Interrompido

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O investigador humano e o pokémon, depois de conversarem um pouco sobre o caso e sobre os suspeitos, sorriram um para o outro. Era hora de sua despedida, Chesnaught voltaria para sua “Pokéball” e Thomas iria trabalhar no caso, sozinho. Levantou-se, fazendo uma solene reverência para o seu estimado parceiro, enquanto pegava a pequena esfera branca e vermelha de seu bolso, fazendo seu inicial, já evoluído, retroceder.
Após, oficialmente, finalizar aquela sessão de interrogatório, Thomas saiu da tal sala e se dirigiu para a sua própria. Entrou nesta, girando a maçaneta, adentrando o seu local de trabalho. Sentiu, da porta, o cheiro forte do café. Oliver, como um fiel funcionário, fez o que o seu chefe pediu. Ele sorriu um pouco. Apenas pensava no caso que trabalhava, naquele momento. Até as visões da vida em Alola haviam sumido por hora.
Porém, algo estava diferente na sua sala. Tudo estava escuro. Alguém passou ali e fechou as persianas. Thomas estranhou. Logo pensou que era algum tipo de brincadeira do Oliver, talvez ele estivesse esquecido do próprio aniversário mas os seus funcionários não. Ele não estava preocupado com isso agora. Dirigiu-se rapidamente para a janela, puxando um pequeno fio que afastava as armações de plástico. A paisagem estava tão esplêndida que o investigador chegou até a abrir a janela, respirando o puro ar da cidade. Era maravilhoso.
As montanhas da sua cidade, constratando com o sol poente da tarde, era uma verdadeira visão dos deuses, e também seria a última do policial. Um par de garras, fortes como rochas e frias como metal, atravessaram o pescoço do oficial da polícia, enquanto um joelho, relativamente pequeno, acertava um golpe em cheio no centro de sua espinha dorsal. Todas as belíssimas vistas que nosso investigador estava observando sumiram. Tudo ficou escuro. A consciência de Thomas se esvaiu. Nada era visível nem perceptível.
Ouviu, no fio de sua lucidez, passos rápidos, de, aparentenente, alguém com garras, pelos fortes toques de ossos ou estruturas semelhantes no chão de madeira do departamento de polícia, que sumiram aos poucos, se afastando. Em seguida, escutou mais passos de algum indivíduo com aparentes objetos pontudos em seus pés, com a diferença de que este parecia ser de maior porte, pela intensidade do barulho.
— Socorro! Chamem a ambulância! Agora!
As últimas palavras que os ouvidos de Thomas pôde escutar foram estas. A voz era relativamente familiar ao nosso policial, mas, na sua consciência fraca, não soube discernir o falante.
Após o triste incidente, o policial foi levado para o hospital mais próximo. Um helicóptero veio buscar Thomas, onde recebeu os tratamentos primários para não morrer antes de chegar ao centro médico de emergências. Chegando na edificação, muito fina, por sinal, com instalações limpíssimas e outros pontos que o consagravam como o melhor centro hospitalar de Kalos, o investigador teve atendimento imediato. Médicos e mais médicos vieram ajudar o nosso protagonista, entre estes anestesistas, enfermeiros, neurocirurgiões, entre outros.
Depois de algumas horas, Thomas viu-se lúcido novamente. Poderia enxergar o teto branco, com uma luz vindo diretamente em sua face, ele não havia morrido. O governo, por ele ser o encarregado de um dos casos mais importantes de toda a polícia, pagou os melhores profissionais para salvar a vida do investigador. Ao abrir os olhos, um médico, que estava sentado ao lado de sua cama, sorri para ele.
— Boa noite, senhor Clint. Chamo-me Dylan e sou o médico encarregado do seu tratamento. Por sorte, os ferimentos não foram letais. Vai sentir algumas dores nas costas e tem de tomar cuidado com movimentos bruscos com a cabeça pelos pontos no pescoço.
— Entendi… Obrigado. — Agradeceu, ainda um pouco atordoado, Thomas.
— Aliás, o senhor tem visitas. — Sorriu o médico, deixando um homem entrar na sala.
— Senhor Thomas! — Era a voz de Oliver. — Vim conferir se o senhor estava bem, senhor.
— Oliver, não estamos na polícia. Não precisa me chamar de senhor.
— O-ok… Bem, eu só gostaria de passar algumas informações. O senhor foi encontrado pelo Zoroark 1939, ele estava indo denunciar um assalto que presenciou na rua e passou na sua sala, no exato momento em que aconteceu o incidente. — Ele deu uma pausa. — Já o agressor, foi o Weavile 1912, que saiu da sua cela provisória enquanto os guardas estavam distraídos.
— Maldito…
Depois deste adjetivo dado ao Dom W, um silêncio se instalou na sala. Oliver, com um pouco de vergonha, decidiu se retirar e deixar Thomas descansar. Os dois se despediram, onde o funcionário deixou as quatro pokébolas de seu chefe numa mesa, próxima a este. Um bom treinador nunca pode abandonar os seus pokémon. Assim, o investigador pôde dormir em paz para acordar se sentindo melhor e continuar a grande investigação na qual era líder.

Corpse's Illusion - Pokémon FanfictionOnde histórias criam vida. Descubra agora