Capitulo 19: As Férias

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Hoje é o último dia de aula. Nah já não vem faz dois dias, o que me dá oportunidades de beijar minha namorada. Apesar de querer aproveitar mais o dia, vou sair cedo hoje, vou para a Psiquiatra. Estou tomando remédios e ela precisa saber se estão fazendo efeito.

Mas, apesar de ser o último dia, a despedida, Ingrid não está muito bem.
A observo de cabeça baixa, chorando, e sei que não aceitará minha ajuda.

Eu - O que foi? (Ela não responde). Ingrid, amor, responde (continua em silêncio. Pego em sua mão para que fique melhor, mas ela tira a mão rapidamente. Isso me deixa magoada).

Ficamos muitos minutos em silêncio. Fiquei apenas a observando. Tem horas que dá vontade de desistir dela, por ser tão complicada e idiota, mas algo sempre me traz de volta a seu encontro. Tipo um Imã. Fico um pouco longe dela, mas depois sou puxada de volta sem querer me desgrudar mais. Alguma força gravitacional nos cola. É difícil explicar.

Pego sua mão de novo, e entrelaço nossos dedos, mas ela recua. Joga minha mão e continua chorando.
Só que agora é diferente. Fiquei irritada. Quem ela pensa que é? Só por que está triste, fica maltratando a namorada? Incrédula!
Me viro e enterro o rosto em meus braços, para que eu possa chorar de raiva. Mas nada sai. Apenas uma lágrima sai, e nem sequer escorre pelo rosto.

Ingrid percebeu que me irritei, e começa a passar seus dedos em minha costa. No momento eu quis jogar a mão dela para lá, do mesmo jeito que fez comigo, mas não sou igual a ela. Fico calada tentando chorar, enquanto seus dedos estão por todo meu corpo.
Arrepios e excitação me dominam. Por mais que eu esteja tentando ser dura, quero agarrar ela aqui mesmo, e chupá-la para que pare de me torturar com seus dedos gelados.
Continuo imobilizada. Não movo um dedo sequer. Apenas respiro ofegantemente.
Sinto seus braços me cobrirem e ela me puxa pra trás, para ela.

Ingrid - Me perdoa tá? Sou idiota. Só sei magoar as pessoas que eu amo. Me perdoa? (Fico calada, apenas balanço a cabeça em confirmação). Me perdoa mesmo? (Balanço a cabeça positivamente de novo).

-Quem é Emely? (A coordenadora pergunta da porta).

Eu - Sou eu!

-Vamos.

Finalmente! Já não aguentava mais. Ingrid estava insuportável hoje. Não sei por que ela se tortura tanto com o passado, e ainda me machuca com isso.
O importante, é que por hoje, já estou livre disso.

*/*

- Então Emely, como você está? (A psiquiatra pergunta).

Eu - Muito mal.

- Porque? São os remédios?

Eu - Não. É a vida mesmo. Esse mês, foi um mês muito difícil pra mim.

- Conte-me tudo o que ocorreu.

Conto tudo para ela. Falo dos cortes, dos planos suicidas, da minha mãe querer me levar embora, e da minha "amiga" (Ingrid), que só me magoa e falei da minha insônia..

Ela ficou super preocupada comigo. Passou remédios bem mais fortes, e como sempre, falou para eu confiar em Deus. Parece até que é pastora.

- Emely por favor, não se mate. Você é muito linda pra fazer isso. Você é jovem, tem muito o que viver. Isso vai passar, é só uma fase turbulenta. Conversa com sua mãe, talvez ela só te leve depois que o tratamento terminar. Tá?

Eu - Tá.

Saí da sala dela e fui para casa. Ninguém nunca entenderá que nunca vou voltar para Nova Jersey. Não tem conversa com minha mãe. Os psicopatas não conversam para tomarem uma decisão que agrade a vítima.
Eu juro, que se minha mãe vier me buscar, eu me mato.

Destino Complicado ♡ (Romance)Onde histórias criam vida. Descubra agora