Capítulo 6: Tudo o que vem, se vai...

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~ Se nós percorremos novamente todo o caminho desde o início, eu tentarei mudar as coisas que mataram nosso amor.
- Scorpions ~

~ Sandra narrando ~

Eu estou sendo idiota? Não considero.
Eu estou com um grande ódio por ela. Estou explodindo de raiva, querendo matá-la, mas sei que não posso fazer isso, então farei do modo mais fácil.

~ Alexia narrando ~

Não posso falar que menti, pois não o fiz. Eu não a amo. Mas eu me arrependo pelo modo que a tratei. Ela perdeu o controle e isso foi demais para mim. Mas eu aprendi que devemos perdoar.
E é isso que estou indo fazer. Estou indo pedir desculpas.
Talvez ela bata a porta na minha cara, e eu fique sem perdão, mas não custa tentar.

Não estou indo para uma reconciliação. É só um perdão, que eu preciso obter, porque minha mente dói só de saber que joguei todas aquelas coisas na sua cara.

Bato uma vez na porta, e ninguém atende. Espero um pouco para ver se escuto algo.

Bato novamente, e insisto muito.
Ninguém me atende e começo a ficar irritada. Sem paciência, decido bater pela última vez.

Quando faço isso, bato com muita mais força, e ao não ser recebida, decido entrar na casa e vê-la mesmo que ela não queira.

Giro a maçaneta e dou passos para enfrentar o monstro..

~ Emely narrando ~

Fico meia chocada quando Alex me conta sobre a briga dela com San. Mas fiquei mais chocada, ao ler a mensagem do Felipe. Imediatamente eu lhe telefonei e implorei para que ele ficasse. Comecei chorar mas ele me pediu muito, para que eu parasse. Desmoronei, porque depois de tudo, ele virou um grande amigo pra mim, e importante também.
Na hora, logo falei que viajaria de volta para New York, pois iria me despedir.
Por mais que eu chorasse, ele não deixou que eu tomasse a decisão precipitada de ir vê-lo.

Ele disse que se eu fosse embora, eu iria reprovar na faculdade só por sua causa.
Falou que eu iria abandonar meu namorado/noivo por causa de uma amizade, que irá durar com a distância.
Sem mais belungas, eu não vou para New York. Não irei conseguir me despedir.
Mas manteremos contato.

~ Alexia narrando ~

Fecho a porta atrás de mim, e começo a andar em silêncio, para que ela não se assuste e não venha me matar.

Eu - Sandra! (Falo alto mas a casa continua em silêncio total). SANDRA! (Dessa vez eu grito, e não ouço nada). Sandra não se esconde, eu vim pedir desculpas!

Ouço um barulho de alguma coisa que caiu, com o vento.
Sigo o barulho que me leva ao quarto.
Tento abrir a porta, inultimente, está trancada.
Suponho que ela esteja lá dentro e bato com força na porta.

Eu - San porra! Abre isso. Eu não vou te machucar!

Empurro a porta, bato, grito, mas não ouço resposta. Fico completamente irritada e tomo uma decisão, péssima, mas necessária. Não quero que ela continue me evitando.

Eu - LÁ VOU EU! (Grito e pego impulso, chutando a porta e fazendo com que ela se quebre).

Vou em direção aos pedaços de madeira que cairam no chão, e me assusto abruptadamente ao te ver.

Eu - AI MEU DEUS! (Grito e repito isso umas mil vezes. Não acredito no que vejo). AI MEU DEUS! AI MEU DEEEEUS! (Grito e tento me aproximar, mas estou com medo). MEU DEUS SANDRA! AI MEU DEEEEUUS!!

É a única coisa que consigo dizer. É a minha única reação.
Ainda não ouso, tentar aproximação.

(...)

"Tudo que fica: fica para sempre um amor, uma longa conversa e um abraço apertado... Essas memórias nunca serão esquecidas, não importa quanto tempo passe.

Assim será a nossa história, uma memória que nunca desaparecerá, será uma marca eterna. Em meio a uma música e outra, nossos pensamentos cruzaram a distância para nos conectarmos um ao outro.

Eu nunca fui boa em fazer as coisas certas, sempre gostei do que não está escrito, do que é irreal, do que está fora do padrão, e de nunca fazer as coisas certas.

Eu arrisquei, arrisquei meu coração, guardei meus sonhos e desejos mais devassos em uma caixinha e tranquei com sete chaves para tentar ser a menos errada possível.

Nos perdermos não por falta de amor, talvez por amar de forma errada, por não compreender a forma do outro de amar, por não acreditar na forma do outro de amar.

Por não aceitar as escolhas do outro, e a minha escolha é buscar meu coração que saiu voando por aí, e a sua foi encontrar um coração sem tantos defeitos. Tudo que vivemos foi verdade, pelo menos para um lado da história. E nunca será esquecido."

Essa é uma carta de adeus. Não achei que iria doer, mas doeu tanto, tanto, que sinto que meu coração foi arrancado cruelmente e esmagado pela própria mão que o arrancou.

Passo novamente os olhos, pelas últimas palavras dela, escrita nessa carta.
Passo a visão pelo local, e vejo os bombeiros colocando o corpo frio e sem vida da Sandra na maca, rumo ao hospital.

Não é porque eu não a amava, que eu não me importava. Vê-la com uma corda no pescoço, por minha culpa, simplesmente porque não fui capaz de amar, é uma porra de uma cena destruidora. Você percebe o quão bosta você é.

Ela acabou com a própria vida, porque não fui capaz de dar a minha por ela.
Se eu tivesse insistido mais, se eu tivesse tentado mais, talvez, eu teria conseguido me apaixonar e ela estaria aqui comigo nesse momento.

Se eu não tivesse desistido tão facilmente, ela ainda estaria aqui?

" Eu devo chorar por você?"

Não sei ao certo, mas estou aos prantos agora.

~ Emely narrando ~

Conto para Henrique tudo o que ocorreu. Ele se sente triste, por saber que não posso me despedir do Lipeh, mas ele entende que não posso ir.

Enquanto não se passar esses três meses, não poderei ir.

E enquanto isso, planejamos nosso casamento.
Nos casaremos em New York; o salão terá 200 a 300 convidados; meu vestido vai ser maravilhoso; as decorações e o restante, vamos pegar pela internet.
Os planos estão indo bem.
Estamos apaixonados, nossos amigos nos apoiam, não penso mais na Ingrid... na verdade, não penso Muito nela.
Hoje, só penso que estou finalmente sendo feliz, coisa que ela nunca fará.

Eu sei que é mentira, pois ela me fazia feliz, mas tenho que dizer pra mim mesma que ela não fez, e que ela é uma bosta.
Porque realmente é né.

Enquanto isso, Henrique e eu, vamos ser felizes, até que a morte nos separe.

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Final clichê? Talvez.

O que estão achando?
O que acharam desse fim da San?

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Amo vcs!!

Destino Complicado ♡ (Romance)Onde histórias criam vida. Descubra agora