IV

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NO DIA SEGUINTE:

Então cá estou eu no endereço indicado, mas me parece uma simples loja de penhores, confesso que eu esperava algo como uma empresa detetizadora,com um inseto gigante na frente mas claro que seria um fantasma gigante ou sei lá um vampiro, mas encontrei uma loja de penhores nomeada como GONZÁLEZ BRO'S.
Devia ser aqui, olhei mais uma vez o letreiro acima de minha cabeça e ri comigo mesmo.
Éaqui(...)

Empurrei à porta de vidro e pude ouvir um sino irritante soar acima de minha cabeça.Sério ainda usam essas coisas?
Olhei ao redor e vi algumas coisas curiosas e objetos um tanto cômicos, mas tenho de manter o foco então não dei muita atenção e fui direto à meu o bjetivo, caminhei até o balcão onde havia um homem bigodudo e com cara de poucos amigos ele parecia gostar de rock já que o mesmo trajava uma camisa do metallica com certeza aquele é o Bruno à quem eu procuro.
-Boa tarde.
O homem permaneceu calado, pigarreei em busca da atenção do homem, e obtive sucesso.
(Que atendimento ein)
-Pois não?
Ele respondeu.
Respirei fundo em busca de coragem aquele era o momento eu não poderia voltar atrás.
-Você é Bruno González?
Falei com um sorriso amarelado.
O homem me encarou sério e eu poderia jurar que o homem seria capaz de arrancar meu cérebro pelos ouvidos , eu disse algo demais?
Ele deu uma gargalhada, e eu fiquei rubro de vergonha.
(Merda, devo ter errado de local)
O homem chorava de rir ,e limpou uma lágrima que caía de um dos olhos.
-Não meu jovem, eu não sou o Bruno sinto muito em decepciona-lo, mas o Bruno é aquele ali.-Disse o homem indicando um cara gorducho que dormia sobre um dos balcões.-Ei Bruno esse carinha está te procurando!
O gorducho imediatamente levantou à cabeça do balcão empapado de baba.-Ahn?o quê?
-O rapaz quer falar com você hombre!
O gorducho se aproximou de mim com um tanto de preguiça estampando seu rosto rechonchudo, Bruno tinha uma barba engrenhada e os cabelos compridos à altura dos ombros, o mesmo vestia uma blusa branca que eu jurava ainda ver restos de tacos grudados na peça que o homem vestia, ele aproximou seu rosto do meu que eu fui capaz de ver os poros de sua pele morena e oleosa, o homem apertou os olhos ao me encarar e em seguida me fez à seguinte pergunta:
-Você não é meu hijo não é?
-Eu o quê?
Perguntei sem entender.
-Deixa pra lá.
Ele respondeu afastando o seu rosto de perto de mim, ficando em uma posição mais ereta.
-Então o que veio buscar na González Bro's jovem mancebo?
-Jovem o quê?
Falei sem entender, aquilo era algum tipo de código?seja o que for preciso ir direto ao assunto.Tomei uma postura mais séria e decidi revelar de uma vez o que me trazia ao lugar.
-Na verdade senhor González preciso de sua ajuda...
Ele me encarou mais firme.-para?
Perguntou o homem.
Respirei fundo.
-Bom eu venho enfrentando alguns problemas...
-Eu tenho cara de psicólogo moleque?
Ele respondeu rude.
O encarei um tanto nervoso e pude constatar que ele não se parecia nem um pouco com um psicólogo eu conhecia um de longe de tanto conviver com eles e Bruno não chegava nem perto de algum daqueles caras.
-Na-na verdade senhor foi Matthew Chumbers quem o indicou...
Bruno arregalou os olhos castanhos.-Carlos, pode tomar conta da loja pra mim hermanito?
-Como se eu já não fizesse isso todos os dias...
Disse o bigodudo um tanto desinteressado.
Bruno me puxou até uma sala que mais parecia um escritório mas um escritório bem bagunçado com uma mesa em cada oposto da sala , logo imaginei que seria o escritório dos irmãos, o homem começou à andar de um lado para o outro e logo sentado-se em uma das mesas.
-Porque Matthew te mandou aqui garoto?ele está bem?
-Na verdade eu procurei Matthew e ele te indicou, e sim Matthew está bem.
-Você sabe à verdade?
-Sim...
-Como?!
-Bem González a associação tem um blog no Google.
-Um o quê?!
Disse o homem enfurecido.-Um blog?Não me diga que também tem uma página no facebook.
-Bom é provável.
-O Matthew pirou?!tantos anos mantendo nosso trabalho em segredo para ele ser postado em um blog como algum tipo de controle de pragas!
-Relaxe homem, a maioria pensa que o site se trata de nerds malucos fãs de séries e caçafantasmas.
-Nerds malucos?
Dei de ombros com à pergunta do homem.
-Mas então você pode me ajudar?
O homem me encarou e respondeu firme:
-Não.
Fiquei sem entender.
-Como não?você nem sabe do que se trata?
-Desculpe desapontar moleque mas me aposentei desse lance de caçadas à algum tempo...
-mas Matthew te indicou eu preciso de sua ajuda Bruno.
-Escuta...qual o seu nome mesmo?
-David.
-escuta david...o Matthew é um sonhador, ele ainda tem esperança de que eu volte a fazer esse tipo de trabalho, mas eu não vou.
-Eu preciso de sua ajuda González, tem um monstro louco atrás de mim querendo me matar...
-Isso é normal para todos nós David.
Disse o homem compreensivo.
-O maldito matou meu pai...
-um monstro matou minha esposa e filha garoto, todos nós passamos por momentos difíceis.
Eu preciso da ajuda de Bruno talvez ele fosse o único que pudesse resolver meu problema e se livrar do monstro, eu tinha de convencê-lo, subi as mangas da blusa que eu vestia e lhe mostrei os ferimentos.
-Está vendo isso Bruno?é isso que o desgraçado faz comigo,ele me tortura dia após dia me matando aos poucos, ele se diverte em me caçar...estou semanas sem dormir com medo do maldito me matar, com medo de estar vulnerável e ele acabar com o que resta da minha família...ele quer me destruir e eu preciso de sua ajuda.
O homem me olhou preocupado.
-Escuta González...eu enfrento problemas desde o dia em que nasci, eu sempre vi coisas, senti e elas sempre me procuraram...eu sou como uma espécie de imã para essas coisas...durante meus quinze anos de vida vivenciei coisas que até vocês caçadores mais experientes se assustariam se eu disser, e eu as enfrentei...Mas agora é algo muito forte e eu preciso de sua ajuda, eu sei que você sabe que não sou louco que estou falando à verdade...
-Desculpe-me garoto mas não posso ajudá-lo.
-Eu sabia que você era um covarde desde o momento que eu o vi.
O homem saltou da cadeira com essas palavras por mim proferidas, o homem me empurrou contra à parede, apontando o dedo indicador em minha cara.
-Escuta moleque...nunca mas nunca mesmo chame um caçador de covarde, entendeu?agora vá embora!
Sorri desdenhoso do homem.
-E se eu não for o que você vai fazer?
-Chamo à polícia.
-Covarde.
-Não me chame de covarde!!!
-Então você é o que? Corajoso? Acho que fugir de sua responsabilidade e montar uma loja esquisita de penhores com o irmão no subúrbio enquanto se empanturra de tacos,burritos e cauzones não resume coragem.
-Ok...moleque eu te ajudo só não ne irrita se não pulo fora e aí será um adiós niño.
-Um o quê?
-Hasta la vista baby.
-Ahn?
-Eu quis dizer tchau!
-Ata...mas então vai querer algo em troca?
O homem pareceu pensar na proposta.
-Hm...me traga um cauzone da esquina e trato feito!
-Beleza!
[...]

-Ei Bruno!aqui está o cauzone!
Exclamei entrando na loja de conveniência,recebendo olhares confusos de Carlos.
Bruno saiu de uma porta que parecia dar acesso ao banheiro, veio em minha direção e pegou o cauzone.
-Que beleza!
Bruno preparava-se para morder o alimento,quando seu irmão gritou do outro oposto da loja.
-Ei Bruno você lavou as mãos?!
O homem o encarou irritado e tratou de comer logo de uma vez, fiquei observando à cena,até que Bruno decide olhar para mim.
-O que ainda faz aqui moleque?
-Hm...nada?
-Vá para casa e volte amanhã.
Então eu saí do exentricissimo estabelecimento e rumei de volta para casa.




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