1 - Jeon Jungkook, o ser mais azarado do mundo Ψ

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Chutei, irritado à décima latinha amassada que encontrei na rua. Estava puto, putaço, putissímo porque era sexta feira e, bom, vocês já devem entender minha indignação. Era o tal dia de invocar o serzinho do inferno e eu não estava nem um pouco ansioso. Para quê mexer com algo que não existe? Para quê incomodar os seres que só querem ficar, sei lá, torturando as almas? Pecando e blá blá blá

Saquei o celular do meu bolso, quando mesmo começou a vibrar, e atendi sem olhar o nome que brilhava na tela.

É hoje, hein, Jeon... — pude escutar uma risadinha idiota do outro lado. Estava falando com Yoongi, o maldito.

— Vou levar um palhacinho para te fazer companhia. 

Escutei um resmungo do mais baixo, que desligou o celular sem se despedir. Eu sabia como cortar o barato do Min.

Era dia e estava na estação à espera do transporte coletivo, sabia que teria que ir em um metrô cheio e lento que pararia em todas as estações até chegar a minha: entretanto, era melhor do que ir de ônibus.

Saí da escola, mas, como havia esquecido, em casa, os itens que Namjoon me pediu para levar, fui até lá buscá-los. Pude avistar aquela minhoca gigante de metal e então a multidão se aglomerou na porta de entrada. Era quase como uma luta de UFC, antes mesmo da porta abrir. Me enfiei ali no meio quando a limiar abriu. Quem estava fora, empurrava para entrar; quem estava dentro, empurrava para sair — uma loucura. 

Depois de quase meia hora, finalmente consegui entrar, as portas se fecharam e então o metrô seguiu.

— Olha a bala! Um saquinho são dois reais e três saquinhos são cinco reais.

Vendedores ambulantes; meus salvadores quando o assunto era fome, pois sempre havia um dentro do metrô. Apesar de, naquele lugar, vender qualquer tipo de coisa, desde balas a barbeadores. 

O metrô estava um pouco cheio, havia algumas pessoas em pé e eu era uma delas sendo encoxado vez ou outra. Era um saco, mas pelo menos o ar-condicionado era bom. Melhor do que o ônibus.

Depois de algumas paradas — cinco, para ser preciso — finalmente chegamos na minha estação, o local em que eu saltaria. Segui para fora do veículo como se estivesse em uma batalha em Troia, e, depois de tanto empurrar, consegui sair. Andei apenas um pouquinho para chegar em casa.

[...]

Depois de, enfim, achar todos os itens em meu quarto, segui para a casa de Namjoon, que não era tão distante, ficava a alguns quarteirões. Apesar de ser um preguiçoso profissional, preferia esperar o ônibus à andar, só que estava sem dinheiro porque... Ok, eu havia gastado com M&M's.

Depois de alguns minutos andando, finalmente cheguei ao local. Entrei, sem fazer qualquer cerimônia, cumprimentei a senhora Kim, que me avisou que seu filho se encontrava no porão assim como os outros. Me curvei, em respeito, e depois segui para lá.

— Ah, chegou o adestrador de demônios! — disse Hoseok em um tom divertido, o que fez todos caírem na risada.

Eu deveria ter cara de palhaço mesmo.

— Você é sempre tão engraçadinho... — respondi, enquanto descia as escadas.

Yoongi passou o dedo entre os cabelos, antes de se pronunciar:

— Estou começando a achar que toda essa raiva é medo. 

— Ah, meu nome não é Min Yoongi! E eu não tenho medo de demônios porque eles sequer existem.

Como Se Livrar De Um Demônio Apaixonado, Volume 1Onde histórias criam vida. Descubra agora