Júlio Narrando.
A Alice tinha razão quando disse que não ia ficar bêbada.
Porque ela simplesmente estava muito louca.
E quando eu digo muito louca, eu quero dizer MUITO louca.
Não podia dizer que o resto do pessoal estava melhor que ela, mas a Alice realmente me preocupou.
- Eu to bem... – falou deitada no meu colo no táxi.
- Aham. – falei acariciando seus cabelos.
- Júlio, tem certeza que não quer que a gente fique com você na sua casa? – perguntou o Michel.
Ele estava abraço com a Bianca.
- Absoluta certeza, Michel. – o táxi parou na frente da minha casa e eu entreguei uma parte do dinheiro ao meu melhor amigo.
- Qualquer coisa liga, mano! – falou de dentro do táxi.
Peguei a Alice no colo e assenti enquanto o táxi acelerava.
- Você consegue ficar de pé? – perguntei no ouvido a Alice que estava com a cabeça jogada pelo meu ombro.
- Sim. – ela sussurrou.
Eu a coloquei de pé e a soltei.
Suas pernas amoleceram e eu a segurei antes que ela atingisse o chão.
- Claro que consegue! – murmurei irritado e empurrei o portão a pegando no colo de novo e fechando o mesmo com o pé.
Eu ouvia vozes dentro da minha casa e pela janela eu consegui distinguir uma cabeça loira.
E na porta eu ouvi a voz do Marcelo.
- Amor, agora seria uma ótima hora pra você fingir que tá bem. – falei no seu ouvido.
Ela soltou um grunhido e eu soltei um suspiro alto.
Abri a porta de casa e bati a mesma logo atrás de mim.
- Falando nele, ele chegou! – falou a Gabe e ele que estava apoiado no arco da sala só virou a cabeça pra olhar.
Seus dois olhos se arregalaram.
- Só um minutinho. – falou e veio até mim. – que porra aconteceu, Júlio? – sussurrou.
- Ela bebeu demais. – falei. – o Marcelo vai me matar!
- Vai dar um banho nela, vou distrair os dois. – falou sério e eu pisquei surpreso.
- Valeu cara. – agradeci de verdade.
- Parece que eles foram se lavar lá atrás porque estavam cheios de areia. – disse o Gabe e eu passei para a escada rapidamente subindo a mesma de dois em dois degraus.
Tirei o vestido da Alice e liguei o chuveiro na água fria.
- Tá gelada! – ela reclamou tentando sair da mesma.
A segurei embaixo da água.
- Não amor, seus pais estão aí. – falei sério.
Ela me encarou.
- Que? – murmurou.
- Alice, você precisa ficar melhor senão o Marcelo vai me matar! – falei desesperado.
Me amaldiçoei mentalmente por ter deixado ela comprar aquela quinta caipirinha.
- Júlio? – uma voz do lado de fora do banheiro me chamou.
VOCÊ ESTÁ LENDO
A Dama e o Vagabundo
RomanceQuantos caminhos errados você precisa seguir até finalmente encontrar a trilha certa? A trilha sonora da vida não toca conforme a vontade de dançar dos jogadores. Júlio não tem nada em comum com Alice. Personalidade distintas; Mundos distintos; Vi...