Capitulo Doze

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Ester

Minha cabeça dói, meu corpo parece pesar uma tonelada, minhas pautebras se recusam a abrir.
Estou deitada, é noite, forço meu corpo a levantar, meus olhos a abrirem, estou em uma colina, grande, a lua cheia em pico, linda, perfeita.
Olho ao redor e o panico me domina, vejo os corpos, os resto dos corpos de vários animais, dezenas de vacas, meu coração se aperta, levo minha mão a boca, mas vejo que ela está encharcada de sangue, meus braços também, percorro todo meu corpo com os olhos, minha pele vermelha, brilha a luz dá lua, vou dando passos para trás e acabo tropeçando em algo, caio, então me arrasto para longe quando vejo em que eu tropecei.
Um corpo, sem cabeça, estirado no chão, estilhaçado, cheio de marcas de garras e logo ao lado dele, a mais um, uma mulher, vejo seu rosto coberto de pânico, última expressão antes de morrer, em pânico, começo a chorar

"Eu mate, eu os matei, o que eu fiz"

Estou emprantos quando escuto um barulho, na mata, me agacho e espero.
Dá mata sai um rapaz, com uma arma em mãos, ele me vê, se vira pra mim, eu tento me transformar, mas estou exausta, então, desmaio.

***

Sonho que estou na mata, correndo, fugindo de algo, algo grande que quer me pegar, estou correndo desesperada, então eu tropeço, caio e rolo colina a baixo, acabo em uma clareia, viro meu corpo e me arrasto pra longe, espero, ela vai chegar, está perto, o pânico me domina quando, dá mata, sai uma loba, pelos negros, mas quando ela entra na clareira, a luz dá lua, seus pelos se iluminam e brilham em um tom lindo de azul, mas percebo que não é dela que fujo, é outra coisa, então outra loba aparece, menor, mais jovem, elas correm até mim, Clarisse, a loba menor, me ajuda a levantar, me puxa pelo braço, quando já estamos atravessando a clareira, uma explosão, quando olhamos para trás a outra loba está inerte no chão, entro em desesperado, tento ir até ela, luto, mas Clarisse me leva embora, antes de sumir-mos na escuridão da mata, dou uma última olhada para trás, quando um homem se aproxima dela com um facão, ele tem a face rasgada por 3 garras, então ele desce o facão e eu fecho os olhos

***

Acordo em pânico, gritando, sinto meus braços e pernas presos, tento descobrir onde estou, mas está tudo escuro.
Transformo meus olhos em olhos de lobos e vejo que estou em um quarto, presa a uma cama, mas sei também que não estou sozinha, a alguém sentado na cadeira a minha frente, me olhando, pergunto
-Quem é você? O que quer comigo?
Ele não responde, apenas inclina seu corpo para frente e parece me analisar.
-Me solta
Eu exigia, então ele diz
-Nunca imaginei que iria te achar, você é forte, como todos diziam que iria ser, mas eu nunca acreditei, eu nunca acreditei que vocês existiam, que eram reais, meu pai morreu tentando provar que vocês existiam.
Um jovem, eu grito
-ME SOLTA
-Nao, ainda não, era pra eu ter matado você, mas eu não consegui, o que você fez em mim, que bruxaria fez
Ele diz e acende as luzes, então vejo que é o rapaz que foi até a minha casa, o qual eu não consegui matar, seu rosto brilha com as lágrimas que escorrem, ele se aproxima de mim e diz
-Eu sou um leão, um caçador, meu trabalho é matar lobisomens, mas eu nunca matei um, sou motivo de chacota no clã, você, matar você, me traria a gloria-Ele levanta a sua mão e encosta uma lâmina em meu peito-Mas eu não consigo, sou um fracasso.
Ele disse jogando a lâmina na parede e levantando
-Me solta, por favor, eu tenho que ir até a minha família
-Nao, ainda nao
Então ele sai do quarto e apaga as luzes
Na escuridão do quarto, penso em como vou fazer pra fugir, testo as amarras que prendem meus pulsos e meus calcanhares, são fortes, tento me transformar, meu corpo treme, uma dor intensa de espalha pela minha cabeça, então minha visão se turva e eu desmaio

Loba AzulOnde histórias criam vida. Descubra agora