Paz

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POV KATNISS

-Devagar...- seu sussurro elimina a pouca segurança que tenho em mim mesma. - Aperta calmamente, querida.

-Certo. Quer que eu estrague tudo de vez?- ele nega rapidamente, encarando meu rosto sério quando viro o pescoço. -Então não use esse tom, agora.

-Oh, entendi.- um sorriso malandro começa a desabrochar.

Bufo dando-lhe as costas, deixando suas mãos ficarem sobre as minhas. Seus dedos pressionam o espaço entre os meus, moldando e endurecendo a massa.

-Não está tão ruim...- piso em seu pé, tentando não entregar o jogo de uma vez.

-Eu te disse que não sei fazer nada, se ficar ruim, a culpa é sua!

-É sua! Por me distrair enquanto tento sovar a massa.

-Distrair?- fecho minha mão prendendo seus dedos, ele ri nasalado antes que eu sinta um aperto de seus braços em minha cintura.

-Sabe como está difícil ficar nessa posição?- depois da noite que tivemos, claramente está difícil nos mantermos afastados.

Peeta insistiu em fazer pão juntos, depois de quase gastar 10 minutos negando e avisando-o do perigo, acabei cedendo.
E aqui estamos nós, minha barriga contra a lateral da mesa enquanto seu corpo fica colado as minhas costas.

Uma típica cena entre casais, já vi meus pais assim quando era criança. E misteriosamente, fui lembrar dela logo agora.

Será que era Peeta quem meu pai falava?
Eles já se conheciam?
Pois claramente encontrei o cara especial, aquele que meu pai avisou.

-Peeta, você conhecia o meu pai?

-Da onde veio essa pergunta?

Não faz nenhum sentido mesmo, antes estávamos num pequeno jogo de sedução. E aleatoriamente perguntei sobre algo nada a ver com o momento.

-De uma lembrança. Você o conhecia?

O loiro abandona a massa, prefere juntar seus dedos aos meus. Seu queixo permanece repousado sobre meu ombro, acabo por encostar minha têmpora na sua.

-Eu o via quando ia escondido vender os esquilos na padaria, vez ou outra você ia com ele, então eu sempre arrumava um jeito de ficar lá.

Ergo as sobrancelhas, admirada por suas ideias mirabolantes só para me ver.

-Você ficava lá todo dia me esperando?

-Não, meu pai sabia os dias certo que o seu passava. Ele simplesmente me alertava, e eu fingia que ia ajudá-lo. Foi ai que me interessei tanto em decorar e preparar os pães, bolos e doces.

-Seu pai...- encosto a ponta do nariz contra o seu, intrigada com as verdades.
-Ele sabia?

-Como não saber? Eu ficava desenhando você, seus olhos eram os meus preferidos. Eu passava as tardes lá e como era pequeno, não fazia muita coisa. Então, meu pai via tudo e descobriu.

Sua voz começa a embargar. A saudade aperta com a vinda das lembranças.

-Aposto que ele deve estar rindo de nós agora.

Ao TempoOnde histórias criam vida. Descubra agora