O iceberg que afundou o Titanic era uma mulher.

88 8 5
                                    

Júlio Narrando.


Joguei minha mala no meu quarto e sorri ao observar a cama desfeita desde a última vez que eu tinha estado ali.

Tinha um pouco de poeira pelo quarto, mas não existia nada melhor que estar em casa.

- Eu amo minha casa. – falei sorrindo e me virei para encarar a Alice.

Ela estava encarando o meu quarto com lentidão.

- Oi, planeta terra te chamando! – falei piscando os dedos.

Ela virou a cabeça na minha direção e eu abri um sorriso.

- Não vai reclamar de poeira? – perguntei ironicamente.

Ela balançou a cabeça em negativo.

- Não. – falou baixo. – gosto de como ele está agora.

Dei de ombros.

- Vai te entender né, mimadinha? – ela me encarou por alguns segundos e abriu um sorriso triste em seguida. – ei, o que foi?

Ela piscou os olhos com surpresa.

- Nada, só estava pensando no quanto vamos sentir saudade desse quarto quando formos viajar. – falou dando de ombros e andou até o meu guarda-roupa ficando de costas pra mim.

Dei de ombros.

- Vamos ter um novo quarto com muitas novas lembranças. – falei a abraçando por trás e aproximando a boca do seu ouvido. – e tomara que sejam lembranças bem quentes. – sussurrei com malicia.

Ela soltou um risinho.

- Tomara que sim. – eu a virei para mim novamente.

- Você tá muito estranha, o que aconteceu? – os olhos da Alice vagaram pelo meu rosto com lentidão.

- Não aconteceu nada. – sorriu. – eu quero fazer um jantar pra você hoje, só nós dois. O que você acha? – perguntou.

Ela estava mudando de assunto, e eu entendia.

Não ia ficar forçando aquela situação quando ela quisesse me dizer o que estava acontecendo eu ia ouvir.

- Eu acho válido se você não for matar a gente com algum veneno. – falei ironicamente.

Ela fingiu uma gargalhada.

- Babaca, vamos ver o que tem aqui. – disse me puxando pra sair do quarto.

- Não tem nada, temos que ir no super mercado. – falei enquanto descíamos a escada.

Quando nós entramos na cozinha tinha umas sacolas de compra pelo chão.

- Quem comprou isso? – perguntei confuso.

A Alice me encarou.

- Eu não fui.

- Fui eu.

A voz masculina me fez virar para encarar meu tio saindo da sala.

- Oi Gabe. – falei sorrindo e fizemos um toque de mão.

Ele me deu um meio abraço.

- Pensei que meu sobrinho estaria com fome quando saísse de hospital. – falou dividindo o olhar entre a Alice e eu.

- É, nós vamos fazer um jantar hoje. – falei puxando a Alice pra perto de mim.

Ela estava gelada e aquilo me assustou um pouco.

Você leu todos os capítulos publicados.

⏰ Última atualização: Nov 13, 2017 ⏰

Adicione esta história à sua Biblioteca e seja notificado quando novos capítulos chegarem!

A Dama e o VagabundoOnde histórias criam vida. Descubra agora