Loba Azul

Capítulo Dez

*Carlos*

Segunda, 6:00AM, em algum lugar dentro dá mata

Acordo com os raios do sol em meus olhos, levanto e abro as cortinas, vejo que bela manhã, mal vejo a hora de ir para escola e finalmente ver a mulher que eu amo
-Ah Ester, Ester
Digo em meio a um suspiro, corro pró banheiro, com ela em meus pensamentos, tomo meu banho, me visto, como um pão dormido, de ontem, com manteiga, pego o leite dá geladeira, coloco em um copo e bebo, pego minha mochila e saio.
Quanto mais rápido chegar, mais rápido eu a verei
Vou o caminho todo pensando nela, percebo que estou sorrindo, aquela garota realmente mexeu comigo, entrou na minha cabeça e se recusa a sair.
Chego na escola, olho pra todo os lados a sua procura, mais ela não está, a apenas algumas pessoa na escola, olho pró relógio encima dá entrada, ele marca 7:00AM, realmente está cedo, ela já deve chegar, me sento e espero.
Me distraio com algumas músicas em minha cabeça e desenhando, estou desenhando um lobo, um lobo na neve, quando uma sensação me faz levantar a cabeça e então eu a vejo, meu coração dispara, guardo meu caderno e corro até ela.
Ela anda de cabeça baixa, envergonhada, meu Deus, ela não sabe o quanto é linda, bela.
Corro até ela e a abraço, sinto ela abrir um sorriso quando digo
-Bom dia minha lobinha
-Bom dia
Afroxo​ o abraço e me afasto para poder olha-la nos olhos
-Você está bem?
Ela abaixa sua cabeça e surrura um 

-Sim
Levanto o rosto dela com a ponta dos meus dedos e digo a ela
-Nao precisa se envergonha, está tudo bem, sabe perder o controle, destruir tudo, bater nas pessoas, acontece
-Sim, mas se transformar em um lobisomem não
-O que tem lobisomens?
Ana pergunta chegando perto de nós.
"Meu Deus de onde surgiu essa mulher?"
Percebo Ester ficando tensa, ela gagueja pra responder, penso rápido e respondo
-Estava contando a Ester que ouvi uivos ontem a noite e que parecia de algo grande, bem maior que um lobo
-Que bobeira Carlos, todos sabem que lobisomens não existem é história pra fazer as crianças se comportarem e irem dormir
-É, isso que a Ester estava me contando.
Então ela começa a rir e diz.
-Cara, você​ é louco
Percebo que Ester ainda não relaxou, então vou na onda dá Ana e começo a rir, então Ester diz
-É né, cada coisa que ele diz
Juntos seguimos até nossa sala.
Na sala sentamos os três juntos, como sempre, Ester perto dá janela, eu no meio e Ana na ponta, estamos conversando quando olho pra Ester é vejo que ela olha seria pra frente, sigo seu olhar é percebo outro olhar sério vindo dá frente dá sala, Sônia, aquela vaca não aprendeu a lição
Vou dizer pra Ester ficar bem quando a professora Cartos entra na sala e já vai anunciando um filme
E entre gritos e palmas, vejo Ester sorrir e relaxar, como eu amo esse sorriso
Mas então vem a notícia bombástica, será um filme sobre lobisomens, Ester começa a entrar em pânico do meu lado, colo minha mão em seu ombro e aperto de leve e sussuro
-Relaxa, está tudo bem
Ela relaxa sobre minha mão e então o filme começa, começa com uma lenga lenga, que não me chama muita atenção, olho pela janela e observo o horizonte, o céu azul claro e lembro como minha mãe amava as manhas, diferente do meu pai, que sempre foi apaixonado pela noite, os opostos se atraem, como sinto a falta deles.
Sou tirado de meus pensamentos por um barulho, um rosnado, quando olho pró lado vejo Ester agarrada a sua cadeira, seu corpo tremia, eu disse
-Ester calma, olha pra mim, Ester eu estou aqui
Mas ela parecia não me ouvir, então ela levantou, correu até a porta e a abrindo com força disse
-Vou ao banheiro
A sr. Cartos sem reação olhou pra mim e pra Ana em busca de alguma explicação, eu olhava tão assustado quanto ela.
Então Sônia se levanta e corre pra fora dá sala também
Eu e Ana nos levantamentos também, mas antes de sairmos de nossos carteiras a sr. Cartos, revolta por ver sua moral ser jogada no lixo, bateu suas mãos em sua mesa e gritou
-NINGUEM MAIS SAI DESSA SALA!
Eu e Ana nos olhamos e voltamos a sentar, Ana sussurra pra mim
-E agora, o que vamos fazer?
-Esperar Ana, esperar.
Digo enquanto faço uma prece silêncioso pedindo pra Ester ficar bem.

Após a bronca dá sr. Cartos, todos ficaram em silêncio até o término do filme, uma filme nunca demorou tanto pra acabar.
Acho que estávamos na metade do filme quando escutamos um grito, um grito de panico, todos olham assustados pra porta, eu me levanto dá minha cadeira, quando a porta se escancara e bate na parede, Sônia aparece, com um rosto coberto de pânico e começa a gritar
-LOBISOMEM, UM LOBISOMEM
Todos começam a rir, a zuar ela, mas eu sei bem que o que ela diz, não é mentira, nem brincadeira.
Ela viu a Ester e isso não é bom.
Mas Sonia não para, continua a gritar
-LOBISOMEM, LOBISOMEM
Até que ela simples desmaiou, a sr. Cartos vendo a situação, correu até ela e chamou mais dois garotos pra ajudarem a levar Sonia até a enfermeira, mas antes e sair dá sala disse
-Ninguém sai dessa sala, ouviram?

Após isso ela sai e fecha a porta
Assim que a professora saiu, todos começaram a rir e a zuar a Sônia, eu me levantei e quando cheguei até a porta a Sra. T a abriu, ela me encara e então pergunta
-Onde ela está?
-Ela quem?
-A Ester? Cadê ela?
Eu assustado e sem saber o que fazer, me calei
Então ela sussuro para mim.
-Eu sei, eu sei a verdade, sei o que ela é, agora onde ela está?
-Banheiro-Digo num sussuro
A Sra​. T vira e ruma ao banheiro em passos rápidos, eu a sigo, quando ela escancara a porta do banheiro, ve-mos um cenário de destruição, de filmes de terror, o espelho está em pedaços no chão, duas portões dos Boxs do banheiro pendem, a ponto de cair, uma está no chão, a outra está fechada, a Sra. T se aproxima dá porta, eu fico parado na entrada do banheiro, quando ela a abre, na parte de dentro dá porta tem uns arranhões de ponta a ponta e o meio está amassado, as janelas do banheiro estão quebradas, a Sra. T se aproxima delas e olha para baixo, então se vira para mim e diz
-Temos que ir, temos que avisar a família dela
-O que aconteceu com ela?
Ela olha pela janela, para o horizonte e dis
-O lobo dentro dela cansou de ser controlado, agora não existe mais Ester, apenas um animal