Capítulo 4 - Caio

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Acordei desnorteado com o celular tocando, mas não fazia ideia de onde ele estava.

Levantei da cama e sacudi o lençol com que dormi, fazendo o celular voar direto pro chão.

_Que merda, viu. -reclamei e o peguei do chão, desligando o despertador.

Fiz minha higiene matinal e tomei banho antes de me vestir pra ir pra faculdade.

A casa estava num silêncio absurdo, denunciando que meu pai estava dormindo ou que não tinha vindo pra casa.

_Pelo menos alguém está se dando bem. - ri pegando um pacote de torradas dentro do armário.

Tomei café rapidamente e fui pra faculdade.

Não ficava tão longe de casa então logo cheguei e encontrei meus colegas conversando e rindo. 

Todo início de semestre era assim: todo mundo rindo, sem fazer nada antes das aulas, indo pras festas. No final? Desespero!

_Olha ali a garota que entrou na sala errada. - Lívia disse mexendo no enorme cabelo castanho. - Além de burra é filhinha de papai. 

Olhei para onde eles olhavam e vi a garota saindo do lado do carona de um carrão que estava sendo dirigido por uma mulher mais velha. 

_Filha de mamãe, na verdade. - o namorado da Lívia, Mario, riu. 

_Para, gente. Deixa a menina. - disse vendo ela andar em direção à faculdade. 

_Vish, olha lá o defensor dos oprimidos. - Lívia disse e os outros riram. 

_No início do curso você gostou quando alguém defendeu a oprimida que você era. - Laura disse e sua amiga parou de rir.

O pessoal começou a se zoar e eu reparei na menina do dia anterior. 

A garota tinha o cabelo escuro curto, usava um vestido azul florido com all star branco e andava calmamente, mas segura, diferente do jeito que saiu da minha sala ontem. 

Ela entrou em um dos prédios e eu voltei a conversar com o pessoal. 

Ficamos ali conversando até o horário das aulas começarem e depois cada um foi pra sua sala.

Paixão sf: 1.exaltação incontrolável; 2.prazer em realizar determinada tarefa; 3.sensibilidade, entusiasmo que um artista transmite através da obra. 

Isso que me motiva todos os dias a levantar todos os dias e vir para cá. O que faz as aulas passarem rápido todos os dias. A paixão que sinto pela arte, por poder transmitir tantos sentimentos em apenas uma obra.

As aulas se passaram rapidamente e quando percebi já estava me despedindo do pessoal e indo pra casa.

Não me lembro bem quando a arte entrou na minha vida, acho que já nasci com essa paixão até porque meus pais se conheceram por causa dela. 

Meu pai desde novo era apaixonado por surf e decidiu se dedicar à arte de fazer pranchas, tinha que trabalhar, mas também não queria que essa necessidade o separasse da sua paixão. Mas ele nunca foi muito bom com decoração, aí que surge minha mãe. Com seu dom para tornar tudo mais bonito, principalmente a vida do seu futuro marido. 

Entrei em casa sorrindo e encontrei meu pai arrumado na cozinha. 

_Vai sair? - perguntei jogando a mochila no sofá. 

_Vamos almoçar. - ele disse já me empurrando pra fora de casa. 

Meu pai entrou dentro do carro e eu fui abrir o portão da garagem pra ele sair. 

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⏰ Última atualização: Jul 03, 2017 ⏰

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