- Capítulo 4 - Um panapanã de borboletas

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Oliver não conseguiria descrever o que aconteceu depois. Ela caia velozmente em direção ao chão. Então um panapanã de borboletas envolveu ela. Eram todas de um azul pálido, como se fossem feitas de gelo.

Oliver tentou espantar as borboletas num primeiro momento, mas notou que era inutil.

Cada vez mais delas chegavam, e em instantes ela estava em um casulo feito de borboletas azuis. Tudo ao redor era um borrão azul difuso.

Ela não conseguia ver além da parede de borboletas que a envolvia. Assim que chegou ao solo, o panapanã se dissolveu, e antes que Oliver pudesse entender o que havia acontecido todas as borboletas haviam sumido. Ela estava sozinho, em solo firme. Talvez salva, mas nem um pouco sã.

Jime veio correndo em sua direção. De alguma forma ele havia descido as barras de metal, tão rápido quanto a queda de Oliver.

Culpa, medo e preocupação disputavam um lugar dentro em suas expressões.

— O que foi aquilo Oliver? — Ele perguntou.

Oliver não conseguiu responder. Não conseguiu se quer se mexer. Estava em choque. Paralisada, tentado encontrar uma explicação lógica para tudo aquilo. Cada célula neural do seu cérebro parecia buscar um sentido ,inexistente, no que acabara de acontecer.

Como aquilo era possível? Mesmo um milhão de borboletas não seriam capaz de suportar seu peso por tempo suficiente, mas lá estava ela, provando que aquilo não foi um sonho.

— Como você fez isso Oliver. Você... você... er, hã... você simplesmente caiu a treze metros do chão e não quebrou nenhum osso? — Jime perguntou tentando entender. Oliver fazia exatamente a mesma coisa. Porem em silêncio, tentando absorver cada detalhe, para conseguir formar uma explicação. Embora ela soubesse que não havia nenhuma.

— Eu, eu, eu não sei — Ela disse, suas palavras se atropelavam, ela tremia e olhava para todos os lados, na esperança de que as borboletas reaparecessem.— Eu realmente não sei.

Jime não comentou as afirmações da garota, apenas tentou ajudá-la a levantar. Ele parecia mais preocupado do que confuso.

— Você está bem?

— Acho que sim — Oliver disse. Ela estava tonta por causa de tudo que havia acontecido, mas fora isso parecia normal. Ela se apoiou em Jime, que estavam levando-a de volta pro carro.

— Vou levar você pra um hospital — Jime disse, mas Oliver não estava prestando atenção nele. Sua mente vagava pela sequência dos acontecimentos. Primeiro a felicidade e a sensação de liberdade, depois uma visão de tirar o folego, em seguida lembranças do invadiam seus pensamentos, sob a trilha sonora mais bizarra possível, a voz da mulher dos seus pesadelos, que continuava pedindo socorro. Mas nada fazia sentido, porque no momento seguinte ela estava prestes a morrer.

O telefone de Oliver começou a tocar Shape of You, e Oliver sabia que era Savanna. Ela atendeu saindo do choque.

— Hã... Samy?

— Oly cadê você? — Savanna perguntou — O seu ex está totalmente bêbado, e está contando pra todo mundo que você deu um fora feio nele, e que quase matou ele sufocado — Savanna continuou — Com o poder da mente. Você acredita nisso? Com o poder da mente.

Um som de festa fazia sua voz ficar distante.

Então Oliver se deu conta de que já devia ser mais de sete e meia da noite, e a festa na casa dos Woods já devia ter começado.

Oliver e os Segredos da Torre - COMPLETO ✍✔✔Onde histórias criam vida. Descubra agora