Capítulo 12: Mudanças

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Quanta dor guardo em meu peito. Ela não percebe que é minha vida? Minha melhor coisa?

*

Eu - Obrigado Lipe. Você me ajudou a não me despedaçar por inteira.

Felipe - Sempre que precisar estarei aqui, pequena.

Ele passou a noite comigo. Estava tão triste e acabada, que liguei pedindo socorro, porque sentia meu coração apertando mais e mais.
Ele me consolou muito. Foi um verdadeiro amigo. Mas não passou disso: amigo.
Ele disse que aceita, eu gostar ou não dele, o que importa é que estou na sua vida. Sei como é difícil amar e não ser amado, isso o destrói demais.

Eu - Você já pode ir se quiser.

Felipe - Ficará bem sozinha? Sobreviverá?

Eu - Sim capitão! (Falo sarcasticamente, apesar de ter saído num tom entristecido. Ele se despede e me dá um beijo na testa. Pela primeira vez, eu queria que fosse na boca).

Depois de refletir no que desejei, resolvi sair, aproveitar o final de semana.
Estava confusa com tudo o que aconteceu. Ingrid me ama mas sempre vem com a desculpa de que ela não é boa para mim. Felipe se declarou e foi um verdadeiro amigo, amei sua presença. Como posso estar fazendo isso comigo mesma? Posso realmente estar sentindo algo pelos dois ao mesmo tempo?
Sou interrompida dos meus pensamentos ao ouvir uma voz familiar.

- Meu amor! Como é bom te ver! (Me surpreendo e corro pular em seus braços).

Eu - Douglas! Mas.. como? V-você tava lá.. e agora aqui.. (me perco nas palavras, o que o faz rir).

Douglas - Eu sei. Resolvi fazer surpresa para minha pequena. Vou passar uma temporada em New York. Quero ser alguém na vida, orgulhar a família.

Eu não acreditava no que estava vendo. Meu melhor amigo está aqui comigo! Ele foi uma das melhores pessoas que apareceu em minha vida.

Eu - Como é bom te ver! Te amo muito! (Lhe abraço e ele beija minha testa).

Douglas - É, também me amo. E amo você também. (Começamos a rir e andamos pelas ruas sem se preocupar com a hora).

Fomos para casa. Ele não conhece ninguém aqui, então ele ficará comigo esses dias. Meus tios deixaram só porque ele parece ser um cara de bem.

Conto tudo o que está acontecendo e ele apenas me dá um abraço de urso que eu realmente estava precisando.

Douglas - Se ela te faz feliz, lute por vocês. Se ela não quiser, aí você bota outro no seu lugar. Aliás, bota se quiser, você consegue ser feliz sozinha. (Meus olhos estavam lacrimejados).

Eu - Obrigado meu amor. Agradeço por tudo que você sempre faz por mim. (Lhe dou um abraço e sinto um lágrima cair no meu rosto, mas a enxugo rapidamente).

Passamos todo o final de semana grudados, e por um momento esqueci toda a dor.

*

*Ingrid narrando*

Estou morrendo. Essa dor está me consumindo incontrolavelmente. Dói muito ficar distante da dela. Mas estar perto, me destrói por não poder assumir ao mundo e mostrar o quanto a amo. Somos jovens, sim. Mas quero algo sério. Algo que dure a eternidade, e quero isto com ela.

Por mais que a dor não saia, vejo o sangue escorrendo nos meus pulsos, na esperança de me levar junto. A vida já não vale mais nada.

*

*Felipe narrando*

Depois que passei a noite consolando a Emely, percebi que tenho chances. Gosto dela de verdade, vou lutar pra fazê-la feliz. Tirarei toda a dor guardada naquele coração doce.

*

*Emely narrando*

Chego atrasada na escola e saio correndo em direção a sala de aula.

-Eu não deveria te deixar entrar, mas vou ser generosa porque dá pra ver sua cara de derrota.

Eu - Obrigado Prof. (Dou um sorriso amargo e corro para o meu lugar).

Olho para a cadeira atrás de mim, vazia. É o lugar que a Ingrid ocupava. Olho para a última mesa ao fundo da sala, e lá está ela, cabeça baixa, blusa de frio grossa, cabelo preso e seu óculos que a deixa mais perfeita do que já é.

Tento prestar atenção na aula, mas não dá certo.

Vejo Ingrid abraçando seu melhor amigo e a única coisa que sinto, é uma intensa vontade de lhe matar com umas mil facas. Mas juro, seriam facadas carinhosas.

Tento tirar minha vista deles, e vejo Felipe de muita conversa com umas garotas de sua turma. Aquilo me faz ter uma certa raiva e antes que pudesse fazer besteira, me retiro e vou comprar algo para comer.
Comer parece que resolve todos os problemas.

- Oi minha linda. Como passou o final de semana?

Eu - Foi bom. (Falo de modo seco e lhe dou as costas, mas sinto um braço me puxar).

- Ei, o que houve? Algum problema está te perturbando?

Eu - Não Lipe. Não precisa se preocupar comigo, pode voltar pra suas amigas. Não estou com vontade de conversar tá?! (Viro as costas para ele e puxo a Nai para vir junto comigo).

Não sei o porque fiz aquilo. Briguei com ele porque fez amizade com aquelas garotas?!
Como sou idiota.

Nai - Aquilo ali que você teve, foi ciúmes? (Fala dando uma gargalhada jogando a cabeça para trás).

Eu - Não! N-Ã-O (Soletro para ela).

Nai - Tá. Então, eu estou ficando maluca ou você está meio que, começando a gostar dele?

Eu - Olha! Tocou o sinal, vamos subir (Falo mudando de assunto).

Nai - Então vamos.

Quando entro na sala de aula me deparo com uma das piores cenas vindo de alguém que gosto.

Eu - Ingrid, por que você fez isto? (Falo já com os olhos ficando lacrimejados ao ver seu rosto triste e seus braços mutilados).

Ingrid - Não consigo ficar longe de você. (Fala deixando lágrimas grossas saírem e fazê-la soluçar).

Eu - Então volta. Não se afasta mais. Volta e não me abandona nunca mais. Eu te amo Ingrid. Eu te amo! (Falo a última frase com ênfase e lhe dou um beijo salgado banhado de lágrimas).

Ingrid - Nunca mais vou te deixar. Te amo muito.

Destino Complicado ♡ (Romance)Onde histórias criam vida. Descubra agora