Guia de como não ser trouxa

Lição número 15

Eu juro que, em toda a minha vida, eu nunca mais quero ser trouxa em não ler um livro.

Bom, tudo começou com o ensino médio. É, eu sou mesmo uma pessoa bem clichê, tudo bem. Mas eu fiquei atolada de trabalho, de coisas para fazer e toda aquela merda. 

Então entrou as férias.

Entrei de férias 2 semanas antes do previsto.

Me comportei como uma idiota. Não fazia nada dentro de casa, e também não fazia nada de útil para mim. Apenas WhatsApp e um infinito bloqueio criativo que não me deixava terminar os melhores títulos que eu tinha conseguido criar até então.

Então surgiu aquela fasezinha meio depressiva. Eu estava sensível, e minha mãe é sempre muito zoeira, como o meu pai, e eu bem mau-humorada e meio azeda, então foi o suficiente para o meu humor passar de feliz, para "asajduaiqjiqnj", seja lá o que significa isso daí. 

Os livros que mais... mexem comigo, e que mais me fazem pensar sobre o assunto são daquele tipo "Os treze porquês". Suicídio. Depressão. São um dos livros que eu mais levo a sério, e que realmente no fundo me deixam em frangalhos. 

No meu aniversário ganhei um livro chamado "Eu estive aqui", da Gayle Forman. Foi o primeiro livro que eu li que tratava sobre esse assunto, e eu fiquei chocada. Logo me inspirei nele para escrever um dos meus primeiros "livros". Como era de se esperar, foi um horror só. A escrita era péssima, não fazia o menor sentido, tinham personagens demais que me deixam confusa até hoje, tinha tipo um hexágono amoroso (sim, tipo uns 5 caras querendo ficar com minha protagonista depressiva), e enfim... FOI TERRÍVEL. 

Larguei mão da escrita porque tinham poucos leitores. Por volta de uns 6 por capítulo (no mínimo). Hoje eu percebo muito bem que naquela época tudo o que me importava eram leitores, comentários, votos, o que vendo agora é um tanto trouxa da minha parte. Bastante trouxa, na verdade.

Então eu estava deprimida. Sozinha. Em um quarto escuro. Plenas 13 horas da tarde. Era claro que eu era uma trouxa. Larguei o celular e abri a janela, liguei a luz, sentei na cama ainda de pijama e peguei o bendito livro. Pretendi ler eles tantas e tantas vezes. Nunca tendo tempo. E quanto tinha, usava a desculpa de que não tinha tempo porque estava escrevendo. Bem... eu acho que não saiu palavra alguma dos meus dedos durante essas semanas de férias.

Devorei o livro em poucas horas. Comecei por volta das 13 ou 14 horas. Terminei por volta das 23 horas, contando com o tempo que tirei para tomar café, para jantar, tomar banho e passar uma meia horinha com meu irmão. 

Eu já o tinha lido antes, e o livro nem é tão grosso. Deve ter por volta de 250 páginas, por isso fui tão rápida. E o meu corpo inteiro sabia, meu coração, minha cabeça... eu precisava muito daquilo.

O livro me deixou mal de novo, claro, porque esses livros vão sempre me deixar assim, mas quando eu o fechei, tendo certeza que a história havia acabado, foi como trocar os lençois da cama. Me deu uma sensação de renovação e de... melhoramento? Essa palavra não ficou super topster escrita assim como soou na minha cabeça, mas ainda está valendo. Foi como se eu tivesse voltado a ativa novamente.

Imediatamente comecei a criar frases sobre o livro, e quando menos percebi, não era só sobre o livro, e sim sobre meus outros livros e sobre a minha vida. Sei que pode parecer meio dramático demais, ou exagerado demais, até mesmo para mim... mas antes eu estava me sentindo vazia. Agora não estou mais. É como se esse livro trouxesse um certo tipo de paz interior e tipo, muito aprendizado. Me sinto mais nerd :3

Enfim... A moral da história é a seguinte: Leia um livro. Sempre. Para qualquer coisa. Em qualquer situação. Esteja com um livro na mão. Sempre. Esqueça um pouquinho a internet. Te garanto que isso vai te fazer tão bem quanto me fez.

C'mon baby, let's go. Não sejam trouxas como eu. Optem pelo caminho mais nerd ;)

Um beijão na testa❣