Capítulo 8

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Passou-se 5 semanas e eu apenas vivia aquela minha rotina:
-Acordar
-Ir pra escola
-Voltar para a casa
-Comer
-Falar com Carlos e com Karol por chamada de vídeo
-Comer
-Irritar Carlos
-Comer
-Fazer minhas tarefas
-Comer
Já falei comer? Ah
-Assistir séries comendo
E também não havia ido a festa com Carlos até porque havia desistido dessa história.

Nada de diferente acontecia, eu e Carlos não tocávamos mais no assunto "nós" no sentido, fora do círculo "amizade". Não que isso me incomodasse, mas eu acho que já estava começando a sentir algo por ele no sentido, fora do círculo "amizade". Mas não sabia se ele sentia o mesmo por mim. Estava muito confusa, o meu medo era me abrir pra ele e falar oque estava sentindo e ele não gostar de mim dessa forma e ficar um clima chato entre nós dois. Outro medo que eu tinha era que ele sentisse o mesmo por mim, começarmos a namorar e não dar certo, resultando novamente num clima pesado e o pior, acabar nossa amizade.
Estava tudo normal, minha rotina se repetia constantemente até que um dia, fui a casa de Carlos, mas ao voltar minha mãe já não estava em casa.
-Mãe?-achei que ela estava brincando com achei minha cara.
Andei pela casa a procura daquele ser humano.
-Mãe?-procurava nos banheiros, na cozinha, na sala, nos quartos, no jardim, na lavanderia, no quintal, no porão e nada, procurei até no sótão e ela não estava lá.
-Mãe onde você está?-estranhei muito o fato de ela não estar em casa porque sempre que ela sai de casa ela me avisa antes, SEMPRE!
Ligo para Carlos.
-Alô.-fala Carlos.
-Carlos, eu não estou achando minha mãe, ela não está aqui em casa, já procurei em todo lugar possível e não à achei, eu tô desesperada, oque eu faço?
-Calma, já perguntou para os vizinhos se viram ela sair de casa?
-Boa idéia vou perguntar e já te ligo.
-Tabom.
Saí batendo de porta em porta perguntando se viram minha mãe sair, o pessoal ficou preocupado até porque todos ali tem um grande carinho pela minha mãe. Infelizmente, ninguém tinha notícia dela.
Ligo novamente para Carlos.
-Alô, e aí? Já teve notícias dela?
-Ainda não.
-Já ligou pra policia?
-Vou ligar, perai que tem outra chamada aqui.
Atendi a outra ligação, era anônima.
-Alô.
-Falei que você ia se arrepender, não falei?
-Onde está a minha mãe?
-Sua mãe? Haha, digamos que ela está guardada!
-Como assim? Olha aqui seu desgraçado, não sei quem é você, mas se você encostar um dedo na minha mãe eu juro que..-Fui interrompida
-Calada! Não vou fazer nada com a sua mãe... Ainda.
-Como é? Olha aqui eu vou ligar pra policia você está me ouvindo? Você vai se dar muito mal!
-Vai é? Não esqueça que eu estou fazendo sua mãe de vítima!
-Seu desgraçado!
-Talvez seja, mas sendo ou não, não é da sua conta.
Quando eu ia falar alguma coisa ele desliga e na mesma hora eu desabo no chão e começo a chorar.
Carlos entra em minha casa e ao me ver chorando me levanta e me abraça.
-Calma, vai ficar tudo bem, vai ficar tudo bem. Você ligou pra policia?
Balancei a cabeça negativamente.
-Vou ligar.-ele pega seu celular mas eu não o deixo ligar.
-O que foi?-Fala.
-Aquela pessoa me ligou.
-E oque ela disse?
-Ela ou ele, não sei, está com a minha mãe.
-Ele disse aonde?
-Não, mas acho que sei aonde.
Ele me olha com cara de interrogação.
-Na casa 15.
Subi e coloquei uma legging, uma blusa, uma jaqueta e um tênis. Já estava na convicção de que, aquele dia ia ser longo.
