Não! (13)

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  Diogo e Nando começaram a arrumar as malas, enquanto ouviam o barulho da preparação para competição, Rodrigo foi ajudar, ao menos assim poderia distrair a cabeça.

- Ainda bem que veio! -Victor apontou para um rapaz de roupas largas e cabelo amarrado. - Lhe apresento Bianca, modo moço trabalhador. -ela ouviu, mostrou a língua e jogou uma lona nele.

- Só não lhe bato, porque é como um irmão!

- Você fica linda de menino e menina, meu amor!

- Aliás, Rodrigo, se seu avô vier me avise para eu correr, a última coisa que quero é ter que discutir com ele antes da competição! -disse enquanto martelava batia em algumas madeiras, Bianca não ficava muito diferente usando roupas de rapaz e sem a maquiagem, então seria fácil até mesmo para Diogo a reconhecesse, a não ser que ele pensasse ser um irmão gêmeo dela.

- Nem falei mais com ele, estou em greve contra os homofóbicos. -todos riram.

- Bom dia, meu amores mais amados! -cumprimentou Cauã abraçando todos.

- Que felicidade é essa? -perguntou Victor.

- Não sabia? -perguntou com cara de incrédulo. - Os gays são as pessoas mais felizes do mundo, estou apenas mostrando essa felicidade!

  Afirmou pegando um martelo para ajudar, outras pessoas chegaram e logo a plataforma da competição já estava pronta, depois os obstáculos e por fim tudo estava montado, Victor decidiu levar Rodrigo a um lugar reservado para comemorar, antes que alguém viesse atrapalhar. Diogo e Nando foram procurar ele, Bianca nunca correu tanto ao ver uma pessoa se aproximar.

- Cauã, onde está meu filho?! -perguntou Nando sério.

- Foi comemorar com meu irmão, não se preocupe, está seguro.

- Aonde?!

- Na casa do Victor.

- Vamos pai! -Nando e Diogo seguiram na direção da casa do rapaz, Cauã se tocou que eles poderiam pegar os dois fazendo algo. - Esperem!!!

- O que foi?

- Deixa os garotos se divertindo, depois eu mesmo chamo eles!

- Não temos tempo, vamos embora!

  Nando e Diogo continuaram, Cauã tentou os segurar, mas não conseguiu, eles chegaram até a casa e na varanda viram peças de roupa jogadas no chão, abriram a porta e deram de cara com os dois quase totalmente pelados se agarrando.

- Ah!!! -gritaram Nando e Diogo. - Maldito perverso!!!

- Eu vou mesmo morrer virgem. -afirmou Victor deitando ao lado de Rodrigo desanimado.

- Você também me enganou, só queria comer meu filho!!! -Nando foi até eles e ia puxar Rodrigo, mas Victor impediu e levantou.

- Primeiro para de gritar, ninguém aqui é surdo, segundo não ligo para o que você acha ou deixa de achar, terceiro estou apaixonado pelo Rodrigo e quero ficar com ele, quarto se for continuar com essa bobagem de homofobia não vou deixar ele voltar para casa com vocês!

- Saia da minha frente, eu sou o pai, você não tem o direito de interferir na educação que dou a meu filho!

- Rodrigo já é bem grandinho, graças a Deus ele não herdou sua teimosia, só não lhe falo mais nada, porque respeito o amor dele por vocês.

- Nós vamos embora. -afirmou Diogo.

- Eu não vou... -Rodrigo se levantou de cabeça baixa. - Não aguento mais essa falta de controle sobre a minha própria vida, vocês me tratam como um bebê, eu cresci caralho, eu gosto de homens! -ele passou a mão no peitoral de Victor. - Odeio o jeito que falam das mulheres, elas são mais que peitos e as respeito muito, só que meu gosto não é esse, não vou voltar com vocês e nem ficar nessa cidade!

- Que? -perguntou Victor o encarando.

- Desculpa, mas como disse antes a luta é minha, eu recebi uma mensagem no meu e-mail, ganhei uma bolsa de estudos no exterior e ano que vem com certeza vou estar bem longe daqui!

- Filho... Vai deixar seu pai e avô?

- Vocês não pensaram em como iria me magoar a rejeição de vocês, então nesse momento, também não vou pensar em vocês! -Rodrigo sentou no sofá de novo. - Mas até lá vou aproveitar os últimos dias, com meu namorado, Victor! -ele puxou o rapaz e continuou o beijando.

- Ah!!! -Nando e Diogo voltaram a gritar.

- Eu acho, que tudo isso vai melhorar com uma calorosa competição!

  Disse Cauã tentando acalmar os ânimos, mas não adiantou, Nando e Diogo saíram furiosos, de certa forma Rodrigo continuava se sentindo mal, por ser rude com eles, mas não queria passar o resto da vida abaixando a cabeça. Como não queria passar mais nervoso, Rodrigo ficou na casa de Victor tão decepcionado que não tinha vontade para nada, no fundo nem queria ir para o exterior, esse nunca foi seu sonho, mas suas opções estavam limitadas.

Meu filho é gay!Onde histórias criam vida. Descubra agora