— Seu pai sabe que você está aqui no quarto comigo? - arrisquei em saber após a gente trocar um beijo mais caloroso e nos acomodarmos a cabeceira da cama, com Juliette em meu colo.
— Por que a pergunta? Por acaso tá com medo dele aparecer e nos pegar assim? - ela exibia um sorriso debochado e ao mesmo tempo divertido.
— Não exatamente. - menti. Óbvio que eu estava com medo em sermos flagradas pelo pai dela, mas ela não precisava saber. - Ele me disse que não quer nós duas sozinhas no quarto, Juliette, e eu não quero criar problemas com seu pai por isso.
Ela caiu na risada.
— Qual é a graça?
— Você que diz não estar com medo do meu pai, mas tá aí se borrando de medo sim.
— Não é bem medo. É respeito.
- Sim, Arthur.
Franzi o cenho e fechei a cara.
- Juliette, eu estou na casa do seu pai. Tenho que seguir as normas dele. Não se trata de medo e sim, de respeito. - justifiquei.
— Mas que namorada certinha demais eu fui arranjar, eu hein.
Não gostei nada do jeito como ela falou isso.
— Não está satisfeita? Porque se não estiver, eu te deixo livre pra arranjar alguém mais errada que a 'certinha' aqui.
— Ei! Eu não falei pra te ofender. Foi uma brincadeira. Pára de drama, Sarah!
— Não é drama. Se acha ruim uma garota certinha como eu, então o melhor é você procurar uma que seja o oposto de mim. Certamente, ela combinará mais com você do que eu.
— Ah, não! Eu não tenho vocação pra essa briguinha boba, não. Sério!
Juliette saiu do meu colo tão logo disse isso.
— Ninguém tá brigando aqui, Juliette. - rebate, levantando da cama logo em seguida à Ju. - Só tô comentando algo...
— Eu fiz uma brincadeira, Sarah. - ela disse me interrompendo. - Agora se você não gostou, me desculpa. Ok? Não achei que um simples comentário fosse causar um...
Eu não deixei mais que ela continuasse falando e lhe dei um beijo, que ela correspondeu no ato.
— Desculpas aceita. - murmurei para a Juliette após o beijo terminar alguns segundos depois de ter iniciado. - E também peço desculpas pelo que eu disse. Além do mais, nada a ver a gente ficar perdendo tempo nesse... estresse todo, sendo que acabei de chegar e a gente estava meses sem se ver, não é?
— Foi você quem começou se estressando toda, por um comentário em tom de brincadeira.
É verdade. Só que aquele comentário em tom de "brincadeira" que ela fez de mim, eu não vi com bons olhos, por isso o meu estresse. Mas deixa quieto que é melhor.
— Foi mal. Assunto encerrado, pode ser? Não quero ficar em clima ruim com você.
Três meses e agora que acabei de chegar, a gente já ia ficar nessa birra? Não. Eu não vim aqui para me desentender com ela. Vim para matar a saudade, namorar e fazer coisas que por uma tela de computador a gente não pode fazer esse período em que passamos separadas.
— Nem eu quero ficar nesse clima com você, sua chata. - ela golpeou meu braço.
— Olha quem fala.
A gente sorriu e trocou outro beijo.
— E pra sua informação meu pai não está em casa. Ele saiu poucos instantes depois de ter conversado com você. Foi atrás de um encanador pra terminar de ajeitar a torneira que ele não conseguiu consertar. E eu aproveitei pra vim aqui te ajudar com a mala e saber se você tinha gostado do quarto. E antes que pergunte, minha mãe sabe que estou aqui.
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San Francisco - Versão Sariette
FanfictionLIVRO 2 Em uma bela cidade do norte da Califórnia, o reencontro da "quatro olhos" com sua "garota insuportável". Serão dias de momentos fofos, românticos, engraçados e de um sogrão ciumento e casca grossa, que fará marcação cerrada em cima da nora...