-Liga pra policia.-falo descendo as escadas.
Ele assenti e liga. Depois que finalizou a ligação, pergunto:
-E aí? Oque falaram?
-Busca por pessoas desaparecidas só depois de 24 horas.
-Mas minha mãe não está desaparecida! Será que eles não entendem? Eu lá sei oque aquela pessoa pode fazer com a minha mãe! Cadê? Eu vou ligar pra policia denovo.
Peguei o celular, disquei.
-Alô, polícia rodoviária, em que posso ajudar?
-Alô,  um amigo meu acabou de ligar para vocês dizendo que minha mãe sumiu, mas entendam, minha mãe nao está apenas desaparecida, ela está sendo refém!
-De quem? A senhora sabe?
-Não ao certo. Mas ela está.
-Desculpe senhora mas não podemos lhe ajudar no momento, em casos de pessoas desaparecidas só podemos entrar em investigação depois de eu 24 de ausência.
-Mas como que pode? Vocês não podem fazer nada?
-Desculpe senhora, mas, não.
A moça desliga a ligação.
-Ai que droga! Carlos, o que aquele monstro pode fazer com minha mãe?!
-Calma, nós vamos encontra-la. Vamos a casa 15.
Assenti. Dessa vez fomos com o carro do pai dele.
Ao chegarmos na casa 15, não havia ninguém, até que ouvimos um barulho vindo do quarto em que ficamos presos da outra vez.
Ficamos do lado de fora, sem fazer nenhum barulho apenas ouvindo oque ele ou ela, podia estar falando.
-Então você é a famosa Emma? Mãe de Britany.-falava uma voz masculina.
-Você? Oque quer de mim seu desgraçado? Há muito já falei para ficar longe de mim e da minha família!
-Quieta! Será que esqueceu de nossa conversa?
-Conversa? Que conversa seu louco!
-Uma conversa que tivemos a 18 anos atrás!
-Você é louco! Há 18 anos atrás você e seu irmão estavam num hospício! Lugar de onde você nunca devia ter saído.
-Na verdade eu nunca devia ter entrado lá! Você e sua família que me colocaram lá!
-Você é louco!
-Louco? Você que é louca! Você prometeu que sua filha ia ser criada por mim! Agora que ela cresceu e eu voltei de Miami você pode cumprir sua promessa.
-Miami? Você estava num hospício! Você nunca foi a Miami, isso é coisa da sua cabeça e eu nunca lhe fiz promessa alguma!
-Fez sim. O meu irmão disse que assim que eu pegar a guarda de Britany ele poderá voltar de Miami.
-Seu irmão? SEU IRMÃO ESTÁ MORTO!
O silêncio reinou por alguns segundos.
-Meu irmão está morto? Hahaha, não me faça rir. Ele está vivo. Viu como você está louca?
-Seu irmão está morto sim, e nunca que vou lhe dar a vaga de minha filha.
-Emma, olha, eu tentei, tentei negociar com você numa boa, mas você não colabora. Mas pensando bem, se Britany não tiver uma mãe, ela terá que ficar com o pai não é?
-Oque você está pensando?
-Nada demais. Britany logo logo chega aí.
-Como assim? Minha filha? Oque você falou pra ela?
-Digamos que apenas a atraí para cá.
-Seu..-foi interrompida.
Durante toda discussão eu e Carlos apenas olhávamos um para o outro e com cara de quem não estava entendendo nada.
-Falando nela vou lá fora ver se ela já está chegando.
Na mesma hora que ele falou isso corremos para um quarto que havia ali. Quando vimos que ele passou e foi para o lado de fora da casa entramos no quarto e desamarramos a corda que a prendia em uma cadeira de metal.
-Britan...-tampei a boca dela na mesma hora e fiz "Xiiiiu" indicando para ela ficar quieta.
Íamos sair mas ouvimos passos se aproximando então na mesma hora entramos nós três pela porta que havia no chão e trancamos a porta.
