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Depois da rápida visita à Bruno,às coisas se normalizaram,tudo está voltando aos seus devidos eixos,quer dizer...nem tudo.
Na noite passada três dias depois de minha conversa com Bruno,os irmãos González tiveram uma discussão daquelas, Carlos não quer um irmão "maluco" assustando seus clientes e Bruno prefere não ter um "covarde" para chamar de irmão.
Assisti à briga e confesso que nunca ouvi tantos xingamentos em espanhol como ontem,Bruno saiu de lá furioso, praguejando em alto e bom som noite à fora, e murmurando durante o intervalo dos palavrões.
Estou arrumando à mochila com alguns biscoitos,pois farei uma nova visita à Bruno nesta manhã.
[...]

Bato algumas vezes na lataria do trailer encardido e ouço à voz grave com sotaque tipicamente mexicano de Bruno soar do outro lado da porta, abro à mesma com um rangido irritante, Bruno realmente poderia comprar uma casa, mas como ele diz:
-niña é mais prática.
Quem sou eu para discordar o cara pode viajar sem sair do conforto de casa, carregar o lar pra lá e pra cá como um caracol andarilho, viajando sem paradeiro país à fora.
-Bom dia Bruno.
O homem se vira e me comprimenta.
-Bom dia moleque!
Ele responde alegre.
Estranhei à reação do homem, estar feliz um dia depois de discutir feio com o irmão, isso não é normal.
-Trouxe café da manhã.
Falei pondo à mochila sobre à mesa e tirando os biscoitos do interior da mesma.
- O que trouxe aí moleque?
-Biscoitos!
respondi energético.
Entreguei à embalagem cheia de biscoitos ao homem, que tratou de enfiar um na boca e em seguida fez uma careta.
-O que é isso garoto?!
-Biscoitos integrais.
-Biscoitos integrais?Você já comeu comida de verdade?
-Já.
-Eu tô falando comida, como por exemplo...uma pizza!um hambúrguer ou...Rosquinhas!
Bruno foi ao armário e pegou a embalagem cheia de rosquinhas.
-Come isso.
Disse Bruno me intregando o doce.
Dei de ombros e mordi à rosquinha.
-Você come igual à uma garotinha de seis anos, isso é rosquinha, comida de homem selvagem, enfia tudo na boca de uma vez só moleque!
-Pensei que fosse comida de policial.
-Isso é uma lenda garoto, rosquinha é comida de caçador, comida de selvagem tem nutrientes e você não pira.
-Na verdade caçadores não comem rosquinhas, mas qual à relação...
-Enfia isso na boca!
Encarei à rosquinha coberta de açúcar de confeiteiro, ela realmente me pareceu convidativa, enfiei o doce na boca sentindo aquele gosto preencher meu paladar que coisa maravilhosa e fica ainda mais gostosa à cada mastigada, fechei os olhos e adimirei à explosão saborosa em minha boca, como se milhares de fadinhas estivessem fazendo uma festa em minha língua.
-Agora lambe os dedos!
Engoli à rosquinha de uma vez quase me entalando e arregalei os olhos.
-Isso já é demais!
Respondi.
-Ah...para de mimimi e lambe os dedos seja um elfo camarada.
-Não sou um elfo e não vou fazer isso, é nojento.
-Você pelo menos já comeu alguma rosquinha na vida?
-Não.
Respondi.
-Então siga os conselhos de um cara gordo, eu sei o que estou dizendo.
Então encarei meus dedos tão cobertos de açúcar quanto...quanto um...ah não faço idéia, mas pareciam estar cobertos de uma fina camada de neve açucarada aí naturalmente os lambi, e certamente foi a coisa mais legal que já fiz.
-Então?...
Perguntou Bruno apreensivo.
Fiz questão de criar um suspense.
-Bem...Hum....eu acho que...
-O que você achou?!
-Ótimo.
-Haha!Eu te disse rapaz!
Sorri com à reação de Bruno, e o vi enfiar uma risquinha inteira na boca e em seguida lamber os dedos, sujando os papéis que haviam sobre à mesa, espera...papéis? Olhei mais atentamente e neles haviam ilustrados todos os tipos de criaturas e monstros.
-O quê é isso?
Resolvi perguntar, apontando para os papéis misturados sobre o móvel.
-Ah...isso, passei à noite fazendo algumas pesquisas.
Bom, à resposta me animou que tipo de informações Bruno teria descoberto.
-Então descobriu algo?
Perguntei.
O homem juntou os papéis e os alinhou.
-Bem...acho que o troço que possuiu sua irmã tratava-se de Olivier.
-Oliver?
Perguntei confuso.
-Olivier.
Respondeu Bruno com firmeza.
-Ah ok, mas o que é um Olivier?
Bruno remexeu novamente os papéis.
-Vou fazer um resumo pra você.O cara é um antigo principe dos arcanjos, ele é cruel frio e completamente maligno e feio pra caramba viu!
Ele me mostrou à foto da criatura e admito que quase caio da cadeira, ô coisinha feia viu!
-Uau!Ele deve ser mal pra dédéu.
Exclamei.
-O infeliz pode ser completamente malvado, mas não é o pior.
Respondeu Bruno desanimado.
-Quer dizer que existem piores do que ele?
-É claro garoto, o amiguinho Olivier é o menor de nossos problemas, a hierarquia no inferno é grande e bem organizada ele só faz parte da terceira hierarquia e acho que ele não é tão fraco quanto pensávamos.
-Não entendo Bruno, você disse que ele era o menor de nossos problemas.
-Eu achei que fosse mas o cara é muito pegajoso, ele só nos deixará em paz quando cumprir sua missão.
-E qual é à missão?
-Matar você.
Fiquei apreensivo com à resposta, como assim me matar? O que ele ganharia com isso?estou sem palavras.
-Isso...é brincadeira não é?
Bruno balançou à cabeça negativamente.
-Mas se quisesse me matar, porquê não fez isso antes?
-Demônios gostam de brincar com às pessoas Dave.
-Então quer dizer que o imbecil, vai brincar com à marionete aqui e quando se cansar vai limpar o tabuleiro do joguinho imbecil e maníaco dele?
Bruno confirmou com à cabeça.
-Isso é um absurdo!
-Calma moleque...
-Por que matar meu pai?
-Ele quer mexer com você.
-E não podemos fazer nada?!
-Talvez possamos.
-O quê?
-Já conheceu alguma bruxa?
-Uma bruxa?
-Acho que isso foi um não.
-Isso está ficando mais estranho à cada dia.
Falei um tanto impressionado.
-É e vai ficar mais estranho ainda.
Engoli em seco com à ultima frase do homem.
Bruno correu para o volante e deu partida em niña.
-E lá vamos nós!
Exclamou Bruno.
Descendo rua abaixo no chocalho ambulante.



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Então niños, o que acharam do capítulo?
Espero que tenham gostado.
Não se esqueçam de votar e comentar.

Um xêro!
E.D

You Mind (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora