Algumas poucas horas depois, quando o café que restava na caneca de Thomas já havia acabado, um pequeno toque foi dado no telefone de sua sala, sendo seguido da voz de Oliver.
[I]— Senhor Thomas, é hora do segundo passo. — Disse pelo telefone, com uma voz um pouco brincalhona.
Thomas sorriu. Posicionou a sua caneca vazia em sua mesa, esperando que algum funcionário passasse lá para enchê-la, se levantando para ir até a sala do interrogatório. Logo que ficou de pé, abriu a terceira gaveta de sua escrivaninha, pegando de lá uma “Pokéball”, que, aparentemente, era polida periodicamente, como se fosse algum tipo de prêmio ou monstrinho preferido do policial.
Ao pegar a sua “Pokéball”, Thomas estava pronto para sair de sua sala. Deu quatro passos, a distância da sua mesa até a porta de sua sala, até conseguir alcançar a maçaneta da passagem de seu gabinete para o corredor. Girou o objeto metálico, coberto com uma tinta de cor de bronze, andando para fora.
Logo que passou por algumas portas de outros policiais, já que a sua sala era no fim do longo e único corredor do departamente de polícia de Dendemille, Thomas chegou na recepção, a parte central da sede.
— Mandei os oficiais de Lumiose levarem os suspeitos que me mandou trazer diretamente para a sala do interrogatório.
Thomas sorriu para o seu funcionário, continuando a andar, pela recepção, até passar pela mesa deste, deixando algumas moedas nesta.
— Reponha o meu café.
Oliver nem recebeu um agradecimento pelo seu trabalho, bufando um pouco para cima, fazendo a sua franja subir levemente, cruzando os braços, em seguida sorrindo de leve, pensando: “o Thomas não tem jeito mesmo, mesmo assim, é o melhor chefe que eu poderia ter”.
— Dispensados. — Disse o oficial de maior importância daquela sede aos oficiais de Lumiose que esperavam as ordens de algum superior.
Como os foi ordenados, o líder daquele caso tinha que ser obedecido. Os três policiais que trouxeram os suspeitos fizeram uma pequena reverência, deixando os prováveis criminosos na segunda sala do interrogatório, amarrados, na qual era divida da primeira por uma barreira de vidro, deixando o investigador falar com estes sem poderem causar nenhum dano direto a Thomas, neste caso.
Alguns murmuros puderam ser ouvidos dos quatro oficiais da capital, falando sobre o estranho fato de Lukas não estar junto de Thomas, nada de muito importante. Nosso protagonista até sorriu, lembrando do sumiço de seu não muito desejado parceiro. Porém, era hora de trabalhar, ainda não era a de comemorar.
Depois de pigarro, após ouvir o bater da porta da sala do interrogatório, Thomas começou a falar:
— Boa tarde, senhores. Vamos ver quem temos aqui. — Se sentou na cadeira da tal sala, olhando para os suspeitos.
Eram três. Weavile 1501, conhecido por Dom W, acusado de ter causado todas as cinco mortes do tal incidente com suas próprias garras. Sableye 1912, também chamado de Sablie, suspeito de ter roubado 5.000.000 de PokéCoins em barras de ouro do banco e as jóias da maior parte dos mortos e dos outros que lá residiam.
Algo que seria importante destacar é o fato de que: Dom W e Sablie faziam parte de uma antiga quadrilha, ou melhor, um trio de criminosos, onde todos, depois de anos, foram presos e já haviam cumprido as suas penas, principalmente pelas informações que haviam dado aos policiais, acabando com muitas outras quadrilhas e gangues de Kalos.
Deve estar se perguntando, quem seria o terceiro membro? A resposta para a sua pergunta é: Zoroark 1939, também conhecido por Zillusion, o terceiro suspeito que estava de pé na frente de Thomas, que apenas foi trazido por ter antigas relações aos dois suspeitos no passado.
— Bem, depois de ter refrescado um pouco a memória de vocês, — Enquanto lias o resumo que lhe foi concedido acima, Thomas citava passagens parecidas, lendo os papéis que estavam na pequena mesa, nos quais ele mesmo digitou mais cedo. — eu realmente gostaria que algum de vocês abrisse a boca. Nem adianta dar a desculpa de não ter boca, não tem nenhum Toucannon aqui. — Fala nosso policial, se ajeitando na cadeira, retirando do seu bolso a sua “Pokéball”.
Thomas, logo que segurou aquela “Pokéball”, sorriu. Puxou uma cadeira que estava mais afastada na sala e liberou o pokémon contido na bola. Um Chesnaught saiu desta. Ele estava com um semblante sério, calmo. O mesmo, sem dar uma palavra, sentou-se na cadeira ao lado de seu treinador, olhando os suspeitos.
— Bem, este é o meu amigo, também investigador, Chesnaught 2005, ou senhor Chesnaught, para vocês. — Brincou Thomas.
