Erros

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POV KATNISS

Enquanto lavo os pratos das crianças, o relógio apita com os dois ponteiros unidos no 12.
Meio dia em ponto.

Um calor me sobe a cabeça, a raiva por Peeta ser pirracento.
Eu sabia que ele não iria facilitar, por que faria se está entalado com o ciúme?

Ter sentimentos por alguém é uma área desconhecida, não sei decifrar o que sinto e ainda erro achando que é uma coisa, quando na verdade é outra.

Achar que tive algo com Gale é aceitável, mas desconfiar que posso ter algo agora, é tolice.

Motivada pela raiva e curiosidade em saber o que meu amigo irá me dizer, arrumo as crianças saindo de casa.

Revirei a casa inteira procurando um arco e poucas flechas, achei um que deduzo ter usado enquanto era o Tordo.
Essa história não me desce. Como concordei com algo assim?

Eu era uma garota pobre da Campina, como me tornei símbolo de algo tão grandioso?

Um estalo me permite ver o lado bom, os Jogos Vorazes acabaram, Snow está morto, há mais igualdade entre os Distritos.

Permiti que as pessoas tivessem uma nova chance, que seus futuros filhos não obtenham uma possível sentença de morte sobre a cabeça.

O sino toca anuciando minha chegada quando abro a porta e entro no gostoso ambiente, dando de cara com quem menos gostaria de ver nesse momento. Delly.

-Katniss?- um tom de desapontamento me deixa esperta.

-Chame Peeta, por favor.

Seguro a mão de Willow enquanto Rye permanece com a cabeça encostada na dobra de meu pescoço.

-Aconteceu algo? Ele não está bem hoje.

-Isso não é da sua conta.- mando na lata, sem pensar duas vezes.

-Nossa, Katniss. Eu só perguntei, não precisa ser mal educada!

-Não pergunte!

Sigo ultrapassando o limite do balcão. Abro a porta numa alta velocidade que assusto ao chocar com Peeta.

-Papai!- Willow solta meus dedos para agarrar a perna do pai, ele sorri a pegando no colo.

-Olá, filha.- primeiro beija a bochecha dando um cheiro em seu pescoço e depois me encara.
-Katniss?

A ameaça de um sorriso sair, indica que Peeta pensa que mudei de ideia.
Está errado.

Posso estar também, ja que provavelmente destruirei a relação que estávamos iniciando.
Mas ajo por impulsão.

-Olá.- espera um beijo, mas estou irritada o bastante de forma que aguento a vontade.
-Vim deixar as crianças com você.

Seu semblante fecha. Está aborrecido, tem todo o direito. Assim como tenho de ir encontrar com meu amigo na floresta.

-Onde você vai, mamãe?

-Na floresta.

-Não vai...- seu pedido me surpreende.

-Será rapido, logo estou de volta.

-É perigoso!- Willow com medo da floresta?

O que será que aconteceu?

-Prometo tomar cuidado.- meu coração fica moído, em vê-los olhando com os olhos recheados de pedidos contra minha ida.

Dou um beijo em cada um, tomando cuidado com o arco e as flechas.
Subo o olhar para encarar o loiro, não gosto do que encontro.

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