Não. (10)

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  Logo cedo, Eric foi para a casa de Daniel, eles tomaram o café da manhã juntos, tranquilamente, em seguida foram trabalhar, normalmente. Na hora do almoço, Eric foi a um restaurante com Lucas.

- E então, ontem pegou o Daniel de jeito?! -perguntou Lucas enquanto fazia o pedido ao garçom.

- Não...

- Por que?

- Ele decidiu manter sua castidade, pois mesmo tendo deixado a religião, não vai deixar sua fé e é óbvio que vou respeitar ele. -Lucas se segurou mas acabou rindo. - Isso não tem graça!

- Desculpa, tudo bem ele continuar com a fé dele, mas eu fico imaginando como você vai ficar sem sexo. -Lucas só conseguia rir, conhecia bem o amigo e sabia que mesmo ele se controlando naquele momento, logo seu lado pervertido iria falar mais alto.

- Eu aguento, amo o Daniel, se para ficar com ele terei que abrir mão de sentir um pouco de prazer, farei isso, afinal ele também abriu mão de algo para ficar comigo.

- Boa sorte, mas se quer uma dica, invista em alguns itens para ajudar a passar as noites, eu faço isso quando o Rafael fica bravo e decide fazer greve de sexo. -dessa vez quem riu foi Eric.

- Rafael fez greve de sexo?

- Sim... Mas foi porque eu disse que iria ajudar ele no jardim da nova casa e invés disso, pedi o cavalo do vizinho emprestado para comer o mato e adotei um cachorro para vigiar o cavalo, mas o cavalo fugiu e o cachorro se tornou uma máquina de fazer bagunça, mas agora estamos brigados por outro motivo e dessa vez sou eu quem estou nervoso!

- Por que estaria nervoso com o Rafa? -perguntou sabendo de como Lucas cuidava e amava seu esposo.

- Eu tentei convencer ele a entrar na fila de adoção comigo, mas o Rafa disse dois filhos são o bastante... -explicou meio triste.

- Mas Lucas, vamos combinar que você é meio desastrado... Será que o Daniel vai querer adotar uma criança?

- Provavelmente sim, ele faz o tipo papai. -Eric começou a imaginar a vida com uma criança para cuidar.

- Nossa... Eu acho que entendo o Rafael, imagina só o tamanho da responsabilidade!

- Só sei que não vou desistir fácil!

   Eles terminaram de comer e voltaram ao trabalho, Eric não conseguia parar de imaginar, passar o resto da vida ao lado de Daniel, com uma família, como seriam as brigas, os dias felizes e os tristes.

   Ao chegar Eric viu Daniel regando o jardim, como sempre estava com aquela serenidade no olhar, sorriu olhando as plantinhas e completamente distraído, Eric se aproximou o encarando e sorrindo.

- Que foi? -perguntou Daniel vendo ele o encarar de forma estranha, Eric foi até e pegou em suas mãos.

- Eu te amo por causa desses seus pequenos gestos. -Daniel deu um sorriso ainda mais largo. - Hoje a tarde perdi todas as minhas ansiedades, antes eu me desesperei, mas não adiantou de nada, tudo vai se resolver no seu devido tempo.

- Fico muito feliz que esteja com esse pensamentos, vem jantar na minha casa?

- Vamos para minha hoje, tudo bem?

- Sim.

  Eric deu um abraço nele e foi para sua casa, Daniel ficou animado com a tamanha aceitação dele, com aquilo se sentiu mais confiante de contar a história de seu passado, que não era muito legal, mas cedo ou tarde, Eric precisava saber. Assim que terminou de regar as plantas, Daniel se arrumou e foi para a casa ao lado, entrou sem bater, afinal ambos viviam um na casa do outro, mas Eric estava apenas de calção, pois havia acabado de sair do banho, quando ele entrou, Daniel ficou vermelho de imediato, afinal o homem era todo malhado, bem diferente dele.

- Desculpe, eu deveria ter batido...

- Tudo bem, vou colocar uma blusa. -Eric rapidamente entrou no quarto, pegou uma blusa e voltou. - Eu fiz o jantar, hoje teremos arroz de forno!

- Parece ótimo. -Daniel sentou na mesa, enquanto Eric colocava algumas panelas na mesa.

- Ontem você parecia querer me contar algo, mas acho que acabamos fugindo do assunto.

- É justamente sobre isso que queria falar.

- Certo, só vou terminar de colocar a mesa. -Eric terminou e sentou na frente de Daniel, queria respeitar ao máximo os desejos do outro. - Muito bem, o que era tão importante?

- Em primeiro lugar, gostaria de lembrar que nunca fui santo e que apesar de ser um homem virgem aos trinta, já vivi muita coisa. -afirmou sério.

- Agora está me deixando curioso, fale logo.

- Eric... Eu matei meus pais. -o homem paralisou, Daniel não tinha cara nem jeito de assassino, será que Lucas tinha razão?

Amor e o desejo proibido. Onde histórias criam vida. Descubra agora