— Os senhores poderiam nos dizer algo ou teremos que obrigá-los a fazer este? — Perguntou, sério, Chesnaught.
— Têm… Alguma prova contra mim, senhores? — Questionou calmamente e o mais educadamente possível, Zillusion, o piloto de fuga e líder do antigo trio de ladrões.
— Não, apenas a sua ligação com os outros dois suspeitos, Sr. 1939. — Disse Thomas, mordendo a tampa de uma caneta. — E vocês dois? Algo a dizer?
— Eu não roubei esse dinheiro… — Falou baixo, meio desanimado, Sablie.
— Não? Então quem era o Sableye com uma cicatriz na perna direita e com uma rachadura lateral na jóia ocular esquerda? — Falou, firme, Chesnaught.
O Sableye se calou. Viu que não teria jeito de se salvar, por mais que acreditasse que não tinha cometido aquele crime. Talvez ele até quisesse cometer tal, mas a parceria com Dom W estava acabada, eles nunca iriam querer ver os rostos cheios de cicatrizes uns dos outros novamente depois do dia em que foram presos.
— Eu não matei ninguém comprovadamente. Nenhuma prova biológica que fui eu. — Falou, tentando conseguir algum tipo de vantagem por tempo inderteminado sobre a polícia, o Weavile. — Todos os dados das imagens coincidem com você. Por acaso, os senhores têm algum álibi? Talvez isso possa ajudá-los nesta situação. — Retrucou Thomas.
— Senhor Zoroark, seria interessante se também tivesse um álibi, só por confirmação. Não podemos arriscar.
— Ah, claro. Podem falar com a minha treinadora, eu estava treinando com o Walrein dela. Ela se chama Kandy, mora em Lumiose. Aqueles dois policiais sabem onde fica, mas aparentemente eles foram dispensados… — O comentário final irritou um pouco Thomas.
— Vamos falar com eles. Obrigado, senhor Zillusion. — Disse o investigador pokémon.
— Eu também tenho um álibi. — Soluçou Sablie. — Na hora do crime, em volta das sete horas de ontem, eu estava…
— Estava onde? Quem ou o que pode confirmar este álibi? — Disse Thomas, tentando apressar o Sableye.
— Eu estava vendendo jóias… Num beco na cidade de Anistar… — Sablie respondeu, relativamente triste por saber que seria preso, mas um pouco feliz por, provavelmente, não ser acusado de ter roubado a gigante quantia do banco.
— Uhm! Interessante. Álibi que encrimina o suspeito. Bem, quem pode afirmar a sua acusação? — Perguntou sarcasticamente, Thomas.
— Mark, eu acho. Era um sujeito meio mal encarado, acho que era médico. Eu vendi dois anéis de ouro para ele, por um ótimo preço.
Thomas paralisou por um instante. Alguém que ele conhecia havia comprado contrabando, Sablie era conhecido por roubar materiais ou até peças feitas para vender por um preço mais baixo e, mesmo assim, faturar bastante. Pelo jeito, ele parou de fazer grandes roubos e de vender para quadrilhas famosas.
— Ainda continua no crime, SaSa? — Perguntou, parecendo surpreso, o tal Zoroark.
— Primeiro, eu não devo responder nada para você, seu traidor. Segundo, já disse pra parar de me chamar assim seu filho da p-
— Ambos, parem agora, se não posso prender o 1939 e aumentar a sua provável pena, 1912. — Interrompeu Chesnaught, pigarreando para continuar o interrogatório. — Zoroark 1939, codinome de Zillusion e Sableye 1912, codinome de Sablie, ambos respondem em liberdade. Preciso confirmar os álibis do traficante de jóias e o do pokémon raposa. Weavile 1501, você fica preso esperando o julgamento, já que não tem álibi.
Zillusion agradeceu ao policial. Sablie agradeceu a Arceus. Dom W, provavelmente, estava mentalmente xingando Thomas e seu parceiro, mas se falasse em voz alta, poderia aumentar a sua pena. Nosso investigador humano chamou outros dois oficiais, agora de sua sede, para levar o Weavile assassino até a sua cela provisória, enquanto os outros dois foram embora do departamento de polícia de Dendemille, respondendo em liberdade.
Thomas e Chesnaught sorriram um para os outros, vendo que estavam mais perto da resolução do tal caso, que os daria fama intercontinental. Eles, um dia, sonharam em viver em Alola, já velhos, passando o resto de seus dias descansando e contando histórias um para o outro, numa casa na beira da praia. Eles começaram a rir, pensando naquilo, mesmo sem falarem uma palavra para um outro, pareciam compartilhar os pensamentos.
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Corpse's Illusion - Pokémon Fanfiction
Genel KurguThomas, policial de Dendemille, cidade montanhosa de Kalos, se envolve como líder num caso extremamente violento, mas aparentemente simples de ser resolvido, mas não é tão fácil assim... Divida em dez capítulos relativamente curtos, Corpse's Illusio...