9 - Notas De Um Pacto

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Maldito sentimento de troca.

Maldito momento em que senti saudades dele.

Maldito momento em que decidi entrar na sala de Lúcifer sem sua permissão.

Maldito momento em que observei em seu espelho amaldiçoado o quanto ambos se divertiam na terra.

O quanto Jimin estava sorrindo ao lado dele, o humano intruso.

Mas ele que aguarde. Em breve mostrarei a ele que sua mente não é tão inocente assim, que seu corpo não anseia apenas por Jimin e que eles jamais poderão ficar juntos.

A não ser que ele se sacrifique.

Em breve estarei aí, ao seu lado, Jeon Jungkook.

K.

(...)

Fiquei observando por um tempo Jimin encarar os próprios dedos, como se estivesse procurando as palavras certas para me dizer. Inconsequentemente comecei a bater um dos pés, mania minha quando já estava ficando um tanto sem paciência. Estava curioso e todo esse suspense do meu querido servo estava sendo chato já.

— Vamos ficar aqui a noite toda? — Perguntei já impaciente.

— Calma, Jungkook. Eu to procurando as palavras certas! Não é todo dia que eu tenho que explicar como é um ritual de pacto, como você não procurou saber antes de me invocar?

— Eu sequer sabia que você existia. — Não pude deixar de soltar uma fraca risada.

— Você é realmente maluco. — Corei quando vi seu sorriso de canto. — 'Tá bem, acho que não vou mais ficar de rodeios, não tem jeito certo de explicar essas coisas mesmo.

Me ajeitei no sofá olhando atentamente para Jimin.

— É no estilo tradicional, acredito eu. — O ruivo suspirou. — A invocação geralmente não é com tanta gente como você fez, o contratante faz sozinho mesmo. Ele pode ir à encruzilhada onde fica o demônio de lá mesmo, sabe, mas ele não é confiável. É, tipo, o que tá pronto pra te ferrar mesmo. Não que os outros também não estejam.

— Você queria me ferrar quando eu te invoquei?

— Sim. — Ele mordeu o lábio inferior antes de soltar uma risada, dei um pequeno tapa em seu ombro. — Ai!

— Você deveria ser confiável! — Resmunguei.

— Mas eu sou! Enfim, continuando. O contratante pode ir até a encruzilhada ou fazer a invocação onde ele quiser, mas aí poderá vir qualquer tipo de demônio até ele. No seu caso eu apareci, um demônio que pertence a classe Ira. Eu presto contas ao príncipe deste pecado.

Ira? Jimin? Park Jimin?

O demônio que eu invoquei?

O encarei com os olhos arregalados ao escutar aquilo.

— O que foi? — Jimin me perguntou.

— É que, bom, você é divertido e tal...

— É um pouco estranho saber que a ira que me levou para o inferno? — Ele riu divertido. — Pois é, agora você entende o porquê que te tratei daquele jeito quando você me invocou.

— Faz sentido. — Ri.

— Então, voltando ao assunto. Depois da invocação, o contratante e o seu servo discutem sobre o acordo, o que a pessoa quer e tal, e o servo explica a condição.

Como Se Livrar De Um Demônio Apaixonado, Volume 1Onde histórias criam vida. Descubra agora