão do rapaz.

— De nada, Sarah! Mas o meu neném tá inteiro e sem arranhão, né?

Antes que eu respondesse, Juliette fez isso.

— Claro que tá, seu besta. Se quiser vai lá conferir.

Arthur apenas sorriu da minha namorada e seu instável humor.

Depois Juliette perguntou pelos pais e Arthur nos informou que eles estavam no quintal com Marta.

Ju e eu seguimos para lá.

Tão logo nos viu, Lourival soltou um: "Até que enfim chegaram!".

— Voltamos no horário que eu disse que voltaríamos, pai.

— E por onde andaram depois do cinema?

— Lourival larga a mão de ser intrometido, homem.

Dona Fátima o recriminou, lhe acertando um tapa de leve no braço, fazendo Juliette, eu e Marta rirmos.

— A gente ficou passeando pelo play perto do cinema, pai. Satisfeito?

Vimos o pai dela apenas assentir nada contente. Depois ele disse que ia ao centro comprar umas coisas.

— Ele estava apenas esperando vocês chegarem pra ir comprar umas tintas pra pintar a cerca para a comemoração do dia de Ação de Graças.

Fátima nos contou, rindo assim que seu marido tinha saído dali.

— Mãe o papai já tá demais. Conversa com ele DE NOVO sobre essa marcação toda em cima da gente, por favor.

— Eu falei pra ela relevar como eu tô fazendo, Fátima.

— Não tenho essa paciência toda, Sarah.

Marta e Fátima riram cientes que aquela era a mais pura verdade. Eu também sabia muito bem disso.

— Vou falar com ele. Também acho que o Lourival já está passando um pouco da conta. Acredita que ele passou o dia todo desde que elas saíram, grudado no celular, Marta?

— Ah era por isso?

A tal Marta caiu na risada.

— Sim!... Eu vou falar com ele, ok? Vocês não são crianças e sim, duas adultas. E namoradas! Ele tem que pôr isso naquela cabeça dura dele.

***

Devidamente pronta para o jantar de logo mais com meus sogros e Juliette, eu me encontrava na varanda da entrada da pousada, observando há certos minutos o céu estrelado ornado com uma linda e prateada lua cheia, quando senti alguém se aproximar e parar ao meu lado. Era Lourival.

— Já pronta?! Achei que fosse que nem Fátima e Juliette que demoram uma vida pra ficarem prontas.

- Não. Eu sou rápida para me arrumar.

- Tô vendo. E que bom, que seja rápida.

Apenas assenti e voltei a minha atenção ao céu bonito que fazia aquela noite.

Em silêncio Lourival e eu ainda esperamos por mais alguns minutos até vermos, primeiramente Fátima aparecer ali em um vestido amarelo. De canto de olho notei meu sogro ficar olhando todo abobalhado para a esposa e depois sorrir, elogia-la e por fim perguntar por Juliette.

Minha sogra nem teve tempo de responder, pois Juliette apareceu ali e quem ficou olhando abobalhada dessa vez foi eu. Minha namorada estava linda! Na verdade, ela já é linda, mas estava mais ainda em seu vestido comprido preto com flores brancas e de alças finas. Os cabelos estavam presos em um rabo-de-cavalo e no rosto uma maquiagem leve. Não sei o que ela calçava, pois seu vestido comprido cobria os pés, mas devia ser um sapato baixo.

San Francisco - Versão SarietteOnde histórias criam vida. Descubra agora