4- SETE DE DEZEMBRO

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  Fazem seis dias que estamos de férias aqui, fizemos alguns amigos na praia, nadamos e visitamos alguns lugares daqui, como o restaurante mexicano REINO ASTECA. Hoje vamos para a praia ver o mar novamente, fazia três dias que estamos evitando indo pra lá, pois no segundo dia, um homem havia atacado suas pessoas, e todos tiveram que evacuar a praia, a polícia entrou em ação e pelo que soubemos os três acabaram morrendo. Por este motivo não estávamos indo lá, estávamos levando nosso filho para conhecer outros centros turístico para que não se ocupasse com a cena da praia.
  _ Vamos pai, tô com a jaqueta já. - Chris estava usando seu colete de bóia para entrar no mar comigo, ele estava dizendo que adora o mar desde o primeiro dia.
  _ Vamos então, vá chamar sua mãe e diz que estamos indo.
  Ele saiu todo alegre e pulando atrás da mãe para avisar, não demorou para que voltassem os dois de mãozinhas dadas e rindo. Saímos, nossa casa de praia alugada fica dez minutos da praia, fomos conversando sobre coisas boas, e tranquilos, o Chris ia correndo e saltitando como se quisesse ver o mar novamente pela primeira vez. Mas assim que chegamos próximo a calçada da praia, Chris voltou correndo assutado, ele já havia chegado as escadarias, e veio chorando. July pegou ele no colo, eu disse para eles ficarem ali e fui até as escadarias ver o que havia assustado meu filho.
  Meu rosto foi igual o do meu filho, no exato momento que cheguei na escadaria, pude ver a areia do mar e todos que ali estavam, não sei se podia chamar aquelas coisas de gente, mas haviam mais de vinte ou trinta coisas daquelas atacando as pessoas tanto criança quanto mulheres e homens, ambos, estavam com sangue da cabeça aos pés, com partes do rosto ou do corpo apenas na carne viva, não podiam estar vivas, como podiam estar fazendo aquilo?
  Voltei para minha esposa, que continuava em pé no mesmo lugar com meu filho já um pouco melhor.
  _ Vamos sair daqui, isso não parece estar ficando legal. - disse segurando o braço de minha esposa pegando o Chris e voltando pra casa.
  _ O que vocês viram lá? - minha esposa ainda não sabia, ela tem o direito de saber, apensar de ser uma cena feia e assustadora.
  _ O acidente da rodovia, você lembra o que aconteceu? - Queria muito que ela tivesse esquecido aquele acidente, que nada daquilo tivesse acontecido, mas preciso explicar a ela.
  July faz cara de espanto e assustada, parece entebder um pouco da cena, isso me basta apenas pra que ela comece a acelerar mais os passos de volta para casa. Entramos em casa, já no caminho pra cá, havíamos combinado de pegarmos as nossas coisas e sair da cidade. Todos fizemos as malas de uma forma rápida e eficaz, quase meia hora e estamos no carro, pronto pra pegar a estrada de volta.  Assim que abro a porta da garagem pra sair com o carro, três daquelas coisas meio humanas e meio cadáveres entram e vem em direção ao carro. Ativo as travas elétricas das portas, acelero o carro destruindo uma parte da porta, o dono vai ficar uma fera. Mas conseguimos sair sem ser atacados.
  Na estrada, minha esposa fica no banco de trás com meu filho, eu tento sair o mais rápido da cidade, mas as ruas estão um caos total. Carros destruídos, abandonados em meio as estradas e acabam impedindo que continuemos o caminho de carro. Olho para ver se há alguém por perto, desço e minha família me segue fazendo o mesmo, pego uma mochila com mantimentos e corremos em direção norte na estrada, ainda caminho de volta. Talvez mais pra frente a pista esteja aberta e tenha um carro abandonado que possamos pegar para continuar. Corremos, olhavamos para trás a todo instante pra ver se estávamos sendo seguidos, mas não havia ninguém por ali, apenas os carros batidos e abandonados. Já conseguia ver a pista livre mais a frente, o alívio de ver a pista limpa já era satisfatório.
  Mas nada é tão bom por muito tempo, parei a tempo de segurar minha esposa e filhos e abaixar atrás de um dos carros, à frente, dois daqueles caras esquisitos estavam comendo um corpo no chão.
  _ Não façam barulho nenhum, - falei em voz baixa para que apenas eles me ouvissem e apontei para uma vã - vou caminhar até aquela vã branca e ver se está funcionando, ao meu sinal você pega o Chris e corre até mim.
  Minha esposa não falava nada, apenas concordava comigo e ficou ali abaixada com meu filho me vendo se distanciar devagar. Eu ficava sempre olhando para frente, para ter certeza de que não seria a minha vez de estar no chão e ser vítima daqueles bichos. Cheguei ate a vã e consegui abrir a porta, olhei para ver se minha família estava ainda bem e no mesmo lugar, estavam lá ainda, com medo, mas prontos a vir correndo ao meu sinal. A vã estava ótima, gasolina quase nem foi usada, é hora de dar sinal. Olhei para trás, os bichos já haviam se alimentado e andavam trombando nos carros, o problema, estavam indo de encontro a minha família, preciso desviar o caminho deles. Procuro algo na vã que possa jogar, encontro uma bola de beisebol, mina única chance será essa, não posso vacilar. Olho nos olhos da minha esposa, ela já havia visto a cena e estava em total perigo, eu então joguei a bola forte o bastante na direção de um carro que estava do outro lado e me abaixei para que não me vissem. Observei os seres atacando velozmente em direção do barulho, talvez eles não enxergassem, eles trombavam em tudo e caiam várias vezes, isso seria uma boa para nós. Abri a porta lateral da vã, dei sinal para minha esposa vir, ela não pensou duas vezes, agarrou nosso filho e pulou dentro da vã, bati a porta, o que talvez fosse um erro, pois o barulho alertou os bichos novamente, o que me fez puxar os fios da vã e fazer a ligação direta, não ia ficar procurando por chave. Mas o meu desespero aumentou quando além dos seres estarem chegando perto, pude ver que por debaixo de outros carros, ou de dentro deles, outros iguais estavam saindo e seguindo a direção da vã onde estávamos, isso era o que eu não esperava, de dois, acabaram aparecendo dúzias deles e a vã não estava me ajudando ainda.
  Finalmente consigo ligar a vã, aqueles caras esquisitos já estavam bem perto e consegui evitar que danificassem a nossa única chance de se livrar daquele lugar. Deixando minha família mais segura e protegida.
  _ Edward, olha o que encontrei aqui atrás. - minha esposa parecia estar preocupada ainda, mas mais aliviada de estar aqui do que na estrada a pé.
Virei para ver, ela segurava um grande saco preto, ela havia rasgado o saco e várias cápsulas de drogas e várias drogas alucinógenas caíram, no chão e no banco haviam duas pistolas e walktocs. Talvez alguém vá acabar procurando por essa vã e não me parece ser gente boa.

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