Capítulo 22

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Ao nos ver, Lourival veio de imediato até a gente e quis saber onde estávamos, pois não nos via há um tempão. Exagerado nada! Se tinha uns dez ou quinze minutos que ficamos fora dali foi muito.

- A gente estava lá dentro pai.

- Fazendo o quê se todo mundo está aqui fora?

- Não estávamos fazendo nada de mais, Lourival. Só entreguei um presente antecipado de Natal para a Ju e ela me entregou o dela.

- E não podiam ter feito isso aqui na frente de todos ou então em outro momento?

- A gente queria privacidade, pai.

- Privacidade pra se agarrarem também, né? Olha, Sarah, não faça eu me arrepender de ter falado aquelas coisas a seu respeito. E nem pense que só porque disse aquilo tudo, agora tá tudo liberado.

Doce ilusão minha achar aquilo.

- Jamais ia pensar isso.

- E o que você deu de presente a minha filha?

E lá vamos nós para uma provável chiadeira dele ao saber qual foi o presente.

- Sarah me deu esse anel de compromisso, pai.

A cara que Lourival fez foi impagável demais. Tive até que me segurar para não rir na frente dele e ser mal interpretada, com ele achando que eu estivesse zombado dele.

- Você pediu minha filha em casamento?

Ele tinha uma expressão incrédula e arriscaria até em dizer, que era assustada também.

- Não! É só um anel de namoro. Ainda somos jovens demais pra casar. - expliquei e vi uma nuvem de alívio pairar sobre sua expressão.

- Com certeza são jovens mesmo, principalmente a minha filha. Se quiser casar com ela é só quando a Juliette tiver mais de trinta, quase quarenta.

- Mas pai, eu já vou tá velha assim.

- Melhor ainda. Ela não casa com você.

Lourival saiu dali com um sorriso debochado e na maior tranquilidade.

- Já entendi de onde veio o seu humor instável. Ele veio do seu pai.

Juliette me socou o braço.

- Engraçadinha!

Eu apenas sorri e abracei minha namorada em seguida.

Trinta... Quarenta... Seja lá qual for a idade que ela tiver, eu me caso com aquela insuportável no futuro.

A comemoração de Ação de Graças foi até bem tarde, quando o último convidado foi embora e o último hóspede subiu para o quarto dele. Depois disso, Fátima, Lourival, Juliette, eu, minha mãe e Phil demos uma ajeitada rápida nas coisas ali e fomos dormir.

***

- Sarah acorda!... - ouvi a voz da Juliette me chamar longe, mas achei que fosse sonho. - Anda, sua preguiçosa, tá na hora de acordar. - outra vez a voz dela só que agora estava mais perto.

- Hum... - resmunguei.

- Sarah Carolline. Acorda!

Fui chacoalhada e abri os olhos ainda morrendo de sono.

- Juliette o que faz aqui no meu quarto?

- Te acordando, não está óbvio?

- Que horas são?

- Sei lá... Acho que nove e pouco.

- Eu ainda tô com sono e quero dormir. Me dá mais alguns minutos, vai. - resmungo, fechando os olhos.

San Francisco - Versão SarietteOnde histórias criam vida. Descubra agora