- Capítulo 5 - Uma mansão, duas crianças

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Quando ela abriu os olhos tinha quase certeza de que estava sonhando novamente.

Mas dessa vez não havia nenhuma mulher misteriosa sentada ao lado da cama. No lugar dela o garoto chamado Max a observava. Ele levou um susto quando Oliver subitamente tentou se levantar. Assim que se sentou a garota vomitou o lanche romântico que tinha comido com Jime.

— Esquecemos de avisar pra não comer nada antes de entrar no portal. — ele disse ficando de pé. Agora que estava em um lugar iluminado, Oliver pode vê-lo realmente. Ele devia ter um metro e setenta e cinco, com cachos que despencavam nos ombros. O cabelo de um louro tão intenso que parecia branco e a pele repleta de sardas. Ele não parecia forte. Era magrelo e um pouco alto demais.

Ele vestia as mesmas roupas da noite anterior, uma jaqueta preta sobre uma camisa com um símbolo estranho e uma calça jeans preta rasgada nos joelhos.

De longe ele parecia um adolescente comum, Mas adolescentes comuns não raptavam pessoas, nem as levavam pra dentro dos seus próprios pesadelos. Oliver lembrou de Jime. Era uma lembrança vaga, mas ela o viu se transformando em um monte de pó. Não podia ser verdade.

— Onde ele está? —Ela disse tentando sair da cama —O que você fizeram com ele? Cadê o Jime

— Você se refere ao garoto da cafeteria? Ele está bem — Max disse recuando.

Aquelas palavras acalmaram Oliver. Mas não totalmente. Ela ainda tinha que descobrir onde estava e o que estava fazendo ali, quem eram aquelas pessoas e como um magrelo ruivinho podia erguê-la tão facilmente. Mas tinha que manter a calma.

Não sabia quem eram aquelas pessoas e pelo visto elas estavam provendo cuidados médicos indispensáveis. Oliver não estava mais entorpecida, pelo contrário sua mente parecia trabalhar dez vezes mais rápido. E mesmo com o cérebro a mil ainda se sentia confusa.

— Onde eu estou? E o que é que aconteceu? — Foi tudo que ela conseguiu perguntar.

— Vocês todos têm que fazer as mesmas perguntas sempre? Semana passada eu salvei a vida de um garoto que havia sido possuído por um espírito das trevas. Ele desmaiou e eu levei ele até o hospital, e em vez de me agradecer, ele veio me perguntar onde estava. — Roky disse inconformada entrando no quarto — Vocês não podem fazer perguntas mais importantes, como "onde você comprou essas botas Roky?" ou "qual seu número gata". — Ela acrescentou fazendo gestos teatrais para demonstrar sua infelicidade.

— Aposto que tem mais uma montanha de perguntas pra fazer — Max disse, ignorando completamente as reclamações de Roky — Mas por hora acho melhor você trocar de roupa — ele completou olhando da blusa de Oliver para o chão. Ambos estavam cobertos de vômito.

Eles limparam Oliver o máximo possível, usando dezenas papéis toalha. Depois conduziram ela pelos corredores do hospital. Era estranho ser guiada por um lugar conhecido. Oliver adicionaria isso na sua lista de esquisitices anual, bem em baixo de Cair de um lugar a TREZE METROS DO CHÃO, E NÃO MORRER. Eles entraram em um elevador de serviço, que Oliver nunca tinha reparado.

— Por que estamos no hospital da cidade?

— Não estamos. Infelizmente o arquiteto que construiu essa casa, também planejou o hospital.

— Infelizmente? Vocês tem um hospital, de nível municipal em casa, e diz infelizmente.

Max apertou um botão qualquer ignorando ela completamente, como se Oliver não tivesse acabado de dar uma boa bronca nele. E o elevador imediatamente o elevador virou de ponta cabeça. Os pés de Oliver pareciam fixos no teto (que até um segundo atrás era o piso). Ela se sentiu exatamente como no dia que Savanna a forçou a andar na montanha-russa, enjoada e com medo de uma possível fratura craniana.

Oliver e os Segredos da Torre - COMPLETO ✍✔✔Onde histórias criam vida. Descubra agora