Capítulo 24

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Karol

Eu te amo...

Essas três palavras ecoavam na minha cabeça desde que Ruggero saiu daqui. Eu não tive reação ao que ele disse, não pude me mover e, quando dei por mim, estava sozinha novamente, só com meu reflexo no espelho, o som dos meus soluços e o barulho insistente e distante de uma ambulância que vinha de fora do Studio. Uma dor forte atingiu meu coração, uma sensação ruim. Deve ser impressão minha...

Não podia simplesmente deixá-lo ir embora da minha vida dessa forma. Saí do Studio correndo, no intuito de encontrar ele, peguei o carro e fui em direção a sua casa. Pra piorar minha situação o trânsito estava horrível; aparentemente aconteceu um acidente em algum lugar da estrada, fazendo com que tudo parasse. Mais uma vez um aperto no coração. De novo?

Ainda parada no trânsito tentei ligar pra Ruggero: caixa postal. Liguei pra Maxi, tentando descobrir o paradeiro dele, mas o mesmo não sabia me dizer aonde ele estava. Peguei um atalho para sair do meio desse monte de carros parados na rua e consegui chegar em seu apartamento, mas pro meu azar e total infelicidade ele não estava. Rodei a cidade por mais alguns minutos, indo em lugares que costumávamos ficar, na esperança de achá-lo. Frustrada por não ter mais onde procurar, fui pra casa.

As lágrimas de meus olhos se misturavam com a água do chuveiro que caía sobre meu corpo desnudo. Depois de 20 minutos, com minha pele já ficando enrugada, desliguei o chuveiro e fui pro quarto envolta na toalha. Meu celular tocou e foi no momento que atendi, que meu mundo caiu.

Era Agustín. Fiz o máximo de força pra me manter de pé e ouvir atentamente tudo o que tinha acontecido. Quando o telefone desligou eu desabei no chão. Meus soluços foram tão altos que acordaram Valentina, que estava dormindo no outro quarto com Mike. Eles correram até mim com a preocupação estampada no rosto, assustados por meus gritos e pelo meu choro.


—Karol, pelo amor de Deus! O que aconteceu? -Valentina perguntou me abraçando

—É o... o... Ruggero -falei entre soluços

—O que tem ele, Karol? Vem cá... -Mike me ajudou a levantar e me sentar na cama. —Se acalma, respira e conta pra gente o que aconteceu. -ele disse alisando meus cabelos, se sentando ao meu lado junto com Valu.

—Ruggero foi até o Studio me procurar. Quando ele foi embora, um carro avançou o sinal vermelho e atingiu o carro dele. -expliquei me controlando pra não voltar a chorar —Agustín me ligou pra avisar. Ele e Maxi estão no hospital do centro.

Mike e Valu estavam boquiabertos diante do relato. Antes que eles pudessem reagir, e corri até o closet e vesti a primeira roupa que vi pela frente. Quando saí do quarto eles, que antes estavam de pijama, já tinham trocado de roupa e me esperavam com a chave do carro nas mãos. Fui no meu carro mesmo com Michael dizendo que eu não tinha condições de dirigir e insistindo pra eu ir com eles, mas eu precisava ficar sozinha. Precisava assimilar tudo o que tinha acontecido em tão pouco tempo. Droga! A culpa é toda minha! Se eu não tivesse deixado ele ir embora isso não teria acontecido.

Com essa culpa sobre os ombros e com mais lágrimas, cheguei ao hospital. Não esperei por Valentina e Michael e entrei correndo para procurar informações. A recepcionista me indicou a sala de espera do segundo andar, onde alguns pacientes de casos mais graves estavam. Meu coração apertou e eu subi, me deparando com Agus e Maxi sentados numa poltrona, com a cabeça apoiada nas mãos e os olhos chorosos. Parando frente a eles recebi abraços e palavras de consolo.

Ruggarol: Através da TelaOnde histórias criam vida. Descubra agora