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Um dia antes.
Júlio Narrando.
Eu corria a rua da minha casa com tanta pressa que quase acabei caindo.
Foi quando eu os vi. Carros de policia bloqueando o caminho e ao lado deles uma ambulância que estava parada em frente a minha casa.
Meus pés corriam com mais velocidade e eu quase não ouvi o que o policial falou ao tentar me segurar. Desviei do aperto do primeiro e empurrei o segundo com força para que ele não ficasse no meu caminho. Foi quando a vi, a contagem dos médicos para tirarem seu corpo de chão e colocar em cima da maca parecia um zumbido e eu cambaleei ao perceber que ela estava de olhos fechados.
Morta não. Eu não ia aceitar.
- JÚLIO! – ouvi alguém gritar meu nome.
Mas eu não dei atenção. Empurrei os dois paramédicos que estavam em cima dela e me ajoelhei ao seu lado.
- Por favor, por favor, eu preciso de você! – falei baixo enquanto puxava seu corpo pra perto de mim.
- Júlio... – sua voz veio baixa.
- Não faz isso comigo, por favor, mãe. Não faz isso comigo! Eu preciso de você, eu preciso de você! – gritei desesperado.
Alguém tentou me tirar de cima dela.
A vida a minha volta parecia um borrão. Eu tinha consciência que tinha policial, os paramédicos e algumas pessoas em volta, mas eu só conseguia me concentrar na mancha de sangue que sujava a blusa da minha mãe.
Eu tinha dado aquela blusa pra ela de dia das mães.
E agora ela estava suja de sangue.
Ela levou a mão até o meu antebraço e segurou o mesmo para chamar minha atenção enquanto tentavam me tirar de cima dela.
- Seja cora... – tossiu, cuspindo o resto do sangue. – corajoso.
- Não, não, não! – gritei com raiva quando me afastavam dela. – VOCÊ NÃO PODE FAZER ISSO COMIGO! – gritei.
Alguém me puxou e me jogou contra um capô de um carro.
- FICA CALMO! Deixa os médicos agirem! – meus olhos estavam foram de foco e demorou vários minutos até eu me dar conta que era meu pai que me segurava. – Nós estamos aqui, tudo bem. Tá tudo bem! – falou me encarando.
Mas não estava tudo bem.
- É a minha mãe, minha mãe Marcelo. – sussurrei desesperado.
- Eu sei, Júlio. – falou baixo.
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Doze horas antes.
Àquela terça-feira tinha começado com o céu fechado. Hoje ia cair um temporal daqueles, por isso eu deixei a Alice dormindo na cama ao invés de acorda-la para ela ir pra casa dela.
Minha mãe já estava na mesa quando eu desci.
- Vai cair uma chuva. – ela disse olhando pela janela da cozinha.
- Vai mesmo, tá levando guarda-chuva? – perguntei a olhando enquanto colocava café em uma xicara pra mim.
- Não vai tomar chocolate? – ela perguntou me olhando espantada.
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A Dama e o Vagabundo
RomanceQuantos caminhos errados você precisa seguir até finalmente encontrar a trilha certa? A trilha sonora da vida não toca conforme a vontade de dançar dos jogadores. Júlio não tem nada em comum com Alice. Personalidade distintas; Mundos distintos; Vi...