-Oque fazem aqui?-Fala ela ao descermos.
-Viemos te resgatar.-falo com cara de "óbvio né".
-Que perigo minha filha!-falou me abraçando.
-Ele fez algo com você Emma?-falou Carlos preocupado.
-Não, mas vai fazer se não sairmos daqui.
-Oque? Onde ela está! Desgraçada! Ela sumiu! Aaaaah!-ouvimos Ele falar de lá cima.
-Ah mais isso não vai ficar assim! Eu vou  achar ela, e vou pega-la, ela, sua filha e quem estiver junto!
Ouvíamos ele tentando abrir a porta pela qual entramos.
Vimos que atrás de nos havia uma caixa com alguns tacos e pedaços de madeira. Pegamos um taco cada um e nos escondemos para caso ele conseguisse abrir já estarmos preparados.
Minha mãe ligou para a polícia e para um hospício.
Falamos o endereço e falamos que estávamos com um louco na nossa cola querendo nos agredir e então eles já vieram a caminho. Para o hospício não precisamos falar muito, minha mãe falou o nome dele (Everton Pereira) e a equipe do hospício já o reconheceu e também já estava estava a caminho.
Assim que minha mãe finalizou finalizou a ligação, Everton conseguiu abrir a porta e descer.
-Onde? Onde estão os meus tacos? Emma? Você está aí?-falava nos procurando, quer dizer, procurando minha mãe pra ser mais exata. Parecia um filme de terror. Esse livro era pra ser uma comédia romântica, não uma versão atualizada de "O Iluminado".
-Emma? Onde você está?
-Aqui!-minha mãe falou batendo um taco em sua cabeça.
No mesmo momento partimos eu e Carlos para cima dele também. Até que teve um momento em que ele parecia ter desmaiado.
Olhamos um para o outro e subimos, Primeiro foi minha mãe depois Carlos, depois eu, mas na minha vez de subir, olhei bem para o rosto daquele homem e pensei comigo mesma que aquele rosto não me era estranho.
-Britany, venha!-Fala Carlos.
-Estou subindo!-falei.
No mesmo momento Everton puxou meu pé, levantou, pegou um canivete que estava em seu bolso e me fez de refém com a lâmina próxima ao meu pescoço.
-Aaaaaaaaaaaaaaaaaaa!-grito.
-Xiiiiu, ah, então você é a famosa Britany, como você está bonita, havia te visto já, mas não tão de perto assim.-Fala.
-Me larga seu nojento!
No mesmo momento Carlos e minha mãe descem.
-Solta ela!-Fala Carlos.
-Opa! Calma aí grandão! Não de nem mais um passo, nem você, e nem você-falou apontando o canivete para Carlos e logo em seguida para a minha mãe-ou então, sua querida filhinha e sua namoradinha vai se machucar.-falava me sufocando cada vez mais.
-Você é louco!-Falou minha mãe.
-Posso até ser! Mas meu irmão vai ficar muito feliz em saber que Britany vai finalmente conhece-lo.
Na mesma hora três policiais chegam, descem as escadas e apontam a arma para Everton.
-Parado aí! Solte a garota!
-Não!
-Senhor, vou avisar mais uma vez! Solte a garota!
-Naaaaaaaaaaoooo!-grita e enfia o canivete em uma lado de minha barriga.
-Aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaah-grito e caiu no chão na mesma hora. Depois de tudo isso não lembro de mais nada, pois bato a cabeça e desmaio.
As únicas coisas que ouço é alguém falando "Não, não, vocês não podem me levar pra um hospício! Eu não sou louco! Aquela mulher é louca! Não podem fazer isso comigo!", e outras pessoas falando coisas do tipo "Britany!" "Aí meu Deus!" "Britany acorda por favor!".
Ouvia também cirenes de rodoviária e de ambulância.
Mas não via nada pois não tinha forças para abrir os olhos, não via nada, mas ouvia tudo!

Uma Comédia Romântica Diferente Onde histórias criam vida. Descubra agora