Continuidade

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Em mais um dia, o Sol emergia, agora não mais das montanhas de Dendemille, mas das edificações de Lumiose. Thomas acordava. Os pontos em seu pescoço já estavam um pouco mais cicatrizados, mas a sua coluna ainda doía.
Nosso investigador olhou para a mesa ao lado de sua cama, onde estavam seus pokémon dentro de suas pokébolas e uma xícara de café, com um bilhete embaixo. “Melhoras; Oliver” estava escrito na pequena folha de papel. Thomas sorriu. Se reclinou com dificuldade na cama e tomou o seu café, calmamente.
Depois de algum tempo, ele se levantou e pegou as suas coisas. Vestiu as suas roupas, colocou o seu casaco, pondo as suas pokébolas nos bolsos. Thomas saiu andando pelo hospital, sorrateiramente. Fingiu ser outra pessoa para  não ser incomodado pelos enfermeiros, até que, finalmente, saiu do centro hospitar. Pegou a sua “Ultraball” e libertou o seu Honchrow, sorrindo para este, que ajeitava o seu chapéu.
Thomas montou em seu pokémon e ambos partiram de volta para Dendemille. Voaram por algum bom tempo, até ver as primeiras montanhas da sua cidade natal. Os dois, o monstrinho e seu treinador, já cansados, finalmente voltaram para a sua sede de polícia. Honchrow pousou na frente de tal.
Oliver, escutando o bater das asas de algum pokémon, correu para fora, olhando para o seu chefe chegar. Ele sentiu algo parecido com raiva, pelo seu amigo e superior ter fugido do hospital, mas também estava feliz, por ele ter voltado. Thomas desceu de seu parceiro voador, o retornando para a sua pokébola. No momento seguinte, olhou para o seu funcionário, sorrindo, já que o esperava na porta.
— Bom dia, Oliver. Obrigado pelo café.
— O senhor já recebeu alta?
— Acho que se andar por um hospital inteiro escondido e voar alguns bons quilômetros já valem como uma alta. — Ironiza.
Oliver suspira. Ele entra novamente no departamento da polícia, voltando ao seu local de trabalho na recepção. Thomas riu, vendo o jeito com que o seu funcionário se preocupava com ele. Nunca havia entendido aquilo, mas adorava. O policial, voltando a pensar no tal caso, dirigiu-se para a sua sede de trabalhos investigativos, adentrando nesta enquanto guardava a pokébola de seu pokémon.
Depois passar pelo corredor, onde alguns subordinados curiosos o pararam para perguntar se este estava bem, Thomas finalmente chegou em sua sala, desta vez, só por garantia, com mais atenção para ver se não tinha nenhum agressor preparado para rasgar o seu pescoço novamente. Num tom de brincadeira para si mesmo, como o policial costumava ter por seu alto senso de humor, entrou na sala fazendo uma pose de “Kung-Fu”, ironizando a sua própria vida. Ele fazia coisas daquele tipo, sozinho e acompanhado, para tentar suprir a simplicidade de seus corridos dias.
Depois de conferir se nenhum assassino queria a sua cabeça novamente, sentou-se em sua cadeira, observando a sua mesa. Numa pilha no canto esquerdo da sua escrivaninha, todas dezenove folhas do caso em estudo estavam organizadas logo abaixo de mais uma folha, que, provavelmente, foi colocada por Oliver, onde constava a denúncia extra de Dom W por ter agredido um oficial e por fugir de sua cela durante prisão provisória.
Thomas suspirou, mas não pelo trabalho que ainda teria de fazer, mas sim pelo seu café que estava frio. O deixou no dia passado quando teve que ser levado para o hospital de urgência, quando estava quente. Mesmo assim, esticou a sua mão para pegar o objeto contendo o líquido cafeinado que estava no canto direito da mesa, com o seu computador e o telefone de seu escritório separando a caneca dos arquivos
Deu alguns goles no líquido frio, em seguida o colocando na mesa novamente com uma pequena careta. Olhou para os seus arquivos e lembrou-se do próximo passo, que era confirmar os álibis. Focou a sua visão no telefone, pensando em apenas ligar para a treinadora do Zoroark, já que qualquer crime que ele já tenha cometido foi perdoado e nenhuma prova contra este foi apresentada. Ele esticou novamente a sua mão, pegando o aparelho telefônico e colocando em sua orelha, digitando o número de Kandy que achou na ficha do ILP (Instituto Legal Pokémon) do senhor Zillusion, ou Zoroark 1939.
Oi, bom dia, com o que posso ajudar? — Questionou uma doce voz, de uma menina que não parecia ter mais de catorze anos.
— Bom dia. Sou Thomas Clint, chefe investigativo e líder do caso que trata do incidente do banco regional, onde o seu Zoroark é um dos suspeitos.
Ahh, sim, eu já estou sabendo disto, senhor. Meu Zoroark nunca faria algo assim, ele é um pokémon novo agora. Depois do tempo que passou preso, ele estava se sentindo tão arrependido! Achou que nenhum treinador iria o querer mais, coitado! Eu o encontrei andando numa das ruas de –
— Desculpe a interromper, senhorita, mas apenas gostaria que respondesse as minhas perguntas para não estendermos muito esta conversa. O Zoroark 1939, ou Zillusion, estava treinando com o seu Walrein por volta das sete horas de ontem?
Ah, sim! Exatamente. O senhor é bem inteligente, não? Ah, espera… Ele te disse isso, certo? Argh, como eu sou burra! É claro que ele te falou! Espera, ele te falou –
— Ok, senhorita Kandy. Obrigado. Agora não vou mais atrapalhá-la, tenha um bom dia. — Desligou, batendo o telefone em sua base, interrompendo a aparente garota de terminar a sua reflexão.
Thomas esfregou o rosto um pouco e tomou mais um pouco do café gelado, ele sentia menos desgosto tomando a bebida fria do que falando com a treinadora do suspeito, a paciência não era o seu forte.

Corpse's Illusion - Pokémon FanfictionOnde histórias criam vida. Descubra agora