I Will Kill U

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Bati a porta do banheiro com toda a força do mundo e a tranquei, me apoiei na pia e fechei os olhos com força, eu estava morrendo de raiva, abri meus olhos me deparando com a minha imagem no espelho que ali havia, eles estavam vermelhos, sinal de lágrimas de pura raiva vindo. E então, desabei, comecei a chorar baixinho. Não queria que a causadora de tudo isso ouvisse.

Meu subconsciente sussurrava-me que eu não deveria chorar por Lauren, ela era uma idiota, eu já deveria estar acostumada a ser tratada assim, por ela, como um nada. Nenhuma garota gosta de se sentir apenas mais uma, nenhuma garota gosta de se sentir uma vadia. Com exceção de Alexa, claro.

Enxuguei minhas lágrimas com força, machucando um pouco meu rosto, eu estava com muita raiva, eu poderia matar Lauren com sua própria arma, eu odiava o que aquela babaca fazia comigo, simplesmente odiava. E ela ainda deixava bem claro que eu era somente dela, mas não como alguém que ela goste e sim, como uma marionete, com a qual ela podia fazer tudo o que quisesse, uma marionete idiota. E o pior... Sabe o pior? Eu era totalmente apaixonada por ela, eu não entendia o porquê. Como eu podia me apaixonar logo por ela? A verdade era, que eu podia ver algo a mais em Lauren, algo a mais em seus olhos, podia sentir que ela era mais do que isso, mais do que essa idiota que ela aparenta ser. Ou eu apenas estivesse errada, e pelo visto, eu estava.

Eu caí na dela, eu deixei me envolver por ela, eu deixei ela me seduzir, ela não era a total culpada, ou era, por não deixar eu me afastar dela, por não deixar eu tomar meu rumo, por simplesmente querer que eu fosse sua. Ok, eu também me culpo, pois apesar de tudo, ela nunca escondeu esse jeito ordinário dela, e mesmo assim, eu deixei me levar. Eu me apaixonei.

Já estava naquele banheiro tentando conter minha raiva havia mais ou menos trinta minutos, estava sentada no chão, envolvendo meus braços em meu joelho e com a cabeça baixa, até que ouvi fortes batidas na porta. 

- Abre essa porra, Camila. - Jauregui ordenava tentando manter a calma. 

- Isso não é uma porra, é uma porta, você é uma porra. - Gritei.

 - Sem gracinhas e abre isto de uma vez, garota. - Ela dizia autoritária do lado de fora. 

 - Por que? 

 - Porque eu quero.

- Querer não é poder, me deixe. - Falei. 

 - Eu vou arrombar essa porta, igualzinho eu fiz com você. - Ela era ridícula. 

 - Olha o respeito, sua idiota. E faz o que quiser, a casa é sua, o prejuízo também. 

 - Abre, Camila. Eu quero falar com você. - Ela estava quase derrotada.

- Que droga, Lauren. Me deixa, vai lá foder suas vadias. Me larga de mão, poxa. Depois ainda vem dizer que eu fico no seu pé. - Eu gritava dentro daquele banheiro. - E aliás, me esquece, eu não sou sua. Não quero essa vidinha, minha vida já está ruim o suficiente. Obrigada.- Falei e logo as batidas na porta cessaram, o silêncio pairou, respirei fundo a fim de afastar as lágrimas, mas elas vieram mais uma vez e dessa vez, o motivo era minha droga de vida.

Eu já estava há uma hora e meia dentro daquele banheiro, até que eu cansei, já estava um pouco mais aliviada, mas ainda bem magoada em relação à Lauren, porém eu não podia me afastar, evitá-lo ou algo do tipo, eu estava em seu território por completo agora.

Destranquei a porta do banheiro com cuidado, respirei fundo mais uma vez, olhei-me rapidamente no espelho para ver meu estado e abri.

A casa estava silenciosa, como se não houvesse ninguém e acho que realmente não tinha. Talvez elas tivessem havido outro imprevisto ou coisa para resolver, o que me deixou mais aliviada ainda.

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