Gênese

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Fortes precipitações castigavam a cidade de Dendemille, situada ao nordeste de Lumiose, numa das noites que seria uma das mais sombrias no departamente de polícia da cidade de Kalos. Thomas terminava de tomar a sua xícara de café com um cubo de açúcar, que havia sido feita a quase uma hora e estava sendo resfriada naturalmente. Ele apoiava suas costas em sua cadeira de escritório, que a cada mínimo movimento rangia, enquanto observava as gotas de chuva caírem como fortes faíscas no vidro da janela de sua sala, fazendo baixos estalos.
Duas leves e rápidas batidas, com espaçamento de tempo entre elas com menos de um segundo, na porta de madeira do tenente policial de Dendemille, o fizeram parar de tomar seu precioso café da madrugada e se virar para ver o que um dos seus empregados desejava o dizer. Este parecia nervoso. Ele colocou a sua xícara com um desenho de uma Masterball em cima de sua mesa, falando relativamente baixo e com um tom seco por estar quase a madrugada toda sem dizer uma única palavra:
— Entre.
A mão esquerda de Oliver, um de seus mais fiéis e antigos funcionários, girou a maçaneta de bronze da porta do gabinete de seu chefe abrindo-a. Thomas apoiou seus cotovelos na mesa e seu rosto sobre suas mãos, olhando fixamente para seu nervoso subordinado, no qual ajeitava seus óculos constantemente.
— S-senhor Clint… — Chamou o seu chefe por seu sobrenome e nome de policial, enquanto tirava de baixo de sua axila vários documentos e papéis diversos, os organizando rapidamente em suas mãos trêmulas.
— O que aconteceu, Oliver? Giratina voltou? — Ironiza Thomas, ainda olhando fixamente para seu funcionário, mas agora com um leve sorriso.
Sem responder as perguntas sarcásticas de seu superior, Oliver expôs na mesa de Thomas alguns papéis, com algumas imagens e muitos números, de leis quebradas, mortos, feridos e dinheiro roubado. O investigador chefe tomou um susto, logo em seguida deixando um longo silêncio enquanto seus olhos se arregalavam cada vez mais que lia aquelas atrocidades, que pareciam terem sido planejadas por anos, mas executadas em alguns minutos por alguns indivíduos.
— Que tipo de monstro planejaria algo assim? — Sussurrou Thomas para si mesmo — Oliver, já descobriram quem foram os criminosos?
— Não, senhor. A equipe do prefeito disse para chamá-lo imediatamente.
— Aquele canalha? Por quê? Ele nunca pede a nossa ajuda.
— Ah, sim, esqueci-me de te entregar um dos papéis. — O funcionário nervoso fala um pouco sem jeito, entregando mais um papel para Thomas.
Naquele papel em especial, continha as informações básicas de todos os que foram levados a óbito naquela noite, e um deles, que estava destacado com a tinta de um marcador amarelo, ainda molhado, era Markus Schimmer, primeiro ministro de Kalos. O ilustre político estava no centenário de um dos maiores bancos de Kalos, em Dendemille, onde ocorreu o roubo milionário e o massacre milenar naquela maldita noite.
— O prefeito chamou-nos pois a imprensa está o pressionando, querendo resoluções internas da polícia, com o apoio de Lumiose. — Falou trêmulo o subordinado policial.
Muitas palavras, possibilidades e insultos ocorreram pela mente de Thomas, mas o mesmo não era capaz de completar e pronunciar uma frase. Uma mistura de sentimentos se criou em seu coração. Sentiu um forte nevorsismo pelo intrigante e terrível caso, uma imensa raiva pelo prefeito apenas ter os chamado por pressão da imprensa e para serem o “apoio” dos “policias de verdade”, além de felicidade e animação reprimidas, por finalmente poder cuidar de um grande caso. O chefe da polícia de Dendemille levantou-se num brusco movimento, deixando alguns papéis voarem ao encontro do chão, por ter se apoiado na mesa. Este olhou no fundo dos olhos de seu subordinado, que, ainda nervoso, aguardava ordens de seu superior.
— Não há tempo como o presente, Oliver. — Disse Thomas, apressadamente abrindo a segunda gaveta de sua escrivaninha e pegando duas “GreatBalls” e uma “Ultraball”, saindo rapidamente de seu gabinete, sendo seguido por Oliver, logo depois deste pegar toda a papelada dos crimes ocorridos.
Enquanto ambos deixavam o gabinete do policial chefe de Dendemille, no qual Thomas havia deixado um resto de café em sua xícara e as persianas abertas, possibilitando a visão do céu nublado e das gotas d’água a cair, Oliver seguia seu superior, que andava ansioso pelos cômodos do departamento de polícia até a saída. Porém, o subordinado de Thomas parecia com medo. De vez em quando, abria a sua boca para falar algo, mas hesitava segundos depois.
Logo que os dois policiais da cidadezinha montonhosa de Kalos saíram de sua sede, Thomas pegou a sua “Ultraball” e libertou um Honckrow desta.
— Então vou indo, Oliver. Deseje-me boa sorte. — Falava confiante Thomas, enquanto subia nas costas de seu pokémon voador, sendo interrompido por um bater de asas e uma voz devidamente aveludada e seca.
— Vamos no meu, senhor Clint. É provavelmente mais veloz. — Falou o estranho.

Corpse's Illusion - Pokémon FanfictionOnde histórias criam vida. Descubra agora