Descoberto. (2)

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  Nando quase teve um surto ao ver os dois homens se agarrando na tela, Diogo tentou o acalmar.

- Não acredito, o Rodrigo é mesmo gay?

- Ele pode ter entrado por engano, isso acontece, por exemplo um dia desses eu estava vendo duas lésbicas se pegando e de repente apareceu um anúncio de dois caras.

- Tem razão, vamos olhar mais um pouco. -no histórico, novamente apareceram links para a mesma coisa. - Ah!!! -Nando levantou do computador, começou a olhar em baixo da cama.

- O que está procurando?

- Sei lá, me ajude a procurar qualquer coisa fora do comum, no quarto de um jovem. -eles começaram a revirar tudo, Álcool ficou latindo na frente de um baú.

- Sai da frente Álcool, vou olhar ai! -o cachorro não queria sair da frente, mas Diogo apenas passou por ele, começou a mexer no baú e de repente paralisou. - Filho, acho que encontrei a prova definitiva.
  Nando foi até ele e olhou, dentro do baú havia um pênis de borracha rosa, ele encarou, logo em seguida caiu para trás desmaiado. Enquanto isso, na escola, Rodrigo andava pelo patiu com seu melhor amigo, Bruno, que era um pouco mais alto, tinha cabelo escuro, super simpático e divertido, eles riam enquanto olhavam para alguns rapazes.

- Eu daria a noite inteira, pena que a maioria dos garotos dessa escola são héteros, só dá para pegar boy fora daqui. -disse Bruno fazendo cara de triste.

- Mas é melhor assim.

- Você diz isso porque evita pegar alguém, fica com medo do seu pai e daquele vovô louco.

- Claro, se eles descobrirem que sou gay, me matam, sabe que aqueles dois são machistas, homofóbicos e pervertidos, se não fossem minha família eu não falaria com eles dois minutos, parecem que só sabem falar de peitos.

- Migo, você se ferrou nesse requisito, nem sei como você sobreviveu sendo criado pelos dois.

- Fora os comentários, eles não são tão ruim, amo meu pai e vovô, sempre amarei e respeitarei, por isso, só vou contar para eles que sou gay, quando sair de casa, assim ninguém vai poder ficar dando sermão no meu ouvido, ainda bem que o ano está acabando, assim o dia da minha partida, fica mais próximo.

- Boa sorte, quando eles te liberarem, vamos sair para pegar homem.

- Com certeza!

  Após as últimas aulas do dia, Rodrigo pegou seu material e saiu, sua casa não ficava muito longe da escola, então levava apenas dez minutos para chegar, no portão, viu Álcool latindo feito louco. "Esse cachorro só pode ter algum problema nos nervos." Pensava ouvindo os latidos de longe, ele entrou, passou a mão no animal, tentando o acalmar, mas não adiantou muita coisa, então entrou, Nando e Diogo estavam sentados na mesa, com cara de sérios.

- Não foram trabalhar na loja? -perguntou percebendo que eles não tinham saído de casa.

- Estávamos muito ocupados. -afirmou Nando com uma voz estranha.

- Vocês tem que parar de deixar os negócios na mão dos outros.

  Rodrigo colocou a mochila no sofá, mas paralisou ao ver um pênis de borracha rosa em cima da mesinha de centro, ele começou a refletir e rapidamente saiu correndo pela porta, Álcool foi atrás dele, Nando e Diogo se levantaram e correram também.

- Volte aqui Rodrigo, vou lhe ensinar a ser homem!!! -gritava Nando tirando o cinto da calça.

- Socorro, eles vão me matar!!!

  Gritava correndo com Álcool, Diogo também tirou seu cinto, eles corriam feito loucos pela rua, as pessoas olhavam assustadas.

- Eu vou fazer seu cú doer tanto, que nunca mais vai querer dar ele para ninguém!!! -gritou Diogo jogando um par de seu sapato em Rodrigo, que foi atingido na cabeça, mas continuou correndo.

- Vocês são dois loucos homofóbicos, socorro!!!

- E você vai se arrepender de já ter olhado para algum homem!!!

  Eles continuaram correndo, até que foram parados por dois policiais que faziam a ronda, como só sabiam gritar e latir, foram levados para delegacia, lá a delegada foi falar com eles.

- O que está acontecendo? -perguntou a mulher irritada com os gritos.

- Gata, isso é um problema de família, não lhe interessa. -disse Nando.

- Se tornar a falar assim comigo, vou lhe prender por desacato! -afirmou a mulher de forma firme. - De quem é esse cachorro?

- Meu. -Rodrigo pegou o cão no colo.

- Então me explique o que aconteceu.

Meu filho é gay!Onde histórias criam vida. Descubra agora