Capítulo 7

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Mônica narrando:

Congelando! É assim que estou. O plano estava indo bem, até começar a chover, chover muito, e com isso acabei ficando presa com o Eduardo em um beco que tem uma cobertura nos protegendo da chuva, mas não do frio, não estava falando com ele desde ontem depois da nossa briga, dei uma desculpa qualquer pra ele vim me buscar de carro, foi uma surpresa o pneu dar problema no meio do caminho, aproveitei essa oportunidade, e dei outra desculpa para poder deixar o Lucas junto com a Laura, eu meio que percebi um clima entre esses dois, logo no primeiro dia em que eles se conheceram e tal, mas acho difícil disso acontecer logo de cara assim, já que a Laura é tímida pra caramba e o Lucas.... bom o Lucas é o Lucas, ele é meio lerdo, e quando tem pessoas diferentes fica sem jeito, e muito sem graça, e com isso ele só fica no celular. Lógico que isso não conta quando é para poder pegar uma garota. 
A cada minuto que passava esfriava mais, a gente não chegou a pegar chuva, mas o vento estava muito forte, causando ondas de arrepios freneticamente por todo meu corpo. Percebi por canto de olho, Eduardo se aproximando. Assim que chegou perto, tocou em meu braço com uma das suas grandes mãos que por incrível que pareça, estavam quentes.

— Precisamos sair daqui, você está muito gelada, e essa chuva parece que só irá piorar,é perigoso você pegar um resfriado – disse tirando seu moletom e colocando por cima dos meus ombros – Olha, eu sei que você está com raiva – disse olhando em meus olhos, mas eu só conseguia focar em seus lábios úmidos se movendo– mas, vamos dar um jeito de sair daqui, e conversar em um lugar mais quente, de preferê..... – Não dei chance para ele terminar de falar, segurei em sua nuca e comecei um beijo lento, no início ele ficou assustado, mas logo retribuiu colocando suas mãos em minha cintura. Subiu um arrepio por todo meu corpo quando senti seu toque, mas já não era mais de frio, seus lábios ágeis sugavam os meus com precisão, sua língua travava uma batalha épica com a minha.
Ficamos um bom tempo nesse beijo lento e viciante, diria que tinha ate um pingo de paixão, mas devo estar ficando paranóica, mas a cada segundo que passava com nossos lábios colados, cada sorriso no meio do beijo, a forma em que nossos lábios se encaixavam perfeitamente, a cada novo arrepio eu tinha mais certeza de que eu...... Com esse pensamento absurdo acordo desse transe,  e então o empurrei para longe de mim.

—Desculpa– disse rápido, com a respiração falhando.

— O que deu em você?– perguntou passando as mãos em seus cabelos os bagunçando. – me beija, e do nada me empurra, não te entendo!

— Foi coisa do momento, não é assim que você sempre diz?– disse passando as mãos pelos fios de meu cabelo

— Ah, é assim agora?– perguntou se virando para mim com brutalidade – Você faz e fala várias merdas, e eu não uso isso contra você, as vezes você é muito infantil sabia?– disse saindo no meio da chuva. Corri atrás dele e segurei em seu ombro e o virei para mim

— E você é muito imaturo, um dos exemplos é você sair nessa chuva forte igual um louco!– gritei, quando ele iria responder, passou um carro próximo, e jogou água da rua em nós

—Vamos sair daqui, depois a gente conversa– falou grosso e seco, e saiu andando na frente.
Após alguns minutos andando, paramos em um posto de gasolina, esperamos lá ate a chuva passar, quando passou pedimos ajuda para trocar o pneu do carro.
Já dentro do carro, o único barulho que se ouvia era as nossas respirações, isso ate o celular de Eduardo tocar indicando uma nova chamada. Fiquei calada ouvindo ele responder a pessoa do outro lado da ligação.

—Oi...... Sim, sou eu! Quem fala?.... Como assim não importa?...... O que você quer falar comigo?...... O QUE?.... OK, já estou indo.....OK, manda o endereço por mensagem!..... Ta cara, tchau, até logo!

