Fim/Começo

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POV KATNISS

-Droga, eu não respiro!

Apoio a mão na mesa de cabeceira e ergo meu corpo, tomada de um grande incômodo.

De acordo com minhas, nada certas contas, estou no provável 8° mês.
Está chegando a temida hora.

Meus lamentos noturnos estão frequentes, Peeta é quem sofre com minhas reclamações.
Por mais que ele não goste das minhas fortes palavras, é algo que não mudarei.

Eu sinto as dores, os incômodos, a pressão e o medo.

Desisto levantando, vou ao banheiro liberar minha bexiga.
Prendo novamente o cabelo, respirando fundo antes que esse bebê resolva virar e acabar com minha paciência.

Ergo a blusa de Peeta, encontrando um generoso volume. Numa piscada fui jogada em algo renovador, uma vida que jamais imaginei e desejei pra mim.
E olha onde estou agora.

Não saio do lugar ao ouvir a porta ranger. Peeta acordou e não encontrou meu corpo com o seu.

-Está tudo bem?

-Não conseguia respirar.- ele estala a língua no céu da boca, chateado.
-Te acordei?

-Não.- seu corpo tomba, o ombro encostando na parede. Abaixo a blusa, esperando-o falar o que quer.

-Pode ir para cama se quiser.

-Qual o problema?

-Qual deles você quer saber?

-Katniss, sei que é demais pra você. De verdade, não imagino o choque que é ter um bebê dentro de mim. - está sendo solidário, ponto pro padeiro.

-Estou tentando, Peeta.

Ele sorri, finalmente me tocando. Massageia meu quadril, permito que minha cabeça tombe em seu peito nu.

-Você está se saindo muito bem, caçadora.

-Quero que ele saia logo daqui.- choramingo, volto a sentir a pontada no quadril.
-Não durmo, ando, nem respiro direito.
Estou uma pessoa extremamente chata!

-Tenho que concordar.

Não fico brava, é melhor do que se ele estivesse sendo descarado e falso. Odeio quando Peeta me idolatra.

-Posso fazer algo pra te ajudar a passar essa noite?

Nego, querendo deitar e apagar.

-Apenas faça o bebê parar.- Peeta me olha encabulado.
-Faça qualquer coisa!

Ele balança a cabeça, espanta o sono. Sofro ao sentir o bebê se animar, chutando todos os meus cantos. Como se fosse possível, vejo minha pele mexer conforme sou chutada.

Gemo de raiva, não é uma boa noite.

O loiro abaixa segurando meu ventre enorme, o bebê continua suas atividades. Agarro a toalha de rosto, suspirando ao jogar frases feias pela garganta abaixo.

-Pequeno padeiro ou pequena caçadora, é o papai. Aquele que sempre fala com você, lembra de nossas conversas durante a noite?

Aos poucos, em decorrer de minutos, os chutes e cambalhotas param.

-Continue.

-Quer deitar? Posso lhe fazer um chá.

Concordo, indo cair no colchão, macio o bastante para relaxar meu quadril sobrecarregado.
Esse bebê deve pesar de 3 Kg pra mais. Está realmente pesado.

Peeta toca na barra de sua própria blusa, ergue deixando minha pele exposta.
Sua bochecha encosta lá, o ar que sai de seu nariz bate quente contra mim. Sinto cócegas, provocando suas risadinhas baixas.

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