Capítulo 7

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Ruggero

Seria mentira se eu dissesse que ela não estava na minha cabeça o caminho todo até meu apartamento. Aqueles lábios rosados tocando os meus, mesmo que não tenha sido intencionalmente... É estranha essa sensação, porque foi a primeira vez que a vi, mas tenho a impressão que nos conhecemos a mais tempo. Cheguei em casa esgotado; o dia foi extremamente cansativo e eu precisava urgentemente de um banho. Pra minha infelicidade, quando abri a porta do apartamento, eu tinha uma visita.

—O que faz aqui? -perguntei jogando minha mochila no sofá

_Precisamos conversar... 

—Não, não precisamos. Eu já te disse tudo o que tinha pra dizer.

—Ruggero, estamos juntos a muito tempo pra terminar dessa forma. A gente se ama... pensa no que você tá fazendo. Isso vai acabar tanto com você quanto comigo!

Gargalhei ironicamente com o que tinha acabado de ouvir. —Cande, entende uma coisa de uma vez por todas: eu não vou ficar com alguém que quer estar comigo só por interesse. E para de mentir pra si mesma; você sabe muito bem que não sente mais nada por mim, e fica tranquila porque é recíproco. -falei enquanto abria a porta do apartamento pra que ela fosse embora

—Ai, ai, Ruggero...achei que você era mais inteligente que isso. Eu realmente achei... mas fica tranquilo! O que é seu tá guardado. Bons sonhos! -ela falou essa última parte roubando um selinho meu, o que me deixou extremamente irritado, e caminhou apartamento afora

—Cande, espera! -chamei fazendo com que desse a volta. Estendi minha mão com a palma pra cima.

—O quê? -ela perguntou se fazendo de desentendida

—Você sabe "o quê", Candelária. Anda logo porque não tô com paciência pra ficar nisso a noite toda.

Ela bufou e tirou do bolso a cópia da chave do apartamento que eu tinha feito tempos atrás pra ela, colocando-a na minha mão.

—Muito obrigada e boa noite. -falei fechando a porta e deixando uma Cande muito, mas muito brava no corredor. Posso ter parecido grosso, eu sei, mas saibam que pra lidar com essa mulher tem que ter duas coisas: muito jogo de cintura e paciência. A primeira eu ainda tenho, mas a segunda já tinha se esvaído há muuuuuito tempo.

Finalmente na paz da noite, depois de um banho, me joguei na cama, mas uma pontada de decepção bateu em mim quando lembrei que não tenho nada além do nome da morena de olhos verdes que rodeava meus pensamentos. Óbvio que lembrava onde ela morava, mas não posso simplesmente aparecer na porta dela né? Ou posso? Não, Ruggero, você vai parecer um psicopata.  Mas de uma coisa eu tenho certeza: ela é diferente, transmite um brilho que nunca ninguém me transmitiu antes. Quero saber mais de sua vida, do amor que senti que ela tem pela dança. Quero tê-la na minha vida de alguma forma. Mas como fazer isso se você não tem nem o telefone dela, idiota?

Resolvi dar uma de CSI e joguei o nome dela na busca do Google, pra ver se achava algo. Nada. Continuei minha busca indo aos registros de alunos da Dance Academy e, pro meu desgosto, a informação era confidencial. Passei alguns minutos procurando e o único que encontrei foi a foto do M&G que tiramos, mais nada.

—AGH!!!! -gritei frustrado por não ter encontrado nenhuma informação realmente importante e fui pro único lugar em que eu poderia desabafar no momento.

—AGH!!!! -gritei frustrado por não ter encontrado nenhuma informação realmente importante e fui pro único lugar em que eu poderia desabafar no momento

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Ruggarol: Através da TelaOnde histórias criam vida. Descubra agora