Desligou o celular, e olhou para mim

—Quem era?– perguntei curiosa

— Ninguém importante, bom... você vai ter que me aguentar por mais algumas horas, vou ter que passar em um lugar um pouco longe, ok?– disse ligando o carro e saindo, eu não disse nada, apenas encostei a cabeça no banco do carro e fechei os olhos.

***

Senti o carro parando, escutei a porta se abrindo, e vozes masculinas meio longe conversando, após isso ficou um silêncio, e logo senti portas se abrindo novamente e o carro dando partida, quando levantei a cabeça e olhei para trás Jack estava lá, com o olho roxo e vários hematomas espalhados por seu corpo,  percebi que estávamos saindo de uma favela.
Agora me pergunto, o que Jack estava fazendo aqui?

***
No dia seguinte não fui à aula, acordei indisposta, estava deitada no sofá pensando quando batem na porta. Quando abro, vejo que é o Eduardo, dou passagem para ele entrar e fecho a porta.

—Precisamos conversar, colocar as coisas no lugar – disse me olhando sério, quando ele disse isso, subiu uma onda de arrepios pelo meu corpo.

—Ah, claro– só consegui dizer isso, me sentei em sua frente e esperei ele começar.

—Me desculpa, olha... eu sei como é difícil isso tudo, e toda essa pressão, sei que nós não temos nada sério, e que isso não me dá o direito de querer matar todos que se aproximam de você, mas é difícil para mim de lidar, meu último relacionamento sério, foi muito desgastante, tanto fisicamente, como emocionalmente – fez uma pausa, respirou fundo e continuou – Eu não quero assumir nada sério agora, mas a gente poderia ir tentando aos poucos, sem assumir nada, mas um relacionamento aberto, claro que não poderá ter envolvimento com outras pessoas, e com isso as provocações irão acabar. O que você acha?– finalizou com um meio sorriso

— Bom, acho que devemos tentar, como você disse, indo aos poucos, mas não quero que se sinta obrigado a nada– disse me levantando e indo até a janela – não me sentiria bem se você resolvesse ficar comigo por se sentir obrigado. - E eu fiquei parada olhando pro que tinha do lado de fora, não estava afim de olhar pra cara dele só isso.

—Não não, eu quero tentar, eu gosto de você apesar de todas as nossas brigas. 

Ele disse enquanto me abraçava por trás e dava um leve beijo em meu pescoço. Me causando arrepios, e por uma fração de segundo me derreti por inteira, voltei à mim e o empurrei para longe, me afastei olhando pra ele com um sorriso cínico.

— Já disse o que queria dizer, então já pode ir embora. - Eu falei meio que rindo de sua cara de decepção, mas logo ele entrou na brincadeira.

— Mas já? - Disse dando uma gargalhada gostosa. - Acabei de chegar. - Falou se sentando ao meu lado e me abraçando.

— Mas agora você vai ir embora. - Eu falei ainda rindo e me levantei rápido do sofá, mas ele me segurou e fez eu me sentar novamente. - O que foi?

— O que foi? Eu quero te beijar mais amor. Vamos namorar mais um pouquinho... - Falou cheirando meu pescoço e me esquivei rindo.

— Namorar? Nós não namoramos. - Eu falei dando a minhas típicas risadinhas cínicas e cheias de significado. Ele me olhou e a expressão dele estava fofa e engraçada ao mesmo tempo, demonstrava decepção e confusão.

— Tudo bem linda, depois a gente se vê.

— Claro. - Eu falei me levantando e o levei ate a porta lá ele me deu um abraço e se aproveitou pra usar sua mão boba, passeando pelo meu corpo. - Ei! Que abuso! Safado! - Eu disse rindo me afastando um pouco envergonhada, e dei um tapa em sua mão.

— Abuso? Safado? Abuso e Safadeza é seu sobrenome Mônica. - Falou me dando um selinho rápido. – Linda! - falou e saiu correndo igual moleque. Adorava  esse jeito maduro e brincalhão dele ao mesmo tempo.

— Ahhh! Um dia a gente chega lá. - Eu falei pra mim mesma e fechei a porta.

CONTINUA....

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