4 - Tudo bem, mestre Ψ

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Estava estático, sem saber o que fazer.

Quer dizer, não é todo dia que há um demônio extremamente furioso em seu quarto — com várias caixas de discos vinil — pronto para matar sua madrasta que não é lá uma boa pessoa para você, mas que você também não quer que morra.

Sou trouxa, eu sei.

— Q-Quem é v-você? — Seus olhos estavam arregalados enquanto ela olhava assustada para Jimin que apenas sorriu diante da pergunta.

O som da risada acabou distorcendo um pouco.

— Não é todo dia que me fazem essa pergunta. Você deveria saber examinando minha aparência, não é? — Ele abriu um sorriso revelando os dentes branquinhos. Seus caninos estavam um pouco crescidos. — Deixa eu resumir em poucas palavras: Eu sou seu pior pesadelo, SungIn.

Jimin juntou suas mãos e em seguida estalou seus dedos. Em sua mão esquerda, como passe de mágica, surgiram dedeiras de pratas completamente afiadas e ele olhava para elas maravilhado, como se estivesse excitado com tudo que estava ocorrendo. Diferente do homem que havia conhecido há alguns dias, ele parecia tão mau.

Também, o que eu esperava? Ele era um demônio.

Ele nunca, jamais, foi criado para ser bom. Ele era ruim, ele torturava almas, ele as levava para o inferno, ele matava pessoas se fosse preciso e era isso que ele ia fazer com a minha madrasta se eu não fizesse algo para impedir.

O ruivo deu alguns passos na direção de SungIn que já chorava desesperada dando alguns passos para trás, até que ela bateu com as costas contra parede. Jimin aproveitou-se para se aproximar ainda mais enquanto erguia sua mão esquerda com as cinco dedeiras de prata brilhantes e afiadas.

— P-Por favor! Tenha piedade de mim.

— Piedade de você? — Ele pendeu a cabeça para o lado direito enquanto abria um sorriso. — Você sequer teve piedade em todas as vezes que maltratou o Jungkook... Sua vadia suja. Você não tem moral para abrir a boca, é tão nojenta quanto eu.

De sua boca só saia soluços, SungIn chorando, pensei que jamais viveria para ver tal cena. Ela o encarou, silenciosamente, enquanto as lágrimas escorriam desesperadas por suas bochechas.

— Jimin, pare! — Pedi enquanto me levantava do chão e corria para frente da mulher.

Minha respiração era forte e meus braços estavam esticados como se tentasse protegê-la.

— O que você está fazendo, Jungkook? – Jimin pendeu a cabeça para o lado enquanto me observava. Seu semblante era sério. – Por acaso você perdeu o juízo? Ela bateu em você.

— Jimin eu não quero que você a mate.

— Pelo amor de Lúcifer. Você não pode estar falando sério, Jungkook. – Ele coçou o queixo com uma das unhas. Seu semblante era divertido agora, como se estivesse prendendo uma risada. – Você sabe o que essa imunda quer? O que ela pensa? Ela te bate, te maltrata porque você nunca quis fodê-la. Ela estava planejando entrar no seu quarto esta noite e te forçar. Ela fode com seu pai imaginando que é você ali. E você ainda que protegê-la?

— C-Como você sabe dessas coisas? – Perguntei sem acreditar.

Jimin cuspia as palavras sem dó.

— Eu sou um demônio, Jungkook. Se eu quiser fazer com que ela chupe minhas bolas e você meu pau, eu faço isso com um estalar de dedos. – Jimin revirou os olhos. – Agora saia da minha frente.

— Eu sou seu mestre, Jimin, e ordeno que você não faça nada com ela. – Minha voz saiu autoritária sem que eu pudesse controlar.

Só depois de dizer àquelas palavras que me toquei o que havia feito. Ele me encarou sério e meu coração acelerou, quase vacilei, minhas pernas estavam bambas. A todo momento passava por minha cabeça que meu servo ignoraria minha ordem e perfurar minha garganta. Depois mataria minha madrasta lenta e dolorosamente.

Como Se Livrar De Um Demônio Apaixonado, Volume 1Onde histórias criam vida. Descubra agora