You Mind (EM REVISÃO)

XIV

-Então quer dizer que você foi levado para outra dimensão mas ainda estava lá?
Perguntou Bruno, não era à primeira vez que o homem me fazia à pergunta.
-Exatamente.
Respondi confiante.
-E aí você estava preso dentro de você mesmo?
-Acho que é isso.
Falei incerto, era muita loucura para se assimilar, desviei o olhar e vi à garçonete mascadora de chiclete caminhando desinteressada até nossa mesa.
-Pela última vez, o que vão querer?
Perguntou nos olhando de cima abaixo como uma espécie de deboche mascando aquele chicletinho rosa desbotado.
-Pela última vez moça...qual o nome dela mesmo Dave?
Perguntou Dave cobrindo um lado do rosto para que apenas eu ouvisse à pergunta.
-Acho que é Katie.
-Ok Katie tenha um pouco de paciência.
-Senhor já fazem duas horas que vocês estão sentados aqui.
-E já fazem duas horas que peço para que você espere, você sabia que é muito difícil escolher algo em um cardápio tão vasto como esse de vocês?
A garota revirou os olhos e continuou à nos encarar entediada mascando para lá e para cá o seu chiclete.
-Se vocês não vão pedir nada é melhor irem embora.
-Quanta arrogância, é claro que vamos pedir algo.
Respondeu Bruno.
-Mas pensei que você não tivesse dinheiro.
Comentei um tanto indiscreto, Bruno me lançou um olhar desaprovador e sorriu desconfiado para à garçonete.
-Bem moça é meio complicado sabe...você tem algum dinheiro aí moleque?
Cochichou Bruno desviando os olhos para mim que rapidamente esvaiziei os bolsos no maior sinal de que também não possuia sequer um tostão e olhou em seguida para à adolescente ainda mais discarado.
-Os dois podiam me fazer o favor de dar um fora?
Falou à garota ligeiramente irritada, Bruno levantou-se desajeitado.
-Vamos garoto, nunca mais voltaremos aqui, o atendimento é péssimo.
Reclamou o homem.
-Vocês nunca compram nada.
Disse à garota confusa.
-Essa cafeteria perdeu um ótimo cliente!
Disse o homem gorducho de andar esquisito e cabelos cumpridos por fim saindo do estabelecimento e fechando à porta com certa violência, caminhando rua acima para o mais longe possível do estabelecimento.
-Acho que não deveria ser tão rude.
Comentei incomodado,Bruno riu.
-Haha!Foi só uma brincadeira garoto.
-Bem estranha por sinal.
-Qual o problema pequeno elfo?
-Bem...você já conheceu alguma garota?
-E-Eu?Claro!
Falou o homem sem desviar o olhar do trajeto.
-Quem?
-Emma Hansel, no colegial.
-Como foi?
-No baile de inverno...
-Que clichê!
Gargalhei.
-Ei!Eu sou um cara tradicional!Quer ouvir à história ou não?
-Quero.
-Por acaso está interessado em alguma chica?
-O quê?
-Uma garota.
-Não!Quer dizer talvez, mas continue à história por gentileza Bruno.
-No baile de inverno de 1995 quando ainda morava em uma chopana em Kentucky com meus pais, nos conhecemos no colegio Kentucky west texan college,Emma era simplesmente.-Bruno suspirou.-Simplesmente à mais bonita e simpática de todo o Texan College, nos conhecemos no clube de xadrez.
-Espera aí!Você fazia parte do clube de xadrez?
Bruno pigarreou.
-À história.
-Ok prossiga.
-Nós fizemos amizade, então chegou as vésperas do baile de inverno eu fiquei completamente maluco sem coragem de convida-la mas enfim terminei convidando, então no baile houve nosso primeiro beijo e então nos casamos mudamos para Henderson tivemos uma filha chamada Johana e então elas morreram em um acidente de carro.Fim.
-Uau.
Falei capisbaixo.
-Faz quanto tempo que houve o acidente?
-uns nove anos.
Calei-me imediatamente, não era o tipo de resposta que eu esperava.
-E depois de Emma nunca mais tive olhos para outra mulher.
Terminou o homem capisbaixo.
-Sinto muito.
Comentei.
-Foi assim que me tornei caçador, eu não tinha algo pelo qual valesse à pena em mim não havia mais interesse pessoal, como eu poderia tocar à vida sem algum propósito depois da perda da minha filha e esposa.-Bruno sentou-se em um banco próximo à uma placa e eu fiz o mesmo.-Bela tarde.-Comentou Bruno contemplando o céu alaranjado.-Depois que perdi às duas minha vida afundou, então foi aí que conheci Matthew em um barzinho, estávamos bêbados e ele acabou que me contando sobre seu trabalho e foi inevitável não me apaixonar pelo ramo; animado com à idéia e pelo calor do momento Matthew me convidou para uma caçada e eu não tinha o que perder mesmo aceitei, caçamos um baita de um wendigo quer dizer eu não era um caçador lá dos experientes eu e Matthew éramos jovens e à criatura deu um trabalho daqueles mas foi ali que peguei o gosto pelo serviço, desde então comecei à pesquisar mais sobre as criaturas que nos cercavam, o velho Chumbers e eu viramos amigos e parceiros de caçadas viajando todo o Texas atrás de monstros e casos para solucionar, foram bons tempos mas depois de alguns anos pude perceber que isso não era vida para mim, quer dizer eu e Matthew brigamos o cara era como um irmão que nunca tive, ele foi o primeiro homem à me chamar de covarde e nossa como aquilo mexeu comigo acho que quebrei umas três garrafas de cerveja no coco do cara, falando sério eu tinha perdido totalmente o controle naquela noite, faziam exatamente três anos que eu havia perdido minha doce esposa e minha amada filha e relembrar disso não era muito legal quer dizer não é, eu estava fora de mim e quem me ajudou foi Matthew eu falei tantas coisas ruins para ele, sai do negócio das caçadas e entrei no ramo dos penhores com meu mano Carlos e desde então eu e Matthew não nos falamos.
-Uau!Isso é bem tipo você e Carlos nesse momento.
-Você acha?
-Acho.
-Então cometi o mesmo erro duas vezes.