Capítulo 7

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Com um braço agora sobre os ombros de Juliette e um braço dela em torno de minha cintura, a gente já seguia há uns bons minutos em uma caminhada pela orla da praia enquanto conversávamos sobre a cidade, a praia que aquele horário estava com um movimento tranquilo de pessoas e sobre diversas outras coisas.

Era bom está ao lado da minha namorada de novo. Eu estava imensamente feliz por me encontrar ali com ela novamente. E podia ver e sentir nela a reciprocidade do sentimento. Ela também estava feliz com a minha presença ali. Mais que isso, ela estava empolgada, alegre e falante mais até do que o seu normal!

Ao longo da nossa caminhada, paramos algumas vezes para tirar algumas fotos juntas e depois paramos uma vez para comprar um sorvete para a Ju, que acabou dividindo comigo.

— Essa praia me parece bem tranquila.

— Dia de semana, porquê em fim de semana ela fica lotada e adeus tranquilidade. Amanhã que é sábado, vou te trazer na praia de novo e aí você vai ver como essa "praia tranquila" de hoje não vai nem existir. O que você vai encontrar aqui amanhã é muita criança correndo por toda parte, além de cachorros e diversas famílias que vêm fazer piquenique. Ou seja, muito movimento! Fora que tem os surfistas que ficam se exibindo e tal.

A menção da palavra "surfista" já me arremeteu imediatamente, a tal ex de Juliette que ela me contou em Vegas, a qual adorava vê-la só de biquíni e que achava as pernas dela lindas.

Eu não esqueci dessa garota. Vitória! Esse nome ficou gravadinho na minha cabeça. Será que toparia com essa tal de Vitória? Ah, acho que com certeza!

— Sarah!!

— Oi! - olhei com certo susto para Juliette, que me chamou com altivez na voz. - Aconteceu alguma coisa?

— Aconteceu que você ficou muda depois do que eu disse. E nem respondeu a minha pergunta. Que foi? Por acaso tá se distraindo vendo essas meninas circulando de biquíni perto de você, é?

Ela me socou de leve na barriga.

Ah, que saudade dessas cenas de ciúmes da minha namorada!

Sorri e abracei Juliette no meio do calçadão.

— Tá rindo que nem pateta por quê?

Meu sorriso se alargou mais ainda ao notar sua zanga.

— Tinha esquecido o quão engraçada você fica com ciúmes.

A cara de zanga dela se intensificou e mais engraçada Juliette ficou.

— E eu tinha esquecido o quão palhaça sem graça você costuma ser.

Sorri de novo. Parece que sorrir seria a coisa que eu mais faria ali. E sem ao menos dizer nada ou dar tempo à Juliette de fazer isso de novo, eu beijei demoradamente minha namorada e ela me correspondeu no mesmo instante em que minha boca tocou a dela.

— Quer saber de uma coisa? - murmurei a Juliette tão logo nosso beijo acabou. - Eu nem tô prestando atenção nessas garotas circulando de biquíni por aqui. Elas são pra mim tudo homens de sungas.

— Ah, claro! "Homens" bem bonitos que outros homens e garotas lésbicas adoram ficar de olho. "Homens" que estão usando sungas fio dental e que ainda tem peitos salientes, corpo cheio de curvas e falam fino, né?

Seu tom irônico ao falar, fez com que eu pressionasse meus lábios um no outro para conter a gargalhada que senti vontade de deixar escapar ao ouvir essas coisas e ver o escancarado ciúmes de Juliette.

— Você não está conseguindo disfarçar esse ciúme todo, Juliette Freire. Mas ó... Esses "homens" podem até ser assim, que eu nem tô olhando pra eles. Juro! Agora, se fosse você circulando de biquíni, aí eu não tiraria os olhos de você.

San Francisco - Versão SarietteOnde histórias criam vida. Descubra agora