Capítulo 8

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Juliette e eu retomamos a nossa caminhada em direção aonde ficava a pousada da família dela. Mas no meio do caminho, minha namorada propôs de tomarmos uma água de côco no quiosque do padrinho dela.

O sinal de alerta já piscou na minha cabeça.

Lá era onde a tal Vitória trabalha. Será que logo no meu primeiro dia ali já ia conhecer a tal surfista, ex da Juliette?

E será que ela nem se tocou disso?

Ou estava me levando lá de propósito?

A julgar pela forma natural com a qual ela propôs aquilo, certamente a resposta para as duas questões era: não!

Seguimos até o quiosque e eu não comentei nada a respeito da tal surfista estar por lá. Se tivesse até que seria logo bom para conhecer de uma vez a fuça da garota.

Chegamos em frente ao tal quiosque, que na verdade era uma grande barraca, e com Juliette seguindo à minha frente, nós entramos no lugar. Algumas mesas daquelas de plásticos na cor branca estavam dispostas com alguns poucos clientes pelo espaço do estabelecimento. Não havia muita gente. Talvez por já estar quase escurecendo o movimento era de poucas pessoas.

Alguns poucos passos e nós chegamos ao balcão do lugar, onde um homem alto, de pele morena, cabelos escuros e que devia ter na faixa dos quarenta e poucos anos de idade, sorriu para nós, ou melhor, para Juliette.

- Olha só quem resolveu aparecer?! Se não foi a minha afilhada preferida.

O homem disse a minha namorada que sorriu enquanto se acomodava em uma banqueta que havia ali próximo do balcão. E eu a imitei, sentando-me ao lado de Juliette.

- Até parece que o senhor tem outra afilhada além de mim, padrinho.

- Justamente por você ser a única afilhada que tenho, é que se torna a preferida ora bolas!

Observei o homem mais velho comentar com um sorriso. Depois disso, ele deu um beijo na testa da Juliette quando a mesma se inclinou para abraçá-lo. Logo em seguida, ele olhou para mim. Ao notar seu olhar interrogativo, minha namorada então tratou de me apresentar à sujeito.

- Padrinho essa é a Sarah. Ela é minha namorada. Sarah esse é o Paul, meu padrinho.

Estendi a mão para cumprimentá-lo e com um sorriso desconfiado, ele aceitou meu cumprimento sem nenhuma demora. Coisa totalmente contrária do pai da Juliette.

- Olá, Sarah!

- Olá!

- Nunca te vi por aqui antes.

- É que eu não sou daqui. Moro em Las Vegas.

O sujeito então me encarou e me analisou... Analisou... Analisou bem para depois olhar para Juliette.

- Essa sua namorada não é dessas que vocês jovens de hoje em dia costumam arranjar na internet, não né Juliette?

- Qual é Paul?! Eu não sou de arranjar namorada pela internet.

- Então como vocês se conheceram se ela nem é daqui?

Tomando a frente, eu me adiantei a Juliette e tratei de responder a pergunta feita pelo padrinho dela.

- Ela ficou na minha casa quando foi passar as férias em Las Vegas. Foi assim que a gente se conheceu.

- Exatamente, padrinho. Esqueceu que fui à Vegas?

- Oh! Pior que eu esqueci! Que cabeça de vento essa minha!

Paul bateu de leve com a mão em sua testa e tanto Juliette quanto eu rimos disso.

San Francisco - Versão SarietteOnde histórias criam vida. Descubra agora