Diogo e Nando começaram a arrumar as malas, enquanto ouviam o barulho da preparação para competição, Rodrigo foi ajudar, ao menos assim poderia distrair a cabeça.
- Ainda bem que veio! -Victor apontou para um rapaz de roupas largas e cabelo amarrado. - Lhe apresento Bianca, modo moço trabalhador. -ela ouviu, mostrou a língua e jogou uma lona nele.
- Só não lhe bato, porque é como um irmão!
- Você fica linda de menino e menina, meu amor!
- Aliás, Rodrigo, se seu avô vier me avise para eu correr, a última coisa que quero é ter que discutir com ele antes da competição! -disse enquanto martelava batia em algumas madeiras, Bianca não ficava muito diferente usando roupas de rapaz e sem a maquiagem, então seria fácil até mesmo para Diogo a reconhecesse, a não ser que ele pensasse ser um irmão gêmeo dela.
- Nem falei mais com ele, estou em greve contra os homofóbicos. -todos riram.
- Bom dia, meu amores mais amados! -cumprimentou Cauã abraçando todos.
- Que felicidade é essa? -perguntou Victor.
- Não sabia? -perguntou com cara de incrédulo. - Os gays são as pessoas mais felizes do mundo, estou apenas mostrando essa felicidade!
Afirmou pegando um martelo para ajudar, outras pessoas chegaram e logo a plataforma da competição já estava pronta, depois os obstáculos e por fim tudo estava montado, Victor decidiu levar Rodrigo a um lugar reservado para comemorar, antes que alguém viesse atrapalhar. Diogo e Nando foram procurar ele, Bianca nunca correu tanto ao ver uma pessoa se aproximar.
- Cauã, onde está meu filho?! -perguntou Nando sério.
- Foi comemorar com meu irmão, não se preocupe, está seguro.
- Aonde?!
- Na casa do Victor.
- Vamos pai! -Nando e Diogo seguiram na direção da casa do rapaz, Cauã se tocou que eles poderiam pegar os dois fazendo algo. - Esperem!!!
- O que foi?
- Deixa os garotos se divertindo, depois eu mesmo chamo eles!
- Não temos tempo, vamos embora!
Nando e Diogo continuaram, Cauã tentou os segurar, mas não conseguiu, eles chegaram até a casa e na varanda viram peças de roupa jogadas no chão, abriram a porta e deram de cara com os dois quase totalmente pelados se agarrando.
- Ah!!! -gritaram Nando e Diogo. - Maldito perverso!!!
- Eu vou mesmo morrer virgem. -afirmou Victor deitando ao lado de Rodrigo desanimado.
- Você também me enganou, só queria comer meu filho!!! -Nando foi até eles e ia puxar Rodrigo, mas Victor impediu e levantou.
- Primeiro para de gritar, ninguém aqui é surdo, segundo não ligo para o que você acha ou deixa de achar, terceiro estou apaixonado pelo Rodrigo e quero ficar com ele, quarto se for continuar com essa bobagem de homofobia não vou deixar ele voltar para casa com vocês!
- Saia da minha frente, eu sou o pai, você não tem o direito de interferir na educação que dou a meu filho!
- Rodrigo já é bem grandinho, graças a Deus ele não herdou sua teimosia, só não lhe falo mais nada, porque respeito o amor dele por vocês.
- Nós vamos embora. -afirmou Diogo.
- Eu não vou... -Rodrigo se levantou de cabeça baixa. - Não aguento mais essa falta de controle sobre a minha própria vida, vocês me tratam como um bebê, eu cresci caralho, eu gosto de homens! -ele passou a mão no peitoral de Victor. - Odeio o jeito que falam das mulheres, elas são mais que peitos e as respeito muito, só que meu gosto não é esse, não vou voltar com vocês e nem ficar nessa cidade!
- Que? -perguntou Victor o encarando.
- Desculpa, mas como disse antes a luta é minha, eu recebi uma mensagem no meu e-mail, ganhei uma bolsa de estudos no exterior e ano que vem com certeza vou estar bem longe daqui!
- Filho... Vai deixar seu pai e avô?
- Vocês não pensaram em como iria me magoar a rejeição de vocês, então nesse momento, também não vou pensar em vocês! -Rodrigo sentou no sofá de novo. - Mas até lá vou aproveitar os últimos dias, com meu namorado, Victor! -ele puxou o rapaz e continuou o beijando.
- Ah!!! -Nando e Diogo voltaram a gritar.
- Eu acho, que tudo isso vai melhorar com uma calorosa competição!
Disse Cauã tentando acalmar os ânimos, mas não adiantou, Nando e Diogo saíram furiosos, de certa forma Rodrigo continuava se sentindo mal, por ser rude com eles, mas não queria passar o resto da vida abaixando a cabeça. Como não queria passar mais nervoso, Rodrigo ficou na casa de Victor tão decepcionado que não tinha vontade para nada, no fundo nem queria ir para o exterior, esse nunca foi seu sonho, mas suas opções estavam limitadas.
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Meu filho é gay!
HumorAos dezessete anos, Rodrigo vive com seu pai Nando e seu avô Diogo, eles tem uma boa relação apesar de algumas brigas, mas tudo vira de ponta cabeça quando eles descobrem que o rapaz é gay, não aceitando a sexualidade de Diogo, Nando e Diogo